sábado, 29 de outubro de 2011

Chelsea 3-5 Arsenal – Surpreendente e Marcante

Van PersieClássicos por si só são sempre jogos emocionantes e completamente imprevisíveis. Mas na atual temporada da Premier League esses jogos tem sido ainda mais espetaculares. Primeiro, foi a impressionante goleada do Manchester United por 8 a 2 sobre o Arsenal. Depois, foi a vez do mesmo United provar do próprio veneno e cair por 6 a 1 perante o seu rival Manchester City, em pleno Old Trafford. Hoje não foi diferente, pois com uma atuação impecável, o Arsenal implicou sonoros 5 a 3 no Chelsea, dentro de Stanford Bridge.

Com suas linhas retraídas e uma postura diferente da habitual, o Arsenal não mantinha a posse de bola, e sim, apostava nos contragolpes, acionando sempre o veloz Theo Walcott pelo lado direito. Por ali, o time poderia ter saído na frente, quando o camisa 14 passou como quis por Ashley Cole e rolou para Gervinho perder gol incrível. Pouco depois, foi a vez de Van Persie desperdiçar ótima chance, também em cruzamento de Walcott.

Chelsea - ArsenalFormações iniciais: O 4-3-3 azul contra o 4-1-4-1 do Arsenal: Lado direito era a saída para as duas equipes.

Com mais posse, mas sem tanta contundência, o Chelsea explorava os lados com Sturridge à direita e Mata nas costas do improvisado Djourou pela esquerda. No entanto, foi quando os dois wingers inverteram seus posicionamentos, que o time chegou ao gol, quando Mata, dessa vez pela direita, recebeu lançamento primoroso de Terry, tirou de André Santos e colocou na cabeça de Lampard para abrir o placar.

O reves no marcador não abalou o time visitante, mas o fez alterar seu estilo, saindo de trás e passando a pressionar o Chelsea em seu campo de defesa e encurralando o time azul. O combate na intermediaria adversária funcionou quando Gervinho se redimiu do tento perdido no inicio ao roubar a bola de Mikel, deixar com André Santos e penetrar nas costas de Terry para receber de Ramsey e deixar Van Persie na boa para empatar. A primeira etapa já se encaminhava para o seu final com o resultado em igualdade, porém, antes do intervalo ainda deu tempo de Lampard cobrar escanteio para Terry se antecipar a Mertesacker e recolocar os azuis em vantagem.

Veio a segunda etapa e com ela um Arsenal avassalador que em dois minutos já havia desperdiçado duas boas chances de empatar. No terceiro minuto, a terceira chance, quando novamente Gervinho roubou a bola – dessa vez de Torres – e deixou com Song, que acionou André Santos livre na esquerda para igualar novamente o marcador.

Sentindo o bom momento, os Gunners não diminuíram o ritmo e a virada não demorou a sair, quando Walcott novamente foi acionado pela direita, mas dessa vez resolveu tudo sozinho, passando no meio de dois marcadores e tocando na saída de Cech para fazer um golaço.

Em desvantagem, André Villas Boas mexeu e lançou o time a frente, trocando Sturridge, Ramires e Mikel por Malouda, Lukaku e Raul Meireles, respectivamente. O 4-3-3 inicial se tornara um 4-4-2, com linhas avançadas e a dupla de wingers Mata e Malouda bem espetados, fazendo quase um 4-2-4. A pressão no campo do oponente fez efeito e André Santos, que havia ido bem no campo de ataque, voltou a falhar na defesa, quando tentou sair jogando e deu a bola nos pés de Raul Meireles, que passou para Mata acertar belo chute de fora da área e igualar novamente o placar.

Chelsea - Arsenal 2Como terminou: Chelsea em um 4-4-2 que virou praticamente um 4-2-4, acabou batido pelo impiedoso Van Persie.

Mas o dono do jogo ainda estava por aparecer. Van Persie, que se movimentou e deu trabalho para a defesa azul durante os noventa minutos, foi letal em duas oportunidades no fim do jogo. Primeiro, quando Malouda recuou bola na fogueira para John Terry, que escorregou de maneira patética e deixou Van Persie tranqüilo para driblar Cech e recolocar os Gunners na frente. Depois, já nos acréscimos, quando o Chelsea se lançava de maneira desesperada ao ataque em busca do empate, Arteta puxou contra-ataque e serviu o holandês pela esquerda para fuzilar a meta azul e fechar o marcador.

Com os três gols, o capitão Gunner chega à impressionante marca de 28 tentos em 27 jogos em 2011 pela Premier League, média de 1,03 por jogo. O resultado pode marcar a temporada para as duas equipes, já que a boa atuação e a goleada em campo adversário podem devolver a confiança para o Arsenal voltar a brigar na parte de cima da tabela mesmo em uma temporada que promete ser difícil. Por outro lado, a segunda derrota seguida deixa o Chelsea a nove pontos do líder Manchester City e cada vez mais preocupado apenas em se assegurar entre os quatro melhores, posição já ameaçada pelo próprio rival vermelho.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Eu vou ensinar como é que se faz, eu vou ensinar como é que se faz...

Deve ser inspirado no refrão do Grupo Molejo que o Vasco conduz a temporada de 2011. Após um inicio de ano trágico, com uma seqüência de derrotas no Campeonato Carioca, o time cruzmaltino se restabeleceu desde a chegada de Ricardo Gomes (e com ele, nomes como Alecsandro e Diego Souza), conquistou a Copa do Brasil e se garantiu na Libertadores.

Pensa que por isso o time se acomodou como outros campeões da Copa do Brasil têm feito? Especialmente Corinthians e Santos nos últimos dois anos, quando tinham disparado os melhores times do país e simplesmente abriram mão do Brasileirão, o mais importante campeonato do país. O Vasco NÃO!

O gigante da Colina demonstra hombridade ao conduzir a temporada “a vera”, levando todas as competições com a seriedade que se deve. No Brasileirão, a liderança com dois pontos de vantagem para o vice Corinthians há apenas sete rodadas do fim deixa o time com chances reais de faturar o penta campeonato.

Na Sul-Americana, mais uma aula de caráter foi dada ontem. Ao contrário do que fazem a maioria dos times brasileiros, abrindo mão da competição continental, mais uma vez, o Vasco NÃO! Precisando vencer os bolivianos do Aurora por três gols de diferença para se classificar (havia perdido por 3x1 em Cochabamba), o time cruzmaltino fez muito mais do que isso e empurrou sonoros 8 a 3 para se assegurar na próxima fase e mostrar ao país como é que se faz.

Mesmo utilizando um time misto, com apenas quatro titulares, o time foi pra cima e começou o massacre com um gol espetacular de Bernardo. O camisa 16 recebeu pela direita, meteu uma caneta no marcador, girou sobre a bola (a la Zidane) para sair de outro defensor antes de soltar um petardo indefensável. Na segunda etapa, o armador ainda faria outro lindo gol, aproveitando passe de Juninho Pernambucano para acertar um lindo chute de fora da área, no ângulo do goleiro Lanz.

Outro a deixar sua marca em duas oportunidades foi Alecsandro. Alias, a noite foi do camisa 9, que desperdiçou chance incrível quando o placar ainda marcava 1 a 0, foi (injustamente) vaiado, se redimiu, anotou o segundo e terceiro tento na goleada e ainda serviu Leandro para fazer o quarto, seu primeiro com a camisa cruzmaltina. No fim, depois dessas reviravoltas da bola, a mesma torcida que vaiou, teve que aplaudir um dos destaques do time no jogo e no ano.

Mas quem se destacou mesmo foi Juninho Pernambucano. Soberbo em campo, controlou a meia cancha e ditou o ritmo da equipe com passes precisos e lançamentos primorosos. No fim, teve sua atuação – de Reizinho que é – coroada com o gol na cobrança do pênalti sofrido por Fagner, o quinto gol vascaíno.

Douglas e Alan fizeram os outros dois gols que fecharam o atropelo do trem bala sobre o fraco time boliviano. Peña, Andaveris e Segovia fizeram os gols do time azul – muito mais por desatenção da defesa cruzmaltina do que por qualidade dos visitantes.

Claro que existe um abismo enorme entre os dois times, mas uma coisa é existir esse abismo, outra bem diferente é saber aproveita-lo para fazer o resultado necessário ou até mais do que isso. A goleada serve para classificar o Vasco, mas serve também para dar ainda mais confiança ao time que é candidato a “bicho papão” do ano, que brigará com unhas e dentes para fechar a temporada com uma tríplice coroa inesquecível.

Que sirva também de lição aos demais clubes brasileiros, que o ano não se resume a uma simples vaga na Libertadores. Que conquistar um Brasileirão tem peso enorme e que abrir mão da Sul Americana é burrice. Afinal, querendo ou não, é uma conquista continental e tem seu valor. Hoje, o Vasco ensina como é que se faz.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Neymar, o imponderável

Em duelo atrasado da vigésima primeira rodada, o Santos recebeu o Botafogo na Vila Belmiro na noite de ontem. Em jogo, para o Peixe, a busca por mais uma vitória que afastaria de vez qualquer possibilidade de rebaixamento e daria tranqüilidade para pensar apenas no Mundial de Clubes em dezembro. Para os cariocas, o cotejo valia nada mais nada menos que a liderança do Brasileirão.

Para sair da Vila famosa com os três pontos e a ponta, o técnico Caio Junior optou por uma formação semelhante a que encarou e bateu o Corinthians no Pacaembu há uma semana. Sacou o atacante Herrera e colocou Felipe Menezes na articulação central do seu 4-2-3-1, abrindo Maicosuel e Elkeson pelos lados, para bloquear os laterais, uma vez que o camisa 10 tinha a função de impedir a saída de bola dos volantes. A única para o time de uma semana atrás era a ausência de Renato, suspenso, substituído por Bruno Thiago.

Tudo parecia certinho, encaixado no time botafoguense, inclusive a troca de Lucas por Alessandro na lateral. Melhor marcador, o veterano poderia se sair melhor no cerco a Neymar. O que o treinador e a torcida botafoguense não esperavam era que o camisa 11 santista saísse da ponta esquerda e viesse jogar na armação do time, a frente do trio de volantes no 4-3-1-2 de Muricy Ramalho, que por conta de uma dor nas costas, não pôde ficar no banco de reservas. Tata, seu auxiliar, ocupou sua vaga.

santos 2x0 botafogo Atuando na articulação, Neymar desmontou o sistema defensivo botafoguense e garantiu a vitória ao Santos.

Como um autentico camisa 10, a “Jóia” ditou o ritmo do jogo e tirou o sono de Bruno Thiago, que certamente não esperava ter que marcar Neymar. No primeiro embate entre os dois, falta e cartão para o botafoguense, ainda aos três minutos de bola rolando. No segundo encontro, o santista mostrou mais uma vez por que é o melhor jogador do país. Entortou o marcador para a direita, para a esquerda, ajeitou e de bico tocou no canto de Jefferson. Um GOLAÇO!

Golaço que abriu caminho para a vitória santista, sacramentada minutos depois com outro belo gol, dessa vez de Borges, que matou no peito, girou e de fora da área, soltou a bomba, sem chances para o arqueiro alvinegro. O gol não só selou a vitória do time da baixada, como marcou um recorde pessoal para Borges: O vigésimo segundo gol do camisa 9, que o coloca n11ao lado de Serginho Chulapa como o maior artilheiro do Santos em uma edição do Brasileirão. Marca que possivelmente será batida nas próximas rodadas.

O Botafogo bem que tentou na segunda etapa. Apertou, encurralou o Santos em seu campo de defesa, mas esbarrou na segurança da defesa santista, além da boa atuação de Rafael.

A derrota tira do Botafogo a chance de assumir a liderança da tabela e depender apenas de si para chegar ao caneco, porém, não afasta e nem deve desanimar o time de Caio Junior na corrida pelo título, afinal, o time até fez uma boa partida, tinha tudo bem planejado, mas, apareceu o imponderável, apareceu Neymar.

sábado, 1 de outubro de 2011

Inter 0-3 Napoli – Nocaute Napolitano

Buscando emplacar a terceira vitória consecutiva e embalar sob o comando de Claudio Ranieri depois de um inicio de temporada horrível com Gian Piero Gasperini, a Inter recebeu o time sensação da última temporada do Calcio, o Napoli, no Giuseppe Meazza.

Ranieri apostou no mesmo sistema que vem utilizando desde que chegou aos Nerazurri, um 4-4-1-1, com duas linhas de quatro bem próximas e Forlan voltando um pouco mais para buscar o jogo. Contando com o retorno de Maicon, o time ganhava uma importante arma pelo lado direito.

Do outro lado, Walter Mazzari não podia contar simplesmente com seu melhor jogador, o artilheiro Edinson Cavani. Na vaga do uruguaio, entrou o ex-jogador interista Goran Pandev. Com isso, Lavezzi foi adiantado para a função de centroavante, enquanto o jogador da Macedônia atuou ao lado de Hamsik na armação da equipe, no já habitual 3-4-2-1 napolitano.

Inter - Napoli Inter com duas linhas de quatro, ajustada em um 4-4-1-1; Napoli bem postado no costumeiro 3-4-2-1 que liquidou os nerazurri.

O time da casa começou melhor, ficando com a posse da bola e trabalhando especialmente pela direita com Maicon. Ricky Alvarez centralizava e abria o corredor para o lateral brasileiro, que aproveitava e chegava ao fundo com freqüência.

Outra boa válvula de escape para o time nerazurri era Diego Forlan. Atuando às costas dos volantes adversários, o uruguaio era o cérebro dos mandantes e levou perigo no começo do jogo, quando saiu da esquerda pra dentro e soltou a bomba de direita de fora da área que passou à esquerda do gol de De Sanctis.

Com suas linhas bem postadas no campo de defesa, o Napoli equilibrou o jogo e passou a sofrer poucos riscos, apostando nos contragolpes, puxados principalmente por Lavezzi, que em velocidade incomodava os zagueiros interistas.

No fim da primeira etapa, o lateral Chivu sentiu e o Napoli aproveitou. Pela direita de seu ataque, Lavezzi saiu da área e lançou Maggio, nas costas do lateral romeno. Obi veio na cobertura e por trás deslocou o camisa 11 napolitano, fora da área, mas o árbitro Gianluca Rocchi apontou penalidade. De quebra, Obi recebeu o segundo amarelo. Julio Cesar até pegou a cobrança de Hamsik, mas Campagnaro apareceu para pegar a sobra e abrir o placar.campagnaro-afp

Com um jogador a mais em campo, o Napoli mudou sua postura na segunda etapa e passou a reter mais a bola, trabalhando na sua meia cancha e esperando uma brecha na defesa para a infiltração.

Mesmo com a desvantagem numérica, a Inter não se intimidou e jogou de maneira franca, se abrindo completamente para buscar o empate. O problema é que essa foi uma atitude suicida para o time da casa, porque encarava um oponente de muita qualidade e muita velocidade para aproveitar os espaços na sua retaguarda.

Na primeira oportunidade, Inler fez lançamento primoroso nas costas da defesa, Maggio ganhou na corrida de Nagatomo e tocou por cobertura na saída de Julio Cesar para ampliar o marcador e praticamente liquidar a fatura.

Atordoado, o time nerazurri que já se apresentava muito nervoso, ficou completamente perdido após o segundo tento dos visitantes, passando a ser presa fácil. Como em uma luta de boxe, o time da casa foi parar nas cordas.

O terceiro gol já poderia ter saído após a linda tabela de Zúñiga e Hamsik, em que o camisa 17 deixou o colombiano na boa para matar o jogo, porém de maneira incrível, dentro da pequena área e com o gol aberto, o ala esquerdo conseguiu jogar por cima.

Mas o nocaute napolitano só veio aos 30 da etapa final, após longa troca de passes do time visitante que culminou com mais um lançamento de Lavezzi nas costas da defesa, dessa vez para Hamsik, que na cara de Julio Cesar não desperdiçou e pôs o time da casa para beijar a lona.

O pênalti mal marcado ainda na primeira etapa e a justa expulsão de Obi deixou o time da casa vendido, diante de um oponente forte e letal que soube aproveitar a “guarda baixa” interista para liquidar o adversário e fazer um resultado importante que garante a liderança momentânea da Serie A para o Napoli.