segunda-feira, 28 de março de 2011

Pinceladas nas Seleções

Durante o fim de semana, esse que vos escreve teve a oportunidade de conferir algumas das principais seleções do planeta em campo, sejam em amistosos (casos de Brasil e Argentina), seja pelas Eliminatórias da Eurocopa (casos de Espanha, Inglaterra e Alemanha), e fazer analises sobre as mudanças que essas cinco potencias do futebol sofreram desde o mundial na África do Sul.

ESPANHA

Começando pela campeã mundial, que recebeu a República Tcheca no Nuevo Los Cármenes, em Granada e passou por duras penas para conseguir a vitória e a sustentação dos 100% de aproveitamento no Grupo I das Eliminatórias para a Euro.

EspanhaO mesmo 4-2-3-1 do Mundial, mas sem Pedro na direita; com Navas, time perde em força ofensiva e presença de área.

Foram apenas duas mudanças com relação ao time que bateu a Holanda na decisão em Johanesburgo, ambas por lesão. Puyol, substituído por Arbeloa, que entrou na lateral direita deslocando Sergio Ramos para a quarta zaga e Pedro, que cedeu lugar a Jesus Navas na ponta direita do 4-2-3-1 de Del Bosque.

Apesar da manutenção da principal característica espanhola, a posse da bola em demasia, trabalhando a criança em toques rápidos e curtos até a área adversária, a ausência de Pedro foi extremamente sentida pela seleção vermelha.

Além do entrosamento natural com os outros dois meias, Pedro dá ainda, mais opção para a Fúria, seja encostando em Villa para uma possível triangulação, seja nas penetrações em diagonal (dando opção para os ótimos lançamentos de Xavi), jogada costumeiramente vista no Barcelona. Jesus Navas dá profundidade ao time, mas não tem o poder de fogo da jovem promessa blaugrana, com isso, o time perde em opção, deixando apenas para o camisa sete a missão de arrematar, que ele cumpriu com a eficiência que lhe é peculiar, anotando os dois tentos que garantiram os três pontos – o gol da Republica Tcheca foi feito por Plasil.

INGLATERRA

O English Team foi ao Millenium Stadium, em Cardiff, encarar a seleção de País de Gales e fez mudanças significativas na equipe, a começar pela formação tática.

England No 4-1-4-1 de Capello, Bent isolado e contando com as boas aproximações dos wingers. Destaque para a dupla “box-to-box” Wilshere e Lampard.

O tradicional 4-4-2 ortodoxo foi substituído por um 4-1-4-1 ousado e veloz, tendo Rooney e Young como wingers, e Darren Bent como pivô, mas o destaque da partida fica por conta do trio de meias.

A começar por Scott Parker, que fez ótima partida à frente da defesa. Mais avançados, Wilshere e Lampard se entenderam muito bem e foram os destaques da equipe, tanto na retomada da pelota, quanto na distribuição da criança, girando bem em busca de espaços. Há de se levar em conta a fragilidade da seleção galesa, mas não se pode desconsiderar a excelente atuação do trio que dá uma boa dor de cabeça para Capello.

Onde encaixar Gerrard no time quando esse estiver disponível? Eu recuaria Wilshere para a função de cabeça de área e escalaria o meia do Liverpool no lugar de Parker.

ALEMANHA

Em Kaiserslautern, a seleção que encantou o planeta na Copa do Mundo recebeu a fraquíssima seleção do Cazaquistão e bateu com facilidade por quatro tentos a zero, com dois gols de Muller e dois do infindável artilheiro Klose.

Germany Praticamente o mesmo time  utilizado no Mundial; muito dependente dos contragolpes.

Joachim Löw manteve o mesmo 4-2-3-1 da terceira colocação na África, com apenas duas mudanças. Na quarta zaga, Badstuber assumiu a posição de Friedrich e na lateral esquerda, Aogo herdou a camisa de Jérôme Boateng.

Apesar da fraqueza do adversário, que não impunha nenhum tipo de risco aos alemães, ficou evidente a dificuldade da seleção germânica em ter a responsabilidade do jogo. No mundial, a estratégia era clara: deixar a posse de bola com o oponente e sair em contra ataques quase sempre letais. Foi assim que os alemães golearam Inglaterra e Argentina. Como a equipe cazaque não saia de seu campo de defesa – até pela baixa qualidade técnica, a alternativa alemã foi a bola parada, origem de três dos quatro gols.

ARGENTINA

Ficou muito clara a estratégia de Sérgio Batista: tentar “trazer” o Barcelona para a seleção albiceleste.

Argentina O 4-3-3 de Batista com Messi atuando como um falso 9: Qualquer semelhança com o Barcelona não é mera coincidência.

Em busca do perfeito desempenho do melhor jogador do mundo com a camisa da seleção, o treinador argentino tenta reproduzir o esquema de jogo ao qual Messi está mais que acostumado. O 4-3-3 com o camisa 10 atuando como um falso 9, flutuando no espaço entre a zaga e os volantes adversários.

Do meio pra frente, a cópia funcionou muito bem, com boas subidas de Cambiasso e Banega e a aproximação de Di Maria e Lavezzi, a Argentina com boas triangulações produziu diversas oportunidades e fez de Howard o homem do jogo.

O que Batista parece ter esquecido é da forma como o time catalão se defende. Se defender mantendo a bola nos pés é algo visto apenas na equipe de Guardiola, e é algo inimaginável para uma seleção devido à falta de tempo para um entrosamento perfeito que permitiria tal estilo de atuação.

Particularmente, gostaria de ver Tevez ou Kun Agüero como um dos wingers no lugar de Lavezzi, acredito que possa dar mais qualidade à trinca ofensiva argentina, mas Batista deve concentrar suas preocupações sobre o seu frágil setor defensivo – que apesar de ainda ser fraco, evoluiu muito com relação à Copa.

BRASIL

Jogando “em casa” no Emirates Stadium, a seleção brasileira não encontrou grandes dificuldades para superar a frágil Escócia.

Brasil O posicionamento de Elano e Jadson foi o grande problema na seleção perante à fraca Escócia. Esperança na volta do maestro Ganso.

Utilizando o mesmo 4-2-3-1 que já vinha utilizando, Mano Menezes resolveu trazer de volta alguns jogadores que se salvaram na campanha na África do Sul como Lúcio e Elano. Ao contrário do que eu imaginava, o santista atuou como enganche enquanto Jadson ocupou a faixa direita do meio campo.

Em minha opinião, um equivoco do treinador canarinho, que poderia ter invertido o posicionamento da dupla, colocando ambos para fazerem as mesmas funções que já fazem em seus clubes. Esse posicionamento deixou os dois meias perdidos em campo e dificultou a criação de jogadas.

Essa criação só foi surgir quando Neymar deixou a ponta esquerda do campo e passou a flutuar desse setor para a faixa central, jogando mais próximo do gol. Esse deslocamento do camisa 11 abriu o corredor para a descida de André Santos (que aproveitou muito bem a oportunidade dada com a lesão de Marcelo) e o lateral pôde fazer o passe para a jóia santista abrir o marcador – ampliou na etapa final em cobrança de pênalti.

A expectativa pelas voltas de Ganso e Pato (apesar da boa participação de Leandro Damião) e a boa entrada de Lucas nos trazem uma esperança de ver uma seleção não apenas sólida defensivamente, mas ágil e letal ofensivamente, como estamos (mal) acostumados.

Momento Histórico supera resultado do Majestoso!

RCLongos quatro anos se arrastavam desde a última vitória são paulina sobre o arqui-rival Corinthians, em 11 de fevereiro de 2007. Nesse período, foram onze jogos com sete vitórias alvinegras e quatro empates.

A vitória do time do Morumbi sobre o rival de Parque São Jorge na tarde de ontem por dois tentos a um, derruba o duradouro tabu e coloca o Tricolor na vice liderança do Campeonato Paulista.

Porém, algo muito maior que o resultado aconteceu na Arena Barueri. A história foi escrita no acanhado estádio que recebeu cerca de 17 mil espectadores, que presenciaram o 100º gol de Rogério Ceni, o goleiro que mais fez gols na história do futebol.

História que começa em 15 de fevereiro de 1997, contra o União São João de Araras, também pelo Campeonato Paulista, quando em vitória Tricolor por dois a zero, Rogério Ceni marcou seu primeiro gol na carreira.

História que teve um capítulo especial em 18 de junho de 2000, na final do Paulistão diante do Santos, quando o ídolo tricolor fez aos 38 da etapa final o tento que levou o título do estadual daquele ano para o Morumbi.

História que teve seu clímax no ano de 2005, ano em que Rogério se torna imortal no Morumbi ao levantar a tríplice coroa (Estadual, Libertadores e Mundial), sendo o artilheiro da equipe na temporada com 22 gols, algo inimaginável para um goleiro. No mesmo ano, Rogério fez ainda uma de suas mais espetaculares atuações com a camisa são paulina, na final do Mundial contra o Liverpool, quando apesar de não ter deixado sua marca, o arqueiro parou o ataque inglês em diversas oportunidades.

Quis o destino que o 100º e mais especial capítulo dessa jornada viesse nessa semana. Ainda na quarta-feira, em derrota do São Paulo para o modesto Paulista de Jundiaí por três a dois, um pênalti no fim da partida permitiu que o capitão Tricolor chegasse ao 99º tento e se aproximasse da marca histórica nas vésperas do Majestoso.

Claro que o cunho por si só já é um momento diferenciado para o goleiro e para o torcedor tricolor, mas o fato de ser contra o Corinthians o torna ainda mais especial e impensado até pelo são paulino mais otimista. Corinthians que por sinal, valorizou ainda mais o resultado e o gol de Ceni, demonstrando a bravura que lhe é peculiar e lutando pelo empate até o fim do jogo, mesmo com um jogador a menos.

Mas a tarde era Tricolor, era de Rogério, que além do gol sobre Julio César, fez duas defesas espetaculares em finalizações de Jorge Henrique e de Liedson que garantiram a vitória e o brilho de uma marca inesquecível. Parabéns Rogério Ceni, por ser mais um no hall de jogadores imortais do país do futebol.

 

Abaixo, trago palavras do amigo Jean Vieira. São Paulino doente que pode traduzir melhor o que a torcida tricolor sente com o gol histórico do eterno camisa 1 do Morumbi:

Só quem é são-paulino sabe o que é Rogério Ceni. Um profissional extremamente dedicado, articulado e correto. Pode parecer arrogante para alguns, mas ele apenas sabe o que realmente representa. Um jogador que não admite a derrota e trabalha o triplo quando ela acontece. Uma pessoa que nasceu pra ser um vencedor.

E ontem foi capaz de ofuscar um clássico do tamanho do “São Paulo x Corinthians”, ofuscou a quebra de um tabu sem vitória Tricolor, de quatro anos, em cima do time do Parque São Jorge. Pegou a bola, colocou debaixo do braço e resolveu acabar com o jogo. Para os que falam que o MITO é só goleador, perguntem ao Jorge Henrique sobre a defesa de Rogério Ceni ontem no segundo tempo.

Enfim, Rogério entra para o supra sumo da história do futebol brasileiro e mundial. Orgulho para nós são-paulinos, motivo de revolta para alguns rivais. O futebol diz: “obrigado, Rogério Ceni”.

Jean Vieira

quarta-feira, 16 de março de 2011

Real Madrid 3-0 Lyon – Classificação e fim de tabus

Durou muito tempo, para ser mais exato, longos seis anos de insucessos do Real Madrid nas oitavas de final da Champions League, mas nessa temporada, a equipe comandada por José Mourinho quebrou esse tabu, e de quebra, mandou para o espaço outro incomodo jejum, o de nunca ter vencido o Lyon.

O treinador português lançou a equipe no costumeiro 4-2-3-1, com duas alterações com relação ao time que empatou por um tento a um o primeiro jogo no Stade Gerland: A volta de Marcelo na lateral esquerda no lugar de Arbeloa (a opção pelo espanhol no primeiro cotejo foi provavelmente visando um maior poder de marcação) e a saída de Adebayor do time titular para o retorno de Benzema, em ótima fase, com sete gols nos últimos cinco jogos.

Assim como o luso, Claude Puel também fez duas mudanças no time que empatou a perna de ida, uma por imposição, uma vez que Michel Bastos cumpria suspensão e abriu espaço para a entrada de Briand pelo flanco direito, a outra por opção técnica, com a volta de Lisandro para o comando de ataque no lugar de Gomis.

Madrid x Lyon

O jogo começou com um Real disposto a liquidar a fatura logo no inicio, partindo pra cima de um Lyon acuado, que marcava com linhas bem retraídas e procurava assustar em contragolpes.

É notória a preferência das equipes de Mourinho em jogar deixando a posse da bola pro oponente, buscando explorar espaços em contra ataques geralmente fatais, no entanto, hoje o time era exatamente o oposto, mantendo a bola por maior tempo e martelando contra uma defesa até então bem postada e um Lloris com atuação sensacional, salvando os franceses por três oportunidades na metade da primeira etapa.

Foi aí que apareceu um fator que faltou aos merengues no confronto de ida, as boas investidas pelo lado esquerdo, com as triangulações entre Marcelo e Cristiano Ronaldo. Aos 36, o lateral brasileiro avançou em velocidade, tabelou com o português e deixou Lovren no chão antes de tocar para as redes abrindo o marcador do Santiago Bernabéu. Ainda deu tempo de Marcelo produzir outra jogada pela esquerda, quando o camisa 12 levantou para Benzema fazer o que seria o segundo gol blanco, não estivesse em posição irregular.

No retorno para a etapa final, tendo que arriscar um pouco mais, Claude Puel trocou Briand por Gomis, abrindo Lisandro para o flanco esquerdo e deixando Delgado na beirada direita do campo, para explorar e marcar as subidas de Marcelo, algo que Briand não fez.

Porem, quem continuava com as rédeas do jogo era a equipe da casa, que sufocava o Lyon para aumentar o placar e dar um fim a “maldição das oitavas”. A pressão merengue parece ter atordoado a defesa francesa, que já não mostrava a organização da etapa inicial, além de errar muitos passes na saída de jogo, o que emperrava as ações ofensivas dos visitantes.

Em um desses erros, aos 20 minutos, o lateral Reveillere entregou a bola de bandeja a Marcelo, que da sua intermediária descolou lançamento preciso para o ataque, onde Benzema contou com falha bisonha de Lovren para sair cara a cara com Lloris, que dessa vez não teve chance. Dois a zero e classificação praticamente definida.Benzema

Na base do desespero, o Lyon até tentou criar alguma coisa na busca do empate que lhe daria o acesso, e por pouco não diminuiu com Gomis, que após bela tabela com Lisandro, soltou uma bomba para ótima intervenção de Casillas. A saída do Lyon do campo de defesa deu ao Real aquilo que o time melhor sabe aproveitar: espaços na retaguarda adversária. E foi nesse espaço que Özil subiu sozinho no meio campo e com um leve desvio de cabeça deixou Di Maria de frente para o gol, com muita categoria, o argentino encobriu o camisa 1 dos Gones para fazer o terceiro e decretar o fim do tabu.

Um placar elástico (o maior nessa fase de oitavas da UCL) e uma boa apresentação pra mostrar o gigante que é, e que chega com muita força para a próxima fase. Destaque para a sólida defesa merengue, que ainda não sabe o que é sofrer gols nos quatro jogos disputados em seus domínios.

Destaque também para a belíssima homenagem feita por jogadores de Real Madrid e Lyon ao zagueiro/lateral do Barcelona, Eric Abidal, que teve descoberto um tumor no fígado e foi aplaudido de pé por um Santiago Bernabéu lotado.

Marcelo

sábado, 12 de março de 2011

Resta Um

Há cerca de quinze dias, o Arsenal lutava em quatro frentes e tinha a possibilidade real de “fazer a quadra”. O sonho das quatro taças começou a ir pelo ralo quando viu o título da Carling Cup vazar pelas suas mãos diante do modesto Birmingham, e foi reduzido a duas possibilidades quando caiu perante o poderoso Barcelona pela UEFA Champions League.

Uma dessas chances de voltar a conquistar um título – algo que não acontece desde 2005 – era na FA Cup, onde foi até Old Trafford encarar um Manchester United completamente desfigurado.

United - Arsenal Formações Iniciais: Rafael e Fábio como wingers; Rooney, como 5º homem de meio campo, com muita movimentação, foi o destaque vermelho.

Com o duelo diante do Olympique de Marseille pela Champions no meio da semana, Alex Ferguson optou por poupar parte do time, além de não poder contar com Nani, seu melhor jogador na temporada, assim, os Diabos entraram em campo com uma formação bem diferente da habitual. Mesmo que mantido o 4-4-2 ortodoxo, a sua segunda linha foi montada com os gêmeos Rafael e Fábio como wingers e O’Shea e Gibson fechando a meia cancha.

Arsene Wenger, após perder duas possibilidades de conquistas não podia se dar ao luxo de entrar com um time misto, então, lançou o que tinha de melhor em campo, levando em conta os diversos desfalques por lesão – casos de Fabregas, Song, Walcott e Clichy. Sem o seu maestro e capitão, o treinador francês optou por Denilson no meio campo, adiantando Wilshere para fazer a faixa central do meio campo, ao lado de Nasri e Arshavin.

O time da capital até começou o jogo melhor, porém, esbarrava no paredão formado pelas duas linhas compactas do United e sem as aproximações de seus homens de frente, não conseguia as infiltrações.

A postura ofensiva do Arsenal e o excesso de espaços em sua retaguarda tornavam o jogo extremamente perigoso para os londrinos, especialmente pelo posicionamento de Rooney, que cumpria importante papel em campo, voltando mais para recompor o meio e se movimentando de lado a lado nas transições ofensivas, abrindo uma verdadeira cratera entre zaga e meio Gunner.

Quem soube explorar esse buraco na intermediária dos visitantes foi o brasileiro Fábio, que puxou contragolpe em altíssima velocidade e soltou a bola para seu irmão Rafael pela direita que deixou com Rooney um pouco mais atrás. O camisa 10 levantou na área para o peixinho de Chicharito a queima roupa que Almunia espalmou como pôde e o próprio Fábio apareceu para empurrar para as redes e abrir o marcador. Fabio

Para um time já completamente abalado pela sequência infeliz de maus resultados, o tento contra foi um golpe difícil de se recuperar, e assim a vida do United ficou mais facilitada na primeira etapa, contra um Arsenal que até mantinha a posse da bola, mas não conseguia produzir, pelo menos até o final, quando Nasri conseguiu fazer boa jogada e bater rasteiro para a primeira boa defesa de Van Der Sar no jogo.

Na volta para a segunda etapa, Ferguson promoveu uma alteração em sua equipe colocando Valencia (de volta após longo período de recuperação) no lugar de Fabio. Assim, sua equipe se reconfigurou em um 4-1-4-1, com Rooney se deslocando para a ponta esquerda, e Gibson se adiantando para pressionar mais a saída dos visitantes.

A mudança surtiu efeito rápido e logo aos quatro minutos da etapa final, Rafael fez boa jogada pela meia direita, invadiu a área e bateu cruzado, Chicharito dividiu com o zagueiro e a bola subiu, se oferecendo para Rooney, que chegou dando um leve toque de cabeça, suficiente para desviar de Almunia e ampliar o placar.

Se Rooney vinha sendo o nome do jogo até ali, com participação no primeiro gol e anotando o segundo, além de cumprir importante papel tático, a partir do segundo tento começou o showzinho particular de Van Der Sar.

O goleiro holandês parou o ataque do Arsenal, com cerca de seis difíceis intervenções, sendo duas delas simplesmente espetaculares, uma em chute de Koscielny e outra em cabeçada a queima roupa de Chamakh.

Com a atuação fantástica do arqueiro dos Diabos, o placar se manteve intacto até o fim e o United garantiu a classificação para as semi finais da Copa da Inglaterra, mantendo o sonho da tríplice coroa. Quanto ao Arsenal, resta concentrar e apostar todas as fichas na Premier League, onde está em segundo, três pontos atrás do próprio Manchester.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Resumo da semana na UCL

Durante essa semana, como todos sabem, tivemos quatro jogos de volta pelas oitavas de final da UEFA Champions League. Infelizmente, esse que vos escreve não pôde acompanhar as partidas disputadas, para assim fazer uma análise mais detalhada de algum dos cotejos, no entanto, para não passar em branco, trago abaixo uma visão por cima sobre os quatro duelos.

Barcelona 3-1 Arsenal (4-3)

fcb Para começar, o mais aguardado dos jogos, o “clássico do futebol bonito” entre Barcelona e Arsenal. Em um Camp Nou lotado, o Arsenal abdicou de jogar para tentar manter o empate que lhe garantiria a vaga, já que o time londrino venceu no Emirates por dois tentos a um. O ferrolho armado por Wenger durou até os acréscimos da primeira etapa, quando Fabregas cometeu erro bisonho ao tentar dar passe de calcanhar na entrada da área, Iniesta recuperou e acionou Messi, que dentro da área mostrou frieza e genialidade para dar um chapéu em Almunia e anotar um dos mais belos gols de sua carreira.

No inicio da segunda etapa parecia que as coisas se complicariam para o time de Guardiola, quando Busquets desviou para as próprias redes a cobrança de escanteio dos Gunners. Porém, apenas três minutos depois, em lance polêmico, Van Persie recebeu o segundo cartão e foi para o chuveiro mais cedo, facilitando a vida dos donos da casa, que fizeram o segundo e terceiro tentos com Xavi e Messi, para garantirem a classificação. Nota lamentável do jogo por conta da postura do time inglês, que foi a antítese do Arsenal que nos acostumamos a ver, o time que carrega a ofensividade em seu DNA e que não finalizou uma vez sequer ao gol de Valdés.

Shakhtar Donetsk 3-0 Roma (6-2)

WillianNo outro jogo do dia, um massacre dos ucranianos do Shakhtar pra cima da Roma. Os Miners, que já haviam vencido o primeiro duelo no Estádio Olímpico de Roma, não tomaram conhecimento dos Giallorossi e começaram o baile logo aos dezoito minutos, com Willian, em lance que aliou sorte do avante com falha do goleiro Doni. Minutos depois, a Roma bem que podia ter voltado ao confronto, mas Borriello desperdiçou cobrança de pênalti, e no fim da primeira etapa, a expulsão de Mexes complicou de vez a vida do time italiano.

Com um a mais na etapa final, o time ucraniano não precisou se esforçar muito para fazer o segundo, novamente com Willian, dessa vez em chute de muita categoria no ângulo de Doni e o terceiro, com Eduardo da Silva, já no fim do jogo.

Schalke 04 3-1 Valência (4-2)

Já na quarta-feira, um dos confrontos mais equilibrados dessa fase entre Schalke e Valência. O time espanhol teve que sair pro jogo no Veltins Arena, pois o empate em um a um no primeiro jogo, dava aos alemães a vantagem da igualdade sem gols, pelo gol qualificaFarfando. Assim, Los Che abriram o placar logo no inicio do cotejo, com Ricardo Costa, em gol meio sem querer quando a bola bateu na cabeça do zagueiro após cruzamento de Mehmet Topal e foi morrer no fundo das redes. Sem se abater, os azuis royais buscaram o empate e chegaram à igualdade no fim da etapa inicial, em cobrança de falta magistral de Farfan.

O resultado que levaria o confronto para as penalidades durou apenas até os sete minutos da etapa derradeira, quando Gavranovic aproveitou falha de Guaita e bateu para virar o marcador. Farfan voltou a aparecer no fim da peleja, após receber lançamento de Sarpei e deu um toque de muita categoria para encobrir Guaita e definir o placar e a classificação do time de Gelsenkirchen.

Tottenham Hotspurs 0-0 Milan (1-0)

Em White Hart Lane, o time da casa tinha a vantagem pela vitória obtida em território italiano e entraram com uma postura defensiva, um time bem fechadinho, na busca de um contra ataque, que não aconteceu no primeiro tempo, pela volúpia ofensiva dos milanistas, mantendo a posse de bola por boa parte do tempo e também pela má jornada de seu trioTottenham x Milan de armadores, Lennon, Piennar e Van Der Vaart, que insistiam demais nas bolas alçadas para Crouch.

Na segunda etapa, os Spurs até cresceram e passaram a levar um pouco mais de perigo para o goleiro Abbiati, mas foi o outro goleiro, o brasileiro Gomes, que se destacou com boas defesas para segurar o poderoso ataque rossonero. Outro brasileiro que brilhou no jogo foi Sandro. Com belos desarmes e boa distribuição na retomada, o ex-colorado foi um dos melhores em campo, ao lado de Gallas, perfeito na zaga, inclusive salvando um gol de Robinho em cima da linha. A igualdade sem gols garantiu a classificação do time londrino às quartas-de-final, mantendo vivo o sonho de ter um “time da casa” na decisão em Wembley.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Mesmo em dia ruim, Messi decide

A partida diante do terceiro colocado Valência no Mestalla, era sem dúvidas uma das mais difíceis para o Barcelona em La Liga e uma vitória poderia ser crucial para o tri-campeonato.

Visando surpreender o líder do campeonato, o técnico Unai Emery apostou em um ataque de velocidade – visando talvez os contragolpes, como fez o Arsenal – com Juan Mata na vaga de Soldado em seu habitual, porém diferente 4-2-3-1, dessa vez, sem um nove de ofício.

O time de Guardiola também entrou em campo com um onze inicial diferente do de costume. Além de Valdés e Puyol, ainda ausentes por lesão (substituídos por Pinto e Abidal), o treinador blaugrana optou por reforçar o seu meio campo e escalou Mascherano entre os titulares no lugar de Pedro. Assim, o time da Catalunha fugiu completamente de seu usual 4-3-3, utilizando um 3-1-4-2, com Busquets como líbero ao lado de Piqué e Abidal na zaga e total liberdade para os alas Daniel Alves e Adriano.

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Na tentativa de conter o forte lado direito do Barça, Emery entrou com dois laterais esquerdos, Alba, compondo a linha de quatro defensores e Mathieu atuando mais a frente, na segunda linha de meio campistas, fazendo o primeiro combate a Daniel Alves.

Apesar disso, ainda era por ali que nasciam as melhores oportunidades, sempre dos pés de Messi, que parecia não viver seu melhor dia e desperdiçava várias chances de abrir o marcador na primeira etapa. No time da casa, a melhor ocasião de gol chegou a ir parar nas redes, mas Alba aparecia em condição de impedimento.

Na volta do intervalo, Emery viu que sua aposta em Mata como centroavante não funcionou e trocou Joaquin por Soldado, recuando o camisa 10 para a função de ponta-de-lança, sua posição de origem. Assim, Los Che ofereceram mais perigo à meta de Pinto, explorando muito as jogadas pelos flancos.

Com as dificuldades apresentadas, especialmente após a troca nos mandantes, Guardiola também resolveu mexer na sua equipe e lançou Pedro no lugar de Mascherano, voltando o time para o seu 4-3-3, com o poderoso tridente ofensivo em campo.

Usando a formação com a qual o time já está mais do que habituado, o Barça voltou a controlar as ações da partida e agredir o time alvinegro, especialmente pelas beiradas do campo, aonde chegavam com dois contra um, pois apesar do recuo dos laterais, ambos continuavam a abusar das jogadas em profundidade.

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E foi assim que nasceu o tento que garantiu a vitória para os culés, por volta dos 33 minutos, quando Adriano desceu pela esquerda e rolou para Messi chegar batendo de primeira do meio da área, no cantinho, sem chances para Guaita.

Ficou óbvio que a inovação de Guardiola não funcionou. O time não se acertou jogando no 3-1-4-2 e poderia ter tido sérios problemas caso o Valencia partisse com um verdadeiro nove desde o inicio.

Com a vitória pela vantagem mínima, o Barcelona dispara na ponta da tabela, abrindo dez pontos de vantagem para o segundo colocado Real Madrid – que enfrenta o lanterna Málaga nesta quinta-feira.