Que jogo! Arsenal e Barcelona fizeram jus ao apelido de “clássico do jogo ofensivo”, com a partida eletrizante de ontem no Emirates Stadium, vencida pelo ousado Arsenal por dois tentos a um.
Com a liberação de Samir Nasri do departamento médico, Arsene Wenger pode escalar aquele que é considerado o “onze ideal” dos Gunners, em 4-2-3-1 com o camisa 8 pelo lado esquerdo e Walcott pela direita na linha de três armadores que tinha ainda Cesc Fabregas pela faixa central e Van Persie como a referência do ataque, além da qualidade na saída de bola com o ótimo Jack Wilshere.
Do outro lado, Pep Guardiola deslocou Abidal para compor a quarta zaga no lugar do lesionado Puyol, e Maxwell entrou na lateral esquerda, O detalhe é que nos únicos nove jogos em que a equipe catalã não venceu na temporada (sete empates e duas derrotas), Puyol não esteve em campo.
Os donos da casa começaram o jogo pressionando a saída de bola, encurralando o Barcelona em seu campo de defesa e forçando o time blaugrana a erros de passe, algo raro, mas que aconteceu até cerca de quinze minutos da etapa inicial, quando o Arsenal já poderia até ter aberto o marcador com Van Persie, após passe sensacional de Fabregas que deixou o holandês cara a cara com Valdés.
Passado o ímpeto inicial dos Gunners, o Barcelona tomou as ações da partida e voltou a jogar como Barcelona, com muita posse de bola, troca de passes, inversões de jogo e movimentação. Xavi, do alto de sua maestria, ao ver a nítida dificuldade do time em sair jogando, recuou um pouco mais para fazer a distribuição e viu em Dani Alves a válvula de escape que procurava, uma vez que Nasri não acompanhava as subidas do lateral brasileiro, que poderia ter produzido mais, não fossem os inúmeros erros.
Com a melhora do Barça na partida, começou a aparecer o talento de seu trio ofensivo, e foi aí o pecado do Arsenal na partida, marcar em linha – mesmo erro cometido pelo Real Madrid nos sonoros 5x0 do último dia 28 de novembro. O primeiro a se aproveitar da condição foi Lionel Messi que recebeu de Villa e com um leve toque tirou de Szczesny, mas a bola caprichosamente saiu à esquerda do gol. Pouco depois foi a vez de Messi retribuir a gentileza para Villa, o espanhol não desperdiçou e com um toque entre as pernas do goleiro abriu o placar.
As duas equipes voltaram do intervalo sem alterações nas peças, pois a atitude do Arsenal voltou a ser a mesma do inicio da primeira etapa, marcando a saída de bola e diminuindo os espaços, inclusive no lado direito, onde Daniel Alves, que era a saída do time catalão, passou a ser acompanhado de perto por Nasri.
Apesar de criar a primeira boa oportunidade da etapa final, quando Messi recebeu de Iniesta e bateu na rede pelo lado de fora, Guardiola preferiu se resguardar e fechar um pouco a equipe, assim, lançou Seydou Keita na vaga de Villa. Wenger, por sua vez, não perdeu tempo e trocou Song e Walcott por Arshavin e Bendtner, a fim de “agredir” um pouco mais os até então acomodados visitantes.
Com as mudanças, o Arsenal se tornou mais agressivo e pode assim virar o cotejo.
Com as mudanças, o 4-2-3-1 do Arsenal virou um 4-4-1-1, com Bendtner entre os zagueiros e Van Persie saindo um pouco mais da área para armar e infiltrando nos espaços deixados pela zaga, como no tento de empate, quando Piqué saiu na cobertura a Daniel Alves e deixou um buraco na área, onde Van Persie entrou para receber o lançamento de Clichy e quase sem ângulo soltar a bomba para igualar o marcador, contando ainda com a falha de Valdés.
O gol fez o Emirates explodir e a empolgação da torcida passou para o time que partiu pra cima, em busca do gol da virada heróica, deixando o jogo ainda melhor, mais aberto, com ataques e contra ataques de ambas as equipes, e em um desses contragolpes, Fabregas achou Nasri livre pela direita, o francês avançou em velocidade até a área, onde driblou Abidal e rolou para Arshavin bater no contrapé de Valdés e virar o placar.
A vitória pela diferença mínima pode até parecer pequena, por se tratar do Barcelona, mas se os ingleses tiverem a inteligência que não tiveram no duelo da temporada passada, quando foram derrotados no Camp Nou por 4 a 1 (quatro gols de Messi), podem sair da Catalunha com uma inesperada e histórica classificação.
Gosto muito de Wenger. Além de entender d+ de tática, enxerga o futebol fora de campo.
ResponderExcluirSaudações!!!