sábado, 28 de maio de 2011

Barcelona 3x1 Man Utd – Escrevendo a História

Quando divulgadas as escalações, a uma hora da bola rolar, uma surpresa, e ao contrário do que imaginava esse que vos escreve, a novidade veio do lado catalão.

A entrada de Mascherano no miolo de zaga até era esperada, mas não na vaga de Puyol, deixando o capitão culé no banco. Dessa forma, o time de Guardiola entrou no seu já rotineiro 4-3-3 com Abidal na lateral esquerda e o argentino na zaga central ao lado de Piqué.

Do outro lado, um United distribuido no seu não menos habitual 4-4-1-1, sem nenhuma surpresa, a não se na maneira como o time entrou no jogo, pressionando a saída de bola com intensidade, com dois homens sufocando o homem da bola.

Barcelona vs Man Utd Barcelona no bom e velho 4-3-3, com Mascherano na zaga e Abidal na lateral. Man Utd em 4-4-1-1, com um Park esforçado, porém perdido na esquerda e um Valencia inoperante na direita.

O vigor na marcação durou até cerca dos quinze minutos, quando o time sentiu a parte física e diminuiu o ritmo, dando ao Barcelona tudo que o time queria, espaço para as trocas de passes no seu meio campo e tranquilidade para o fazer.

Essa liberdade se tornou um problema quando aos 27 minutos da etapa inicial Xavi avançou com a bola dominada e com a visão de jogo e qualidade no passe que lhe é peculiar, deixou Pedro cara a cara com Van Der Sar para abrir o marcador.

O gol deixou o Barcelona acomodado, ao ponto de deixar com que o Manchester saisse mais pro jogo, passando a pressionar novamente os catalães em seu campo de defesa.

A pressão funcionou e no erro na cobrança de lateral de Abidal, Rooney recuperou a bola e tabelou com Giggs (em impedimento) para igualar o placar ainda na primeira etapa.

As duas equipes voltaram do intervalo sem mudanças, mas com uma nova surpresa no Barcelona, dessa vez, na postura do time em campo.

O time que toca a bola até conseguir a penetração na área adversária, seja nas diagonais com seus velozes pontas ou em uma tabela na entrada da área, passou a apostar mais nas finalizações de média e longa distância.

Foi assim que Messi, aos oito minutos da etapa final, recebeu a bola no lado direito do ataque, fez a finta em Evra e soltou a bomba do mágico pé esquerdo para bater Van Der Sar, fazer o seu primeiro gol em território inglês e recolocar o Barcelona no caminho da vitória.

Vitória que foi consolidada também em um arremate de média distância, aos vinte e três minutos, quando David Villa recebeu de Busquets na entrada da área e com muita categoria colocou no ângulo para fazer um golaço e assegurar o quarto título europeu para a equipe blaugrana.

A vantagem novamente acomodou o Barça, que perdeu o impeto ofensivo, mas ao contrário da primeira etapa, não se deslMessi Taçaigou na sua defesa e segurou o resultado positivo até o ápito final de Viktor Kassai para comemorar mais uma conquista.

Uma conquista de um time que marca a sua época e que entra para a história do futebol, por sua capacidade de vencer e encantar. Uma conquista que coloca esse impressionante Barcelona definitivamente entre os melhores da história do esporte bretão.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Prévia - Barcelona x Manchester United

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Conquistar duas taças da Champions League em um período de apenas três anos. Essa é a missão do Barcelona na grande decisão do torneio continental, no sábado em Wembley, diante do Manchester United, mesmo rival de dois anos atrás, em Roma.

Para alcançar tal feito, a equipe blaugrana tem no seu estilo de jogo, único e incomparável, o seu grande trunfo. A manutenção da posse da bola, as trocas de passes curtos e longos, velocidade nas transições ofensivas, tabelas, enfim, apesar de um onze inicial e sistema tático imutável, são muitas as variações de jogo do time catalão.

Mesmo com tamanho arsenal de jogo coletivo, o talento individual do time de Pep Guardiola também fala alto. Especialmente de um jogador: Lionel Messi. Diante de um adversário tão duro e a perspectiva de equilíbrio no duelo, a imprevisibilidade do argentino pode ser o diferencial a favor dos culés.

A única dúvida no Barça é com relação à presença ou não de Eric Abidal. O lateral francês voltou aos gramados na segunda partida das semifinais, contra o Real Madrid, e desde então vem sendo utilizado por Guardiola, no entanto, ainda não atuou durante os noventa minutos em uma partida desde o seu retorno e seu ritmo de jogo ainda é suspeito.

Barça 01 Opção 1: Com Abidal na lateral e Puyol na zaga. Presença do francês pode trazer mais segurança nas bolas aereas.

Caso o camisa 22 não entre jogando, o mais provável é que Guardiola desloque Puyol para atuar na lateral esquerda e escale Mascherano no miolo de zaga ao lado de Piqué, como nos duelos contra os rivais merengues.

Barça 02 Opção 2: Com Mascherano no miolo de zaga e Puyol na lateral esquerda. Argentino não comprometeu quando atuou improvisado.

Apesar de Mascherano ter se saído bem melhor que o esperado atuando improvisado como zagueiro, a verdade é que o entrosamento da zaga com Abidal é melhor, garantindo assim uma maior segurança à meta de Valdés, além do combate à forte bola aérea inglesa, onde o francês também pode ser fundamental.

Do outro lado, um time que se não joga um futebol tão vistoso e lúdico como o dos catalães, é sem sombra de dúvidas o mais sólido e competitivo da Europa. Um time que chega à sua terceira decisão continental em quatro temporadas e tem a capacidade de se reinventar sem perder a força e a vontade de ganhar.

Sir Alex Ferguson é o grande responsável por essa impressionante mentalidade vencedora do United, que começou a ser imposta no inicio dos anos 90, quando o treinador escocês faturou o primeiro de seus 27 títulos comandando os Diabos. E é essa obsessão por vitórias e conquistas que empurra os ingleses para essa final.uclfinal6

Com um elenco cheio de opções e um onze inicial ‘rotativo’, é grande a expectativa pela equipe que entrará jogando em Wembley. As dúvidas começam na lateral direita, onde Ferguson tem três alternativas: A primeira é a manutenção de Fábio – lateral esquerdo de origem – na função que o camisa 20 vem desempenhando muito bem. As outras duas possibilidades ficam por conta do retorno de Rafael ou ainda da escalação de O’Shea, que apesar de ser mais marcador que os brasileiros, é mais lento e pode ser um problema no embate individual com os rápidos pontas blaugranas.

Na meia cancha, mais disputa por vagas. Giggs, que teve ótimo desempenho na reta final da UCL atuando na faixa central do 4-4-1-1, vive momento conturbado fora de campo e pode dar lugar a Fletcher. No flanco direito, a briga fica por conta de Nani e Valencia. O português é o líder de assistências e o jogador que mais finaliza do time na temporada, enquanto o equatoriano retornou muito bem de lesão e chegou a ser titular em diversas oportunidades.

manutd 01 Opção 1: Formação esperada por esse blogueiro. 4-4-1-1 ‘ortodoxo’, com Giggs na faixa central e Nani como winger pela direita.

manutd 02 Opção 2: Com Fletcher e Valencia nas vagas de Giggs e Nani. Assim, um time mais ‘encorpado’ e mais marcador, porém, menos criativo.

Outra alternativa que tem Ferguson é a escalação de uma trinca de volantes, no intuito de barrar os três baixinhos do Barcelona – Xavi, Iniesta e Messi. Esse ‘trivote’ a frente da zaga já fora utilizado por José Mourinho contra o próprio Barça e levou enormes dificuldades ao time catalão. Para isso, o técnico vermelho sacrificaria Chicharito Hernandez, uma de suas melhores armas ofensivas.

manutd 03 Opção 3: Um 4-3-2-1 com ‘trivote’ à frente da zaga. Alternativa sacrifica Chicharito, mas reforça a marcação ao trio criativo catalão.

São muitas as variantes para o time de Sir Alex, e apenas uma certeza, da presença de quatro de seus principais jogadores: Van Der Sar, que faz o último jogo de sua já gloriosa carreira, mirando a terceira taça européia; Ferdinand e Vidic, os pilares de uma defesa consistente e que juntos formam a melhor dupla de zaga do planeta (na opinião desse blogueiro); e Rooney, que cresceu sistematicamente na reta final da temporada e voltou a ser decisivo em favor do time de Old Trafford.

Barcelona vs Man Utd Equipes distribuidas: Barça no 4-3-3 de sempre e United no 4-4-1-1 britânico da reta final de temporada.

A expectativa é de um duelo equilibrado, entre um time que não abre mão de sua filosofia do futebol ‘romântico’ contra um outro, determinado a vencer de qualquer maneira, duas escolas diferentes e vencedoras. Sem favoritos e sem prognósticos, apenas a esperança por um mais um grande jogo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

As 25 Melhores contratações da temporada européia

Inspirado em post no blog do amigo Leonardo Bertozzi que cita as 25 piores contratações da temporada, esse que escreve decidiu citar as 25 melhores. Aqueles jogadores que chegaram no começo ou no meio da temporada que se encerra e foram decisivos para os objetivos de suas equipes, seja visando título, vagas em competições européias ou até mesmo, se livrar do rebaixamento.

25) Alessandro Matri (Juventus)

Na busca incessante da Juventus por um camisa 9, Matri foi uma das apostas. O goleador chegou em janeiro, cedido por empréstimo pelo Cagliari, e em apenas 15 jogos disputados anotou 8 tentos, sendo o vice-artilheiro da Vecchia na Serie A do Calcio.

24) Javier Mascherano (Barcelona)

Chegou sob muita desconfiança ao Camp Nou, pelo seu estilo de jogo duro e o alto valor nele investido. Aos poucos, ‘El Jefecito’ foi se adaptando a filosofia de jogo culé e na reta final da temporada foi de suma importância para o técnico Pep Guardiola devido as diversas lesões que afetaram seu grupo.

23) Nikola Zigic (Birmingham City)

O grandalhão chegou do Valência e foi crucial aos azuis na conquista da Copa da Liga Inglesa, onde foi artilheiro da equipe e inclusive anotou um dos gols da vitória por 2 a 1 sobre o Arsenal – o Birmingham não ganhava um título desde 1962/1963. Na Premier League, o time ainda luta para não ser rebaixado, caso se salve, deve também aos gols do sérvio.

22) Milos Krasic (Juventus)

A temporada da Vecchia foi pífia, é fato, mas não fosse pelas boas participações do meia sérvio, poderia ter sido ainda pior. Apesar de não ter participado da pré-temporada e ter começado com a condição física abaixo dos companheiros, Krasic conseguiu anotar seis gols e dar outras seis assistências, e se tornar uma das esperanças dos juventinos para a próxima época.

21) Kevin Prince Boateng (Milan)

Emprestado pelo Genoa, não empolgou no inicio. No entanto, com o decorrer da temporada, se tornou peça fundamental no time de Allegri. Seja como ‘carrilero’ ou como ‘trequartista’, o ganês ganhou a confiança do treinador e não saiu mais do time.

20) Mesut Özil (Real Madrid)

O jovem meia alemão chegou ao gigante espanhol respaldado pela ótima participação na Copa do Mundo, e com a ausência de Kaká por lesão, assumiu a vaga de articulador central no 4-2-3-1 de Mourinho e correspondeu a altura, sendo o segundo maior assistente da Liga, com 16 passes para gol.

19) Luiz Suarez (Liverpool)

Chegou na janela de janeiro e logo justificou o alto investimento feito pelos Reds. O uruguaio comandou a arrancada que tirou o Liverpool do ostracismo na tabela e levou os Reds até a sonharem com vaga em competição européia. É esperança para a próxima temporada, quando inicia junto com o time.

18) David Silva (Manchester City)

O maior assistente do time na Premier League, com 7 passes para gols, o espanhol foi um dos responsáveis pela boa campanha que leva os Citizens de volta a UEFA Champions League, além da conquista da FA Cup. Ainda pode render mais, especialmente se levado em conta o valor de 35 milhões de euros nele investidos.

17) Ramires (Chelsea)

Demorou um certo tempo até se adaptar ao forte futebol inglês e chegou a falhar em suas primeiras aparições. Depois de adaptado, ganhou a confiança do técnico Carlo Ancellotti e vaga cativa no time titular, hoje, independente da formação que o treinador italiano mande a campo, o brasileiro estará nos onze iniciais.

16) Sami Khedira (Real Madrid)

Outro que chegou aos Merengues respaldado pela boa Copa do Mundo. Formou uma dupla de volantes excepcional com Xabi Alonso, dois exímios desarmadores e armadores que fazem fluir o jogo do time de José Mourinho.

15) Shinji Kagawa (Borussia Dortmund)

Apesar da lesão que o afastou de metade da temporada, enquanto pôde estar em campo, o jovem japonês foi fundamental no time campeão alemão. Mesmo com apenas meia temporada jogada, o cerebral meia nipônico foi o vice artilheiro da equipe na Bundesliga, com 8 gols – empatado com Lewandowski e Grosskreutz.

14) Raul Meireles (Liverpool)

Com a lesão do capitão Steven Gerrard, o português se tornou a engrenagem do time, responsável por carregar a bola da defesa para o ataque e o fez com maestria. Expectativa pela boa dupla que os dois podem formar na próxima temporada.

13) Ricardo Carvalho (Real Madrid)

Reeditou no clube a dupla que faz com Pepe na seleção portuguesa, e juntos, formaram uma dupla e tanto. Seguro no combate individual, firme na bola aérea e experiente, trouxe muita segurança ao gol madridista.

12) Rafael Van Der Vaart (Tottenham Hotspurs)

Chegou como a grande contratação do clube para a disputa da UEFA Champions League e não decepcionou. Apesar de todas as atenções estarem voltadas para Bale, o holandês foi artilheiro e maior assistente do time na Premier League e o cérebro do time que fez boa campanha na competição continental.

11) Angel Di Maria (Real Madrid)

Veloz e ‘ensaboado’, o argentino funciona como a flecha do time de José Mourinho. Jogando pela extrema direita, infernizou defesas na Liga espanhola e foi um dos grandes destaques no time merengue na temporada. Como se não bastasse, deu o passe para o gol de Cristiano Ronaldo que garantiu o título da Copa do Rey para os galácticos.

10) Robinho (Milan)

Esqueceu o sonho de ser melhor do mundo e chegou ao Milan ciente da sua posição de coadjuvante, e foi assim, que fez sua melhor temporada na Europa. Artilheiro do time na Serie A do Calcio, o brasileiro deixou de jogar para si e se sacrificou pelo grupo, atuando inclusive em outra função, como trequartista por exemplo.

9) Raul Gonzalez (Schalke 04)

Os azuis reais fizeram campanha patética na Bundesliga, em contrapartida, foram muito além do esperado na Champions League, e se alguém pode ser apontado como o responsável pela excelente campanha do Schalke na competição continental é Raul, o “Sr. Champions”.

8) Yayá Touré (Manchester City)

Ótimo volante, foi sacrificado pelo técnico Roberto Mancini, que o utilizou como meia central no 4-2-3-1 dos Sky Blues. Mesmo sem jogar na sua o marfinense conseguiu se destacar, ajudando na marcação e chegando a frente para concluir. Foi dele os gols que deram o título da FA Cup ao City, primeiro contra o rival United na semi e depois na decisão contra o Stoke.

7) Hernanes (Lazio)

Foi o cérebro do time que faz boa campanha no Calcio e ainda luta pela vaga na próxima edição da Champions League. Artilheiro do time no campeonato italiano, fez das bolas paradas seu ponto forte, seja cobrando direto ou lançando na área.

6) ‘Chicharito’ Hernandez (Manchester United)

Começou a temporada na reserva de Berbatov, mas aos poucos foi ganhando seu espaço e hoje é titular incontestável no time de Alex Ferguson. Aliando velocidade ao bom posicionamento e faro de gol como poucos, o letal mexicano é um dos destaques dos Diabos e artilheiro do time na Champions.

5) David Villa (Barcelona)

Apesar de contestado, Villa fez sim uma ótima primeira temporada com a camisa blaugrana. Se adaptou rápido ao estilo de jogo da equipe e partindo do lado do campo para dentro em velocidade, surge como válvula de escape para os passes de Xavi e Iniesta. É o vice-artilheiro na temporada – atras apenas de Messi.

4) Julio Baptista (Málaga)

Chegou em dezembro para ser o salvador da pátria que livraria o time do rebaixamento na liga das estrelas e correspondeu com as expectativas. Com nove gols em apenas onze jogos, tirou o time da lanterna e colocou em uma digna nona colocação.

3) José Mourinho (Real Madrid)

O grande reforço dos merengues para a temporada não foi nenhum jogador e sim um astro para o banco de reservas. Mourinho organizou e deu confiança ao time, que conseguiu passar das oitavas de final da Champions, o que não fazia há seis temporadas, além de conquistar a Copa do Rey. Como o próprio “Special One” diz que suas segundas temporadas são sempre melhores que as primeiras, a esperança da torcida madridista é grande para 2011/2012.

2) Zlatan Ibrahimovic (Milan)

A chegada do sueco, tri campeão italiano pela rival Inter, deu confiança de sobra para o grupo milanista. Além da confiança, Ibra foi decisivo para o time durante a campanha que terminou com o Scudetto, anotando 14 gols e dando outras 12 assistências, participando de 40% dos gols rossoneros. Só precisa melhorar no aspecto disciplinar, para poder ajudar o time em mais oportunidades.

1) Edinson Cavani (Napoli)

Seu entrosamento com o time é tanto que nem parece que chegou no inicio da temporada. Arrasador, anotou 26 tentos que garantiram o time de San Paolo entre os três primeiros colocados, de volta à Champions League depois de 20 anos. Na opinião desse que escreve, foi disparado o melhor jogador da Serie A do Calcio na temporada e justificou com sobras os 16 milhões de euros nele investidos.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Muricy vs Tite – A diferença que faz o técnico

Muricy Ramalho e Tite comandam duas das maiores equipes do país e ambos pegaram essas equipes aos frangalhos, desacreditadas por seqüências de resultados negativos. O corinthiano pegou um time que apesar da terceira colocação no Brasileirão, não vencia há seis rodadas, entre elas resultados desastrosos como empate com o Ceará e a derrota para o Atlético-GO, ambos dentro de casa. O santista, por sua vez, chegou a uma equipe de incrível capacidade técnica, com craques como Ganso, Elano e Neymar, mas que não tinha um time, e sim um amontoado de jogadores prestes a serem eliminados ainda na primeira fase da Taça Libertadores.Muricy e Tite

Tite conseguiu em primeiro plano, ajeitar o time e fazer uma reta final de campeonato Brasileiro decente, apesar de perder a vice-colocação para o Cruzeiro na última rodada ao empatar com o time de juniores do Goiás. Com a terceira colocação no certame nacional, o clube perdeu a vaga direto à fase de grupos da Libertadores e teve de encarar a fase prévia, onde passou pelo maior vexame já protagonizado pelos alvinegros na competição continental ao ser eliminado precocemente pelos colombianos do Tolima.

Ali talvez fosse o momento da direção corinthiana repensar sobre o trabalho do treinador e talvez procurar por um outro nome para o comando da equipe. Não o fez e seguiu sob a batuta do gaúcho. Irregular, o time do Parque São Jorge alternava ótimas apresentações como na vitória por três a um sobre o Santos, com atuações patéticas, como na derrota diante do São Caetano em pleno Pacaembu, por dois tentos a um.

Com um elenco heterogêneo e limitado, o time passou sem sustos pela extensa e modorrenta primeira fase do estadual – o que não representa absolutamente nada – novamente na terceira colocação. Na fase final, a hora do “pega pra capar”, o time sofreu demais para passar pelo frágil Oeste nas quartas, e a duras penas, deixou o rival Palmeiras pelo caminho nas semifinais – nas penalidades, após 90 minutos de pouco futebol mesmo com um jogador a mais.

Muricy chegou ao Santos sob a desconfiança de alguns admiradores do futebol ofensivo da equipe da baixada, temerosos que o estilo defensivo do treinador colocasse fim no estilo ofensivo e vistoso da equipe. O problema era o desequilíbrio do time em campo, que mesmo no seu melhor momento no primeiro semestre de 2010 sofria para vencer pois apesar de fazer muitos gols, sofria outros tantos. Essa era a missão do técnico tetra campeão brasileiro, dar equilíbrio ao time, montar uma defesa sólida, sem perder a vocação ofensiva que está no “DNA” do alvinegro praiano.

Para isso, Muricy abdicou do 4-2-3-1 ‘torto’ utilizado por seus antecessores Adilson Baptista e Marcelo Martellote, e adaptou a equipe em um 4-3-1-2, reforçando a marcação no meio campo e dando liberdade para Ganso e Neymar desfilarem seu talento na frente.

Foram apenas onze jogos do Peixe sob o comando do treinador. Pouco, mas suficiente para ver que o time acertou a sua retaguarda, que sofreu apenas três gols nos cotejos. Essa solidez defensiva foi crucial para que Muricy conseguisse reverter um quadro negativo na Libertadores, saindo de uma situação onde a equipe estava prestes a cair ainda na fase de grupos para ser o único sobrevivente brasileiro nas quartas de final do torneio continental.

No Campeonato Paulista não foi diferente, apesar de ter pegado o time já classificado, o treinador foi fundamental na fase final, especialmente nas semifinais contra o São Paulo, quando Muricy foi decisivo nas alterações. Perdendo o meio campo na primeira etapa, o treinador trocou o atacante Zé Eduardo pelo zagueiro Bruno Aguiar e reconfigurou a equipe em um 3-1-4-2 que além de superar numericamente o meio rival, deixou Ganso com liberdade para decidir a parada em favor do Peixe.

Os dois treinadores se encontraram na decisão, e foi aí que o perfil vencedor de Muricy superou o estilo omisso do treinador rival. Na primeira partida, apesar das diversas chances criadas por ambos os times, com direito a três bolas na trave (duas do Santos e uma do Corinthians), o zero não saiu do placar.

Na segunda e decisiva peleja ontem na Vila Belmiro, o Santos dominou o Corinthians desde o minuto inicial e chegou ao gol cedo graças a uma jogada de velocidade de seu ataque, quando Zé Eduardo recebeu lançamento de Leo e rolou na área para a chegada de Arouca, que só teve o trabalho de desviar de Julio César para abrir o placar.

A insistência com o inoperante Dentinho e a previsibilidade nas transações ofensivas talvez tenham sido os maiores pecados de Tite na decisão e ao longo do torneio. Com a semana cheia para trabalhar após o fiasco na Libertadores, o treinador não conseguiu encontrar outra maneira para a equipe chegar no gol adversário, é sempre a mesma tentativa de tabela entre o lateral e o ponta ou entre o ponta e o articulador central. Além disso, a pouca movimentação do time, que guarda a posição como um time de pebolim, facilita demais a marcação para o adversário. As bolas paradas, recurso fundamental no futebol atual, são inertes para o alvinegro, que não conta com sequer uma jogada ensaiada e não assusta seus oponentes nesse tipo de jogada.

A troca de Dentinho por William no intervalo deu mais volume de jogo para o Corinthians, que tinha a posse de bola na segunda etapa, mas parava na encaixada marcação santista e principalmente nas próprias limitações. Retraído, o Santos liquidou a fatura em contragolpe puxado e arrematado por Neymar e falha incrível do goleiro Julio César. O time do Parque São Jorge até chegou a diminuir, em lance inusitado em que Morais tentou cruzar na área e a bola entrou direto, mas não foi o suficiente para assustar a torcida presente na Vila Belmiro.

Venceu aquele que jogou melhor futebol, que foi superior técnica e taticamente que o seu adversário. Venceu o técnico de mais capacidade, que melhor organizou sua equipe, de mais sede e gana de vencer.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Na garra uruguaia. E no erro individual chileno.

Desde 1987 sem chegar a uma semifinal de Libertadores, o penta campeão Peñarol deu um enorme passo para chegar novamente entre os quatro melhores das Américas. Jogando diante de seu torcedor, que lotou o Estádio Centenário, o Peñarol, mesmo inferior tecnicamente ao bom time da Universidad Católica, se impôs na base da boa e velha garra uruguaia para conseguir a vitória por dois a zero e assegurar uma boa vantagem para o jogo da volta no Chile.

Na base do abafa, o time uruguaio saiu em busca do gol logo no inicio do jogo, mas parava na boa marcação da equipe chilena, que mais uma vez “espelhou” a formação do seu adversário e se compactou em duas linhas, saindo de seu habitual 4-3-2-1 para um 4-4-1-1, semelhante ao dos aurinegros.

Postadas de maneiras idênticas, as duas equipes dependiam demais de seus camisas 10 para as suas transições ofensivas. No Peñarol, que detinha uma maior posse de bola e passava mais tempo no campo de ataque, Martinuccio era o encarregado de distribuir o jogo, tentando fazer a bola chegar ao grandalhão Olivera. Pelo lado da Católica, que não conseguia sair da defesa para o ataque com a bola no chão, Cañete era quem recebia a bola – na maioria das vezes em ligações diretas – e tinha a responsabilidade de conduzi-la até o goleador Lucas Pratto.

O empate sem gols na casa do adversário parecia estar dentro da proposta da Católica, que continuava a se fechar, marcando por zona e esperando o momento certo de contra atacar. O que o técnico Juan Antonio Pizzi não contava era com a noite infeliz de seu goleiro, Paulo Garcés, que após cruzamento de Urretavizcaya, saiu atrapalhado do gol, trombou com um zagueiro e deixou a bola livre para o oportunista Olivera dar um biquinho para as redes e dar a vantagem aos Manyas no fim da primeira etapa.

O time chileno voltou melhor para o segundo tempo, ficando mais com a bola, trabalhando no chão com passes longos e muita movimentação, especialmente do centroavante Lucas Pratto, que tirava o sono da zaga uruguaia e por muito pouco não igualou o placar com belo voleio que o zagueiro Guilhermo Rodriguez cortou sobre a linha.

Agora era o Peñarol quem estava satisfeito com o resultado e aguardava por um vacilo do oponente para tentar liquidar a fatura em um contragolpe, no entanto, quando surgia a oportunidade de sair em velocidade, o time esbarrava nos inúmeros erros de passe de seu meio campo. Com isso, o ritmo e a produtividade do jogo caíram.

Até que no fim da partida, outra falha individual de Garcés determinou o placar final e pode comprometer a boa campanha dos chilenos até aqui. Em chutão da defesa aurinegra, o arqueiro saiu com domínio total do lance para ficar com ela, mas não conseguiu segurar e mais uma vez deixou fácil para o avante, dessa vez Martinuccio, que só empurrou para o gol vazio.

A boa vantagem por dois gols e sem sofrer em casa dá tranqüilidade para o Peñarol tentar voltar a figurar entre os maiores das Américas, lugar que é seu de direito. É a força do tradicional e aguerrido futebol uruguaio, que começou a ressurgir na Copa do Mundo, voltando a ser grande também no cenário clubístico.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Objetivo inicial foi alcançado. Meta agora é se manter entre os grandes

Após bater na trave em 2009/2010, quando terminou na quinta colocação e perdeu a vaga na UEFA Champions League para o Tottenham por apenas três pontos, o Manchester City garantiu ontem, em jogo atrasado da 33ª rodada contra o mesmo Tottenham (venceu por 1x0, gol contra de Crouch), a vaga para disputar a competição continental na próxima temporada – garantido na fase prévia, pode ainda se assegurar direto na fase de grupos, caso roube a terceira posição do Arsenal.

Esse era o plano inicial. Montar um bom time, capaz de brigar na parte de cima da Premier League – talvez até por título – e ficar entre os quatro primeiros colocados. Claro que com tantos investimentos, seria natural a cobrança por conquistas, que pode vir na FA Cup, onde a equipe disputa a decisão contra o Stoke City no próximo dia 14 (sábado).

Se uma (possível) conquista da copa nacional não é suficiente para quem tanto gastou, serve de alento para a torcida que não comemora um título desde 1976. Mas não deve servir de muleta para o fraco trabalho de Roberto Mancini até aqui.

No comando da equipe desde a metade da temporada 2009/2010, quando já tinha um bom grupo, mas pegou o bonde andando e por isso teve certa dificuldade, o técnico italiano teve nessa temporada a oportunidade de começar um trabalho desde o inicio da temporada. Além disso, ganhou da diretoria azul belos presentes para fortalecer seu grupo.

O ótimo goleiro Joe Hart e David Silva são talvez os de maiores destaques. O primeiro, que esteve emprestado ao Birmingham, retornou em alta e foi um dos melhores jogadores da equipe. O segundo, integrou bom passe e movimentação a um meio campo estático e burocrático.

Além deles, chegaram outros bons nomes, casos de Balotelli, Kolarov e Yayá Touré. O marfinense, por sinal, talvez tenha sido a maior vitima do estilo pragmático do técnico tri-campeão italiano com a Inter. Sacrificado como articulador central no 4-2-3-1 utilizado por Mancini ao longo da temporada, o camisa 42 não pode desempenhar o que faz de melhor, a retomada de bola na sua retaguarda e a saída de qualidade da defesa para o ataque.

Como se não bastasse todos os reforços, Mancini teve ainda um Carlitos Tevez inspirado na temporada. O argentino anotou nada mais nada menos do que 19 dos 55 gols da equipe na Premier League. Além dos gols, Carlitos deu ainda seis assistências, tendo participação direta em 25 tentos, o equivalente a 45%. Com um craque decisivo e um elenco homogêneo, a vaga era o mínimo que se esperava.

Agora que conseguiu atingir o escopo primordial, a missão para Roberto Mancini e o Manchester City é manter a equipe entre os grandes. Para tal, é preciso olhar para frente e alçar vôos ainda maiores para a próxima temporada, jogar a Champions com freqüência é apenas o primeiro passo. O segundo e essencial são as taças, e os bilionários donos do time azul parecem dispostos a trabalharem no mercado a fim de reforçar um grupo forte, mas que ainda carece de algumas peças capazes de desequilibrar, casos de Ibrahimovic, Fabregas e Kaká, os três primeiros nomes ventilados entre os Sky Blues. Dinheiro, vontade e coragem de ser grande o City já demonstrou que pelo menos na teoria, tem de sobra, o que falta é botar isso em prática e se tornar um vencedor.

ManCity Time base dos Citizens durante a temporada: Yayá Touré sacrificado a frente é na opinião desse que escreve, o grande pecado de Roberto Mancini.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Quadrilogia Cinematográfica

Chegou ao fim a mais sensacional seqüência de clássicos entre Barcelona e Real Madrid em toda a história dos dois gigantes. Uma tetralogia cinematográfica, cercada por tensão, emoção e muita polêmica, digna dos melhores estúdios hollywoodianos.

Cenas:

Capítulo I – O Valor do Psicológico

O primeiro dos quatro atos, pela Liga Espanhola, poderia ser o mais desinteressante dentre os quatro graças a larga vantagem de oito pontos que o Barcelona possuía sobre o rival, no entanto, para o aspecto psicológico, era o mais importante da quadra, especialmente para os merengues. Então anfitriões e com um pesadelo do jogo de ida, o Real tinha a obrigação de se impor e conseguir um bom resultado, para então crer que poderia sim parar aquele que é apontado pela imensa maioria como o melhor time de futebol do planeta.

Contando com uma marcação forte e bem encaixada, os galácticos conseguiam seu objetivo até a bobagem de Albiol, que fez penalidade e acabou expulso. Com um a zero contra e um jogador a menos, tudo indicava que o time da casa sofreria sua sexta derrota seguida para o rival, mas na base da garra e da superação, partiu pro tudo ou nada e na base do abafa conseguiu um pênalti que acabou convertido por Cristiano Ronaldo. O empate com a desvantagem numérica em campo dava a força mental aos jogadores merengues e indicava a Mourinho um caminho para deter o quase perfeito Barcelona.

Madrid - Barça_la liga Cena 1: O “trivote” de volantes, a grande sacada de Mourinho para (tentar) conter o Barcelona.

Capítulo II – Taça na mão

Para a segunda cena, valendo taça e em um único confronto, José Mourinho optou por uma equipe tão forte e compacta quanto a do primeiro jogo, com a diferença de começar ligado no 220V, pressionando o time blaugrana e encurralando os rivais em seu campo de defesa, merecendo até uma melhor sorte na primeira etapa. No segundo tempo, o time da Catalunha voltou a impor seu estilo de posse de bola e passou a assustar a meta de Casillas, que fechou o gol em diversas oportunidades, mas nada pôde fazer quando Pedro recebeu sozinho e bateu tirando do goleiro para fazer o que poderia ser o gol do título, não fosse o impedimento bem assinalado pela arbitragem.

O empate sem gols nos noventa minutos levou o jogo até a prorrogação. Na última meia hora, o Real voltou a colocar velocidade no jogo e se lançar a frente, tornando o prolongamento franco, sem qualquer prognostico. Foi nesse panorama que o time da capital, melhor no contexto geral da partida, conseguiu o gol com Cristiano Ronaldo, que assegurou a Copa do Rey após 18 anos. Mais uma vez o Real Madrid levara a melhor sobre o seu rival, levando a taça e a crença de que poderia chegar a final da Champions League.

Madrid - Barça_Copa do Rey Cena 2: Cristiano Ronaldo de centroavante funcionou. Foi dele o gol do título merengue.

Capítulo III – Sob a batuta do gênio

O terceiro capítulo da série era novamente no Santiago Bernabéu, dessa vez, válido pela competição continental, a menina dos olhos das duas equipes. Não foi o que pareceu, pois a postura agressiva, em alta voltagem do Real ficou na final da Copa do Rey. Dessa vez, entrou em campo uma equipe plantada em seu campo de defesa, com até dez jogadores atrás da linha que divide o gramado, contendo o adversário em sua intermediária e sem levar riscos quando recuperava a posse da bola.

A peleja caminhava assim até a cena de filme de ação, quando Pepe, em lance digno de Steven Seagal, chegou forte em Daniel Alves e recebeu o cartão vermelho direto. Junto com ele foi o treinador, José Mourinho, também expulso na confusão. Novamente com um a menos e passando a pensar mais no jogo da volta que no ainda em disputa, os donos da casa viraram presas fáceis para o Barcelona e para a genialidade de Messi, que anotou o primeiro como um autêntico camisa 9 e o segundo gol como um legitimo gênio, conduzindo a bola desde o meio campo até invadir a área e tocar de direita.

Madrid - Barça_POSICIONAMENTO 1 previa ucl Cena 3: Inversões nos ponteiros blaugranas e a entrada de Keita na vaga do lesionado Iniesta.

Capítulo IV – Controle do jogo e vaga assegurada

Para o quarto e último capítulo da série, o Real Madrid não podia contar com Pepe e Sergio Ramos, suspensos, assim como José Mourinho, que nem chegou a ir ao Camp Nou. Sem alguns de seus “personagens”, o técnico português abriu mão do “trivote” no meio campo e lançou uma equipe, em teoria, mais ofensiva. Em teoria, pois na prática o que se viu foi um Real mais uma vez espectador do jogo, assistindo o seu adversário trocar passes e valorizar a vantagem, que poderia até ter sido ampliada não fosse o excepcional primeiro tempo de Iker Casillas.

A necessidade e obrigação forçaram o Madrid a ir mais a frente e o time chegou a achar o gol com Higuain, porem invalidado pela arbitragem que pegou falta estranha de Cristiano Ronaldo sobre Mascherano. Mais polêmica a vista, pois na seqüência do lance, em jogada iniciada por Valdés, a bola foi parar nos pés de Iniesta que com um passe extraordinário deixou Pedro livre de frente com Casillas, para tocar de esquerda e abrir o placar. Com o três a zero no placar agregado, o Barcelona voltou a impor seu estilo, cadenciando e envolvendo os rivais com passes curtos e precisos regidos pelos gritos de “olé” de um Camp Nou em êxtase. Nem mesmo o gol de empate anotado por Marcelo foi capaz de assustar o frio e seguro time de Guardiola, que continuou com a posse de bola até o apito final que garantiu o clube em mais uma final de Champions League, novamente em Wembley, palco da primeira conquista culé em 1991/1992.

Barça - Madrid UCL Cena 4: Tudo ou nada pro Real, com Kaká e Higuain de volta à equipe e ausência do “trivote”.

Personagens

Dentro dos quatro magníficos capítulos, destacaram-se alguns personagens principais, que sejam pelas boas atuações ou pelas lambanças, serão sempre lembrados.

Casillas – Talvez o melhor dentre todos os personagens na avaliação geral dos quatro cotejos. Em duas ocasiões em especial, o arqueiro branco foi bastante solicitado: Na decisão da Copa do Rey, onde fez um segundo tempo divino e ajudou a assegurar a taça para o time de Valdebebas; e na segunda partida pela Champions, onde fez grandes defesas e evitou uma nova tragédia no Camp Nou.

Pepe – A grande sacada de José Mourinho foi escalar o luso-brasileiro como volante, acompanhando todos os passos de Messi. E o camisa 3 merengue foi muito bem na função por cerca de 270 minutos, até o seu momento de destempero que comprometeu o futuro madridista na competição continental.

Di Maria – Habituado em jogar pelo flanco direito, o argentino foi deslocado à beirada esquerda com a missão de conter os avanços de Daniel Alves. Cumpriu a risca as ordens, e mesmo sacrificado por ter que marcar, participou de dois dos três gols merengues nos confrontos. Na Copa do Rey, foi dele o passe para o gol de Cristiano Ronaldo e na Champions, iniciou a jogada que terminou com o gol de Marcelo.

Cristiano Ronaldo – Até o primeiro dos quatro confrontos, nunca havia marcado contra o time catalão. No primeiro jogo, um gol de pênalti que garantiu o empate para os merengues. No segundo, um golaço de cabeça em cruzamento de Di Maria que assegurou a taça da Copa do Rey. Mesmo apagado nos dois jogos seguintes pela Champions League, o saldo final do português foi bom, aproveitando bem as poucas oportunidades criadas pela equipe.

José Mourinho – Como de costume, falou muito. Ainda com a goleada do primeiro turno do espanhol em mente, o treinador sabia que teria que achar um sistema de jogo suficientemente eficiente na defesa para barrar o Barcelona. Conseguiu, e poderia até ter tido melhor sorte não fosse pela estupidez de Pepe.

Puyol – Um guerreiro. Desde janeiro sem jogar por conta de lesão, o zagueiro líder da equipe catalã retornou justamente quando o time mais precisava, e participou de três dos quatro jogos. Justamente o que ele não jogou, a equipe saiu derrotada. Coincidência? Talvez não, uma vez que o camisa 5 não atuou em nenhuma das seis derrotas blaugranas na temporada.

Messi – Mesmo vigiado de perto por Pepe durante boa parte dos 390 minutos de jogo, conseguiu anotar três dos quatro gols culés nos confrontos. E mais, foi decisivo quando a equipe mais precisava, na vitória por dois tentos a zero pela primeira perna da UCL em pleno Santiago Bernabéu, quando fez os dois gols que asseguraram a vantagem para o jogo da volta.

Pedro – Nem mesmo a má fase e os doze jogos sem marcar foram capazes de apagar a estrela do garoto, que foi novamente decisivo em uma eliminatória, com o gol do empate em um a um no Camp Nou. Menção honrosa do gol para o passe de Iniesta.

Pep Guardiola – Saiu derrotado do primeiro dueto de cotejos. Foi provocado por Mourinho e saiu da linha, respondendo o treinador luso de forma ríspida, algo incomum para Pep. No fim, a resposta maior veio dentro de campo, com a classificação para a final da UCL.

No fim das contas, melhor para o Barcelona, que ficou com a taça da Liga Espanhola muito bem encaminhada e a vaga na grande decisão da UEFA Champions League. No entanto, não há motivos para lamentações pelo lado do Real Madrid, que fez frente aquele que é apontado como o melhor time do planeta, ficando inclusive com o troféu da Copa do Rey, o que para um time em formação contra um adversário que joga junto há um bom tempo, já é muita coisa. Talvez não o suficiente para um gigante como o time merengue, mas dá um alento para as próximas temporadas.