sábado, 30 de abril de 2011

A Salva é de Prata, mas o time e a campanha merecem Ouro

A duas rodadas do fim, o ótimo time do Borussia Dortmund garantiu a conquista da Bundesliga ao derrotar o Nuremberg no Signal Iduna Park por dois tentos a zero (gols de Barrios e Lewandowski) e contou ainda com o tropeço do Bayer Leverkusen, derrotado pelo Colonia pelo mesmo placar, para garantir a taça com antecedência.

Não que os auri-negros precisassem do vacilo do rival direto na luta pela Salva de Prata. Longe disso. A equipe comandada pelo jovem técnico Jürgen Klopp, passeou ao longo da competição, com campanha incrivel, tendo o segundo melhor ataque (somente atras do Bayern Munique, com 71 gols) que anotou 64 gols e a melhor defesa que sofreu apenas 19 tentos.

A solidez e constância da equipe impressiona ainda mais quando se leva em conta a baixa média de idade do grupo, de apenas 22 anos. Jovens revelações, como o ótimo meia Mario Gotze, de meros 18 anos, líder em assistências no campeonato e uma das maiores promessas de futuro para a seleção germânica.

Outra boa descoberta do treinador é o cerebral turco Nuri Sahin, autêntico box-to-box encarregado por levar o time da defesa ao ataque com maestria e que já desperta o interesse de gigantes como o Real Madrid. O turco foi ainda mais importante a partir do meio da temporada, quando a equipe perdeu o até então craque do campeonato, o japonês Shinji Kagawa, que se lesionou na disputa da Copa da Ásia pela seleção de seu país e perdeu todo o segundo semestre do certame.

Mas nem só de juventude se fez o time que conquistou pela sétima vez a Alemanha, os experientes Weindeinfeller e Lucas Barrios também foram essenciais na campanha de sucesso. O primeiro, por parar os ataques adversários com milagres, e o segundo, artilheiro do time, por fazer estragos frente a frente com os gols oponentes, com muita movimentação e presença de área, facilitando a vida dos meias Grosskreutz e Lewandowski (além dos já citados Gotze e Sahin) e dos laterais, Piszczek e Schmelzer, bons no apoio e ótimos no cruzamento.

Taça mais do que merecida pra um time que mostrou bom futebol e vontade de vencer ao longo da temporada. Um prêmio para um técnico jovem e ousado, que leva o time de Dortmund a conquista depois de nove anos. Prêmio também para o brasileiro Dedê, lateral ídolo da enorme torcida amarela. A Salva de Prata fica com equipe que fez uma campanha que vale ouro, de um time encardido, que dará trabalho a qualquer gigante na próxima edição da UEFA Champions League.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Real Madrid 0x2 Barcelona – Faixa Carimbada

O cenário para Real Madrid e Barcelona era de guerra por tudo que se passou ao longo da semana. Muita tensão e ataques de parte a parte nas entrevistas coletivas pré-jogo esquentaram ainda mais o clima para um jogo que por si só já pega fogo.

O excesso de desfalques forçou os dois treinadores a mexerem demais nas duas equipes. Pelo lado merengue, José Mourinho, como era de se esperar, manteve Pepe como volante e escalou Albiol no lugar do suspenso Ricardo Carvalho para compor a zaga ao lado de Sergio Ramos. Já para a vaga do lesionado Khedira, o gajo optou pelo óbvio e lançou Lass, mantendo o sistema com três volantes que bloqueou o Barcelona na final da Copa do Rey.

Do outro lado, Pep Guardiola teve que mexer mais em seu time. Sem nenhum dos três laterais esquerdos disponíveis, o espanhol escalou Puyol pelo setor e Mascherano na zaga central, ao lado de Piqué. Mais a frente, sem Iniesta, Pep também fez o óbvio e colocou Keita na função.

Madrid - Barça UCL Formações iniciais: sem surpresas, mas com uma mudança no Barça: A inversão dos ponteiros Villa e Pedro.

A forte marcação que o time da capital já havia aplicado contra o rival nos dois duelos recentes foi mantida, no entanto, ao contrário da decisão da Copa do Rey, essa marcação se posicionou bem atras da linha que divide o gramado, dando campo para o time catalão impor seu estilo de manutenção da posse da bola com trocas de passes tranquilas na sua intermediária.

Foi assim que nasceu a primeira boa oportunidade do jogo, após longa troca de passes do Barcelona que resultou em boa enfiada de Messi para Xavi, que finalizou fraco e Casillas evitou o gol.

A postura defensivista (covarde, até) do Real só mudou pouco depois de “esporro” de Cristiano Ronaldo no resto da equipe, que assistia a troca de passes da defesa blaugrana atras do meio campo enquanto o português corria atras dos zagueiros.

Depois da “bronca”, o time acordou e por pouco não abriu o marcador no fim da etapa inicial, quando o próprio Cristiano Ronaldo soltou uma bomba de fora da área que Valdes bateu roupa nos pés de Ozil, que finalizou para nova defesa do camisa 1 – no chute do alemão, o jogo já estava parado por impedimento do camisa 23. Na saída para os vestiários, ainda deu tempo de ter mais uma confusão, e o resultado foi a expulsão do goleiro reserva do Barcelona, Pinto, por dar um tapa em Arbeloa.

Incomodado com a apatia de sua equipe, José Mourinho mexeu no intervalo, trocando o apagado Özil pelo togolês Adebayor, trazendo Cristiano Ronaldo de volta ao lado do campo, e logo no começo o camisa 7 teve nova oportunidade para inaugurar o placar, depois de lançamento de Di Maria que a zaga catalã bateu cabeça e deixou livre para o avante, que desperdiçou.

A mudança mexeu com o time da casa, que marcava mais avançado e forçava os catalães a dar chutões (coisa rara) e até aos erros de passes (coisa ainda mais rara). Mas, quando parecia que a sorte virava para os lados de Madrid, Pepe aprontou das suas e cometeu entrada criminosa em Daniel Alves não deixando outra opção para Wolfgang Stark a não ser expulsar o luso-brasileiro, que até então fazia ótima partida.

De imediato à expulsão, o Barcelona já se lançou a frente novamente e voltou a trocar passes na intermediária madridista, que terminou nos pés de Villa. O camisa 7 recebeu na ponta esquerda, invadiu a área, fintou Arbeloa e encheu o pé para ótima defesa de Casillas, na sobra, Pedro com o gol aberto, cabeceou sem direção, para alivio da torcida da casa. No lance, o brasileiro Marcelo ainda acabou pisando no joelho do espanhol, que acabou substituído por Afellay.

Madrid - Barça UCL2 Na segunda etapa, Madrid com um a menos, em 4-4-1 com Adebayor de referência.

Apenas cinco minutos após a alteração, o holandês, de sangue novo, recebeu a bola pela direita e em sua primeira oportunidade foi pra cima de Marcelo, o brasileiro patinou e não conseguiu acompanhar o camisa 20 culé, que invadiu a área e cruzou rasante para Messi se antecipar a Sergio Ramos e concluir por baixo das pernas de Casillas para abrir o placar.

Com o Real abatido e com a desvantagem em campo e no placar, o Barça teve a vida facilitada e pôde controlar o jogo com tranquilidade até aparecer a genialidade de Messi nos minutos finais, quando o argentino tabelou com Xavi e fez fila na defesa merengue antes de tocar de direita na saída de Casillas para ampliar e dar larga vantagem para a equipe blaugrana na disputa pela vaga na decisão, possivelmente contra o Manchester, que foi adversário do Barça a dois anos em Roma, quando os catalães levantaram seu terceiro troféu.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Prévia - Real Madrid x Barcelona

Após o primeiro par de embates válidos pela Liga Espanhola e pela Copa do Rey, Real Madrid e Barcelona se preparam para mais dois jogos espetaculares e de maior valor, pela UEFA Champions League.madrid-barcelona

Mesmo com a ligeira desvantagem por decidir longe de casa, o time da capital vai psicologicamente mais forte após levar a melhor nos confrontos caseiros, ao garantir o empate mesmo com um jogador a menos no Bernabéu pela Liga, e em seguida assegurar a taça da Copa, batendo o rival pela contagem mínima.

Os desfalques de Ricardo Carvalho por suspensão e Khedira por lesão, forçarão José Mourinho a mexer na equipe que conseguiu parar os catalães. Assim como na decisão copeira, Sergio Ramos deverá ser mantido na zaga central, provavelmente, com Albiol ao seu lado substituindo o defensor português.

Outra opção para Mourinho é recuar Pepe de volta à zaga, mas com as ótimas atuações do camisa 3 nos outros dois jogos, travando o meio blaugrana, dificilmente essa será a alternativa utilizada pelo treinador. Já para a vaga de Khedira (que pode não mais voltar na atual temporada), o escolhido deverá ser Lass Diarra, mantendo assim os três volantes no cerco individual ao trio Messi, Xavi e Iniesta.

Do outro lado, Pep Guardiola também sofre com a condição física de seus comandados nessa reta final de temporada, e mesmo com três laterais esquerdos no elenco, terá que improvisar no setor diante do rival merengue. O mais provável é que Puyol, recém recuperado de lesão e em forma física suspeita, atue pela lateral, enquanto Mascherano irá compor a dupla de zaga ao lado de Piqué – ou até mesmo o contrário, com o argentino na lateral e o espanhol na zaga.

Mais uma baixa para Pep é a ausência de Andres Iniesta. O craque sentiu contratura muscular e não jogará no Santiago Bernabéu. Assim, Keita, que também poderia ser uma opção para a lateral esquerda, deverá preencher o meio campo. Sem Iniesta, o meio blaugrana perde em criatividade e entrosamento, no entanto ganha na força física do malinês, além de sua estatura para colaborar contra as sempre perigosas bolas paradas madridistas, um dos principais trunfos dos campeões da Copa do Rey.

Madrid - Barça_POSICIONAMENTO 1 previa ucl Prévia das formações: Zagas remendadas e a grande ausência de Iniesta podem ser preponderantes no resultado.

Independente da formação das equipes fica a certeza e a expectativa por mais um jogão. Muito amarrado, estudado, sem muitos gols, sem muitas chances, mas recheado de tensão e emoção até o último dos 180 minutos de futebol que definirá um dos finalistas do mais importante torneio interclubes do planeta. A conferir.

A quem interessar, recomendo alguns outros textos prévios do jogão.

Fidelidade ao Estilo ou à vitória? O Dilema de Guardiola – Por André Rocha.

Vez das Peças Pretas – Por Ubiratan Leal

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Copa do Rey é Merengue

Por Marcelo Lobo (http://realmadridcritico.blogspot.com/)

O Real Madrid finalmente venceu o Barcelona e não poderia ser em um momento mais especial, Copa do Rei da Espanha, campo neutro, um espetáculo lindo. Um jogo disputadíssimo onde venceu quem ao longo dos 120 minutos de jogo (sim, tivemos prorrogação) foi melhor. Cristiano Ronaldo em uma linda cabeçada foi o autor do suado gol madridista em Valência.

No primeiro tempo o Real Madrid entrou com a sensação de que encontrou uma formula de parar o tão incômodo rival. Marcou exatamente como no primeiro jogo, Pepe, Khedira e Xabi Alonso foram os leões de sempre. Desta vez o técnico português José Mourinho escalou a equipe com uma pequena substituição: saiu o atacante de ofício Benzema e entrou o alemão Özil. Ao longo da primeira parte o Real conseguiu não só anular o poderoso ataque criativo culè como também marcou na saída de bola, apresentando um futebol ainda melhor do que o já apresentado na semana passada quando empatou com um a menos no Bernabéu pelo Campeonato Espanhol. O seu rival não conseguiu absolutamente nem um lance de perigo em todo o primeiro tempo, mérito para todo o setor defensivo madridista. No ataque por pouco o Real não marcou, criou algumas boas chances com destaque para a linda cabeçada de Pepe na trave direita do goleiro Pinto. O Real desceu para os vestiários com um gosto de quero mais, uma sensação de que o Barcelona poderia ser batido nesta noite.

Os rivais por sua vez no começo do segundo tempo voltaram muito mais motivados, devem ter levado uma boa bronca de seu técnico, pois produziram um volume de jogo que começou a dar frutos perigosos contra o Real. Os defensores brancos já deram uma afrouxada no quesito físico e sentiram o ritmo acelerado ofensivo do Barcelona, porém foram bravos o suficiente para conter os culès. Ainda no final do jogo o Real voltou a criar ótimas chances de gol e deu alguns sustos a meta do Barcelona. Özil saiu para a entrada de Adebayor que logo não deu algum volume de jogo ofensivo que o Real estava precisando e o zero a zero foi o placar final forçando todos a mais 30 minutos de futebol.

No início da prorrogação o Real voltou a ajustar sua marcação e por incrível que pareça os jogadores todos buscaram forças incríveis para voltarem a dar botes e intimidar os meias de criação do Barcelona. E então chegou o tão sonhado momento pelos torcedores madridistas, o gol! Em uma boa investida ofensiva do lateral Marcelo pela esquerda o Argentino Di María pode receber do Brasileiro em um simples um/dois uma bola açucarada na linha de fundo e o argentino foi objetivo: de primeira cruzou e de maneira perfeita o português Cristiano Ronaldo escorou no contrapé do goleiro Pinto. Foi um momento especial para todos os jogadores que correram e abraçaram agradecendo o nosso maior craque por em fim comparecer neste clássico como tanto se cobrava que ele aparecesse. Cristiano Ronaldo foi desde o início um jogador incisivo e mereceu este belo e importante gol de cabeça.012

O Real Madrid agora com este título volta a dar o gás e a confiança que todos os madridistas estavam carentes. Os jogadores agora sabem que podem vencer o Barcelona e não tenhamos dúvidas de que jogarão melhor ainda os próximos grandes confrontos pela UEFA Champions League. Os merengues terão um jogo provavelmente desligado no próximo fim de semana, contra o Valência no Mestalla, mesmo estádio de hoje, só que válido pelo Campeonato Espanhol. Provavelmente José Mourinho escalará uma equipe mista para poupar algumas peças importantes que jogaram a final de hoje. O Real Madrid agora precisa buscar forças para encarar isso como só o começo de uma nova fase uma fase mais justa para o futebol, uma fase onde o reinado do Barcelona começa a ser destronado.

sábado, 16 de abril de 2011

Man City 1-0 Man Utd – Decidido no Erro

Em uma espécie de final antecipada, Manchester United e Manchester City fizeram um clássico muito equilibrado em Wembley, decidido por um erro individual que custou caro aos Diabos Vermelhos.

Sem poder contar com seu melhor jogador, Carlos Tevez, Roberto Mancini mandou a campo o que tinha de melhor, com o italiano Balotelli na vaga do argentino e a equipe no habitual 4-2-3-1.

Também desfalcado de seu melhor jogador, já que Wayne Rooney foi punido de maneira absurda com dois jogos de suspensão por ter xingado após fazer um gol na virada diante do West Ham, Sir Alex Ferguson fugiu do costumeiro 4-4-2, lançando a equipe em um 4-2-3-1, com Park ocupando a faixa central do meio campo e Berbatov isolado no comando do ataque. Além de Rooney, Ferguson ainda decidiu por poupar Giggs e Chicharito Hernandez, devido a dura sequencia do time vermelho.

Man City vs Man Utd_POSICIONAMENTO 1 Formações iniciais: United saindo do habitual 4-4-2 para um 4-2-3-1, que não funcionou como queria Sir Alex Ferguson.

O jogo começou morno, com muito estudo e respeito de parte a parte e partida travada na meia cancha. A partir dos dez minutos os Red Devils começaram a se soltar um pouco mais, muito em função da boa saída de seus volantes, e em uma delas, Carrick deixou Berbatov na cara de Hart, que fez milagre no arremate do búlgaro. Na sequencia do lance, Nani foi a linha de fundo e tocou na área, onde Berbatov novamente desperdiçou, dessa vez, dentro da pequena área.

Os dois lances animaram o United, que passaram a manter a posse da bola e atuar mais no campo de ataque, encurralando o City, que não conseguia encaixar um contragolpe e viu os rivais assustarem novamente, dessa vez com Vidic, que cabeceou com perigo a direita do gol de Hart, após cobrança de escanteio, por volta dos 25 minutos.

A partir dos trinta minutos, baixou um pouco a pressão do United e o City se desafogou, saindo do seu campo de defesa e passando a ofender um pouco mais o seu adversário, levando perigo a meta de Van Der Sar. A primeira delas veio em jogada de Silva pelo lado direito, o espanhol tocou para Balotelli na área, o camisa 45 deixou passar e Barry chegou batendo na rede pelo lado de fora.

O City cresceu e Balotelli, até então inoperante, cresceu junto, e só não marcou um golaço devido a ótima intervenção de Van Der Sar em tiro do italiano de longa distância que o arqueiro desviou para escanteio. Na cobrança, Lescott emendou uma bomba de primeira, por cima do gol.

As duas equipes voltaram iguais para a segunda etapa, e logo no começo, um erro coletivo da defesa vermelha que terminou da pior parte para os Diabos. Primeiro foi Van Der Sar, que na tentativa de afastar, bateu de tornozelo e deixou com David Silva na beirada do campo, o espanhol foi desarmado por Carrick, que deu nos pés de Yayá Touré, que invadiu a área e tocou por baixo das pernas do goleiro holandês, abrindo o marcador para os azuis.

Se na primeira etapa, o United atuava mais no campo de ataque, na etapa final era exatamente o contrário, com o time vermelho acusando o golpe do tento de reves e ficando preso em seu campo de defesa. Vendo o time acuado, Ferguson decidiu mudar e lançou o Chicharito Hernandez no lugar de Valencia – que pouco fez, passando Nani para o flanco direito e Park para a esquerda, voltando ao 4-4-2. Na primeira tentativa do sul coreano pela beirada do campo, o camisa 13 veio fintando para o meio até ser derrubado na entrada da área. Cobrança de falta perigosa de Nani, que Joe Hart salvou com um tapa antes da bola explodir no travessão.

Os bons volantes do United, que levavam o time a frente na etapa inicial, decidiram comprometer todo o jogo no segundo tempo. Carrick entregando o gol, e Scholes, por volta dos 26 minutos, deu entrada desleal, digna de boletim de ocorrência em Zabaleta e foi corretamente expulso. Com um a menos, Ferguson teve que mexer novamente, trocando Berbatov por Anderson, para recompor a sua linha de meio campo.

No fim do jogo, o United bem que tentou sufocar o City, na tentativa de achar um gol na base do abafa, sem sucesso. O time azul se fechou com perfeição e segurou a vantagem minima até o apito final do árbitro, se garantindo assim em uma final de F.A Cup, 30 anos depois de sua última participação na decisão do certame.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

500x Mourinho

Tudo começou em 23 de setembro de 2000, quando defendendo o Benfica, José Mourinho fez sua estréia como treinador profissional, contra o Boavista – que viria a se sagrar campeão português em 2000/2001 – no Estádio do Bessa e saiu derrotado por um a zero, gol do brasileiro Duda. Ali, poucos imaginavam que o técnico viria a se tornar um fenômeno, o Special One.Mourinho

Hoje, em White Hart Lane, onze anos depois, o luso completou seu jogo de número 500, com um aproveitamento impressionante e diversas taças ao longo de sua vitoriosa carreira. São dezessete títulos obtidos, sendo seis títulos conquistados no FC Porto onde se destaca a Taça Uefa e a Champions League, outros seis títulos no Chelsea, entre os quais dois campeonatos ingleses e ainda cinco títulos ao serviço da Inter, onde conseguiu o "triplete" na temporada passada, levantando sua segunda Champions League.

Nesses 500 cotejos em que esteve no banco de reservas comandando suas equipes (foram seis: Benfica, União de Leiria, FC Porto, Chelsea, Internazionale e Real Madrid), seus números são impressionantes. Foram 335 vitórias, 104 empates e apenas 61 derrotas, um aproveitamento de 82% - em pontos, foram 1.347 disputados e 1.106 conquistados. Para homenagear o vitorioso treinador, esse que escreve destaca três importantes jogos ao longo da carreira mais que “Especial” do português.

1. Monaco 0x3 Porto – O Nascimento de um Mito

Monaco 0x3 Porto Formações iniciais: Com Giuly em campo, Monaco em 4-3-2-1 e Porto bem postado em 4-3-1-2. Foi o cartão de visitas de Mourinho.

Após eliminarem gigantes como Real Madrid e Manchester United, Monaco e Porto fizeram uma final surpreendente na UEFA Champions League de 2003/2004, em Gelsenkirchen.

A cautela de ambas as partes prevaleceu no começo da partida, com o jogo preso na meia cancha, e o Monaco assustava quando abria o jogo pelas beiradas, com Rothen ou Giuly, meias abertos no 4-3-2-1 francês.

No entanto, um duro golpe no time de Deschamps aos 22 minutos mudou todo o rumo do cotejo: Giuly, capitão e melhor jogador da equipe sentiu lesão e deixou o campo para a entrada do croata Dado Prso. Assim, a equipe francesa se configurou em um 4-3-1-2, com Rothen saindo da ponta e centralizando mais suas ações e caiu de rendimento, assim como toda equipe, que via o Porto crescer na partida com inteligência, sabendo esperar o momento certo de atacar. Até que por volta dos 40 minutos da etapa inicial, Paulo Ferreira fez boa jogada pela direita e levantou na área para Carlos Alberto tentar duas vezes antes de empurrar para as redes e abrir o marcador.

Na segunda etapa, em desvantagem, o time alvirrubro partiu em busca do empate, mas esbarrava na sua própria desorganização tática e encontrava dificuldades para passar pela boa marcação dos Dragões, que buscavam por um contragolpe certo para matar o jogo. Saiu aos 26 minutos, quando Derlei escapou em velocidade pela esquerda, foi até a linha de fundo e rolou para Deco tocar com categoria no contrapé do goleiro e anotar o segundo. Não demorou para sair o terceiro, apenas quatro minutos depois, novamente dos pés de Derlei, que dessa vez serviu para o russo Alenichev fazer o terceiro e definir o placar.

Ali, o mundo conhecia José Mourinho. O homem que levou o limitado, porém esforçado time do Porto a conquista do mais importante torneio interclubes do planeta.

2. Internazionale 3x1 Barcelona – O Melhor

Inter 3x1 Barça Marcação, fibra e suor: A receita para a melhor partida da carreira de Mourinho.

Com um show tático de Mourinho, a Inter conseguiu desbancar o favorito Barcelona no Giuseppe Meazza e assegurar boa vantagem para o jogo da volta, onde perdeu por um a zero e ficou com a vaga na final da Liga dos Campeões.

Marcando com pressão a saída de bola blaugrana, a Inter começou melhor, impedindo as tramas ofensivas dos catalães com Thiago Motta e Cambiasso anulando o melhor do mundo Messi na intermediaria, Sneijder acompanhando Xavi e Pandev travando as subidas perigosas de Daniel Alves. Ainda assim, bastou um vacilo para que o entrosado e letal time de Guardiola abrisse o marcador, após falha de Lúcio e Maicon, que Maxwell aproveitou para ir na linha de fundo e cruzar para Pedro completar para as redes.

Com a vantagem no marcador, o Barça passou a ditar o ritmo do jogo, bem ao seu estilo, mantendo a posse da bola. Porém, oferecia o contra ataque ao veloz time de “Mou”, e foi assim que os nerazurri chegaram à igualdade, quando Eto’o lançou para Milito, que carregou a marcação e abriu um buraco na área do Barcelona, onde ele rolou para Sneijder chegar batendo e empatar ainda na primeira etapa.

Mal havia começado a segunda etapa e veio a virada, novamente dos pés de Diego Milito, o homem do jogo, que viu Maicon invadindo a área e rolou para o lateral brasileiro encher o pé, sem chances para Valdés.

Após o gol, o Barcelona acordou novamente no jogo e passou a levar perigo, mas parava na ótima fase de Julio César, que fez defesas importantes em finalizações de Messi e Busquets. A resposta da Inter foi novamente com bola na rede, aos 16 minutos, quando Eto’o levantou na área e agora foi a vez de Sneijder servir Milito, que em condição irregular, fez o terceiro e pôs números finais no marcador.

Uma vitória soberba de uma equipe que sobrou em termos de dedicação e organização. Considerada pelo próprio “Special” como a melhor de sua carreira e que alavancou o time interista rumo à conquista continental que não vinha há 45 anos.

3. Barcelona 5x0 Real Madrid – O Pior

Barça - Madrid O erro de Mourinho: inverter Di Maria e Cristiano Ronaldo.

Se o próprio Mourinho considera uma partida contra o Barcelona como a melhor de sua carreira, ainda pela Internazionale, o pior capítulo dessa história também se passa contra o mesmo Barcelona, quando a atual equipe do Special, o Real Madrid, caiu com um sonoro 5 a 0 perante o rival catalão.

Na formação, um erro de Mourinho na distribuição de suas peças, ao inverter Cristiano Ronaldo e Di Maria de lado, passando o português para o flanco direito, quando esse poderia atuar pela esquerda, onde está habituado e aproveitar os espaços às costas do ofensivo Daniel Alves. Outro erro foi o time branco atuar tentando fazer linha de impedimento contra um rival de tamanha qualidade com a bola nos pés.

Apesar das falhas, não havia muito o que fazer diante de um time que apresentou um futebol de gala, fez um resultado até com certa facilidade, sem sofrer grandes riscos e aplicou uma goleada que jamais será esquecida nem pelo torcedor merengue, nem pelo treinador. (Para ler a analise completa do jogo, clique AQUI).

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Inter 2x5 Schalke 04 - Massacre azul-real

Em uma partida completamente maluca (e anormal), o Schalke 04 surpreendeu a todos e deu um enorme passo rumo às semi-finais da UEFA Champions League ao golear a atual campeã Inter de Milão por cinco a dois. Ranocchia contra, Raul, Matip e o brasileiro Edu duas vezes fizeram para os alemães, enquanto Stankovic e Milito marcaram para os italianos.
 
Após o desastre que foi o clássico diante do Milan no último sábado, Leonardo mexeu na sua equipe, deixando o 4-2-3-1 utilizado no derby para atuar em um 4-3-1-2, com a entrada de Stankovic no lugar de Pandev e a volta de Milito no comando do ataque, ao lado de Eto’o.
 
Pelo lado dos azuis reais, o novo treinador Ralf Rangnick preferiu não mexer muito e manter o sistema que o ex-treinador Felix Magath já utilizava. Um 4-4-2 em linha, com Raul tendo a liberdade de sair para buscar mais o jogo, o que tornava na prática, um 4-4-1-1, que tinha Edu na vaga do lesionado Huntelaar como pivô. Em sua segunda linha, Papadopoulos era encarregado de pegar Sneijder, enquanto Jurado tinha liberdade para chegar à frente.
 
Inter-Schalke

O golaço de Stankovic com apenas 25 segundos de bola rolando poderia dar aos donos da casa a mesma tranqüilidade e confiança que teve o Milan no jogo de sábado, mas o que se viu foi um Schalke forte e superior, mesmo em domínios rivais.

A opção de Leonardo por preencher mais a sua meia cancha acabou dando demasiada liberdade aos extremos alemães, especialmente pela direita, onde Farfan e Uchida levavam perigo em cruzamentos, mas foi em bola parada que saiu o tento de empate, anotado por Matip, que aproveitou rebote após sensacional defesa de Julio César e empurrou para as redes.

Os interistas sofriam com a previsibilidade de sua equipe, muito em função da má atuação dos vértices no losango de Leonardo, Stankovic (substituído por Kharja aos 25 minutos) e Cambiasso. Ambos não iam bem nem na chegada ao ataque, sobrecarregando Sneijder na articulação e facilitando a marcação alemã. Ainda assim, o camisa 10, diferenciado que é, encontrou espaço para pensar e ver a penetração de Cambiasso na segunda trave, onde o holandês lançou com precisão para o argentino escorar para seu compatriota Milito completar e colocar a Inter novamente em vantagem.

Se Sneijder conseguiu escapar da marcação e achar um espaço de um lado, Jurado fez o mesmo do outro, quando viu boa descida de Baumjohann às costas de Thiago Motta. O alemão recebeu em liberdade e passou para Edu finalizar duas vezes para empatar a peleja.

A equipe alemã voltou avassaladora para a etapa final, e em apenas doze minutos mexeu duas vezes no placar. Primeiro em ótima tabela entre Farfan e Jurado, que terminou com o peruano achando Raul em liberdade na entrada da área. Lá dentro, o veterano não perdoou e anotou o seu 70º tento em Champions League, um mito. Menos de três minutos depois, nova escapada de Jurado (o homem do jogo) pela direita e cruzamento do espanhol para Ranocchia desviar contra a própria meta.

Se a situação se complicou com os dois tentos sofridos no inicio do segundo tempo, ficou ainda pior quando Chivu (ele de novo) fez falta dura e recebeu seu segundo cartão amarelo. Nova expulsão do romeno, a segunda consecutiva.

Para recompor a sua zaga, Leonardo sacou Kharja e colocou Córdoba, tentando evitar um desastre ainda maior. Ironicamente, foi justamente o colombiano, com falha patética, que começou a jogada do quinto gol alemão. O erro foi “dividido” em duas etapas: primeiro quando o camisa 2 tentou dar um bicão na bola para tirar da área e furou bisonhamente; na seqüência, ainda com a bola, tentou sair jogando pelo chão e deu nos pés de Baumjohann, que serviu para Edu girar e deixar o seu segundo no jogo.

O quinto gol deu números finais ao jogo. Uma vitória maiúscula de um time que soube impor seu jogo mesmo fora de casa, anulando o cérebro adversádverseu jogo mesmo fora de casa, anulando o cerebro s. fridos. detem a piormpo correr e esgotando o time da casa.ta.ovicrio, travando assim, suas transições ofensivas. Um time que soube explorar as fraquezas do seu oponente, e arrematar com precisão impar as oportunidades criadas. Um time que soube aproveitar sua condição de franco atirador para jogar a última pá de terra sobre a combalida Inter.

domingo, 3 de abril de 2011

Benfica 1x2 Porto – Tudo Azul

Alguém imagina o Grêmio comemorando um título nacional em pleno Beira-Rio? Ou o Corinthians levantando a taça dentro do Palestra Itália? O Flamengo dando a volta olímpica em São Januário? Pois foi justamente o que aconteceu nesta tarde no Estádio da Luz, onde o FC Porto bateu o Benfica e garantiu o 25º título português de sua história, dentro da casa do maior rival.

Benfica vs Porto Formações iniciais: O 4-1-3-2 benfiquista parou na bem encaixada marcação azul.

Para tentar impedir que o rival levantasse o troféu na sua casa, Jorge Jesus lançou o time no mesmo 4-1-3-2 que vem utilizando, mas optou por deixar o matador Cardozo no banco e escalar um quinteto argentino formado por Salvio, Aimar e Gaitan na meia cancha ofensiva e Jara e Saviola no comando do ataque.

Do outro lado, o jovem André Villas Boas entrou com a mesma equipe que o torcedor portista está habituado a ver. Um 4-3-3 com base alta, apostando na força e habilidade de Hulk pelo flanco direito de ataque.

Com uma marcação melhor encaixada, o Porto começou melhor o duelo, trabalhando a bola no campo ofensivo e dando muito trabalho à defesa do Benfica, especialmente ao lateral esquerdo Fabio Coentrão, encarregado de acompanhar o camisa 12 azul.

Não durou muito tempo até que a nervosa equipe encarnada cedesse à pressão dos visitantes, e em erro de Sidnei, a bola sobrou com Guarin. Rente à linha de fundo, o camisa seis fez o que deu pra fazer e descolou um cruzamento despretencioso que acabou indo parar no fundo do gol graças a falha bisonha do goleiro espanhol Roberto.

Com seus meias de ligação sumidos em campo, especialmente Gaitan e Salvio, que atuavam abertos no time da casa, mas encaixotados na marcação dos laterais e volantes dos dragões, pouco produziam.

Assim, o gol de empate dos encarnados só surgiu graças a colaboração do árbitro Duarte Gomes, que viu penalti de Otamendi sobre Jara – esse que escreve não assinalaria a penalidade. Saviola converteu e igualou o marcador.

A alegria da torcida presente no Estádio da Luz durou pouco, pois minutos depois, Guarin apareceu novamente e fez ótimo lançamento para Falcão García, que foi derrubado por Roberto. Penalti, agora para o outro lado. Na cobrança, o artilheiro do campeonato Hulk deixou o Porto novamente na frente.

Na volta do intervalo, o técnico Jorge Jesus mexeu na equipe, lançando o lateral Cesar Peixoto no lugar do nervoso e escondido Aimar, passando Fabio Coentrão para a meia esquerda e puxando Gaitan para a faixa central. Outra mudança foi a entrada do paraguaio Cardozo no lugar do jovem Jara, que apesar de ter cavado o penalti, pouco produziu na etapa inicial.

As mudanças surtiram certo efeito e o time benfiquista melhorou no segundo tempo, passou a ocupar mais o campo adversário e assustar o goleiro Helton, como em boa finalização de Saviola na grande área e na cabeçada a queima roupa de Cardozo em cima do goleiro brasileiro que encaixou. Apesar da melhora, quem teve a grande oportunidade de matar o jogo foi o Porto, com Falcão, que roubou a bola de Sidnei na intermediária e perdeu gol incrivel frente a frente com Roberto.

Melhor em campo, o Benfica viu a chance de impedir a conquista rival crescer quando Cardozo passou por Otamendi e sofreu falta do zagueiro argentino, que recebeu o segundo cartão e foi para o chuveiro mais cedo. Após a expulsão, Villas Boas fez duas alterações, colocando Maicon no lugar de Falcão para recompor a zaga e sacando Varela para a entrada de Belluschi, fechando a equipe em um 4-4-1 em linha, com o camisa sete que acabara de entrar pela esquerda, João Moutinho pela direita e Hulk isolado no comando do ataque.

Benfica vs Porto 2 Durante boa parte da segunda etapa, Porto com um a menos e reconfigurado em um 4-4-1 em linha.

Com um a mais, o que restou ao Benfica foi sufocar e martelar o time visitante, que se segurava como podia, com sua linha defensiva muito bem no jogo – destaque para Fucile e Rolando. O insucesso irritava os donos da casa, e aos 41 da etapa final, Cardozo fez bobagem ao entrar de forma violenta e acabou também expulso. Nos últimos minutos, por muito pouco os donos da casa não conseguiram igualar o placar e estragar a festa do rival, quando em bate e rebate, a bola ficou para Sidnei, que bateu para defesa de Helton, na sobra, Gaitan bateu com categoria e a bola caprichosamente explodiu na trave direita.

Com o apito final do árbitro, começou a festa azul na casa inimiga, onde mesmo com luzes apagadas, jogadores e torcida puderam soltar o grito de “É CAMPEÃO!”. Uma conquista épica de uma equipe que sobrou durante a temporada, com melhor ataque (58 gols pró) e melhor defesa (9 tentos sofridos) da competição. E pode ficar ainda melhor se o time manter a invencibilidade nas últimas cinco rodadas.

sábado, 2 de abril de 2011

Baile Rossonero

A bola mal havia rolado no abarrotado San Siro e Leonardo nem tinha amortizado toda hostilidade daquela torcida que já o apoiou, quando o Milan chegou à frente pela primeira vez e após ótima triangulação de Robinho, Pato e Gattuso, o camisa oito enfiou para Robinho que dividiu com Julio Cesar e na sobra, Pato chegou completando para as redes com apenas quarenta segundos de jogo.

Durante a semana, a pergunta era uma só: Quem faria mais falta a seus times? Lúcio ou Ibrahimovic? Naquele momento se tinha uma resposta. A movimentação feita pela dupla de avantes brasileiros não ocorre quando o sueco está em campo, enquanto do outro lado, a defesa interista também não é tão perdida quando tem o seu camisa seis na zaga central.

Milan vs Inter Como começaram as duas equipes: Movimentação do ataque milanista atordoou a desfalcada zaga nerazurri.

O tento anotado logo no inicio deu muita confiança aos rossoneros, que marcavam com pressão na saída de bola, acuando o adversário em seu campo de defesa. E aos nove minutos, o primeiro lance polêmico do jogo, quando Seedorf acertou lindo voleio e Maicon bloqueou com a mão, mas o árbitro mandou seguir o jogo.

A Inter tentava se reorganizar e sair um pouco mais pro jogo, mas ainda acusava o golpe do tento de revés no inicio do cotejo. Somente a partir da metade da etapa inicial, foi que os visitantes conseguiam trabalhar melhor a bola na intermediaria milanista, no entanto, com finalizações imprecisas de longa distância, não conseguiam assustar o goleiro Abbiati, que só foi trabalhar de fato aos 38 minutos, quando Thiago Motta aproveitou cobrança de escanteio de Sneijder e testou forte para espetacular defesa do arqueiro rossonero.

Havia uma expectativa de um segundo tempo melhor por parte dos comandados de Leonardo, que foi por água abaixo logo aos nove minutos, quando Pato avançou em velocidade e foi derrubado por Chivu na entrada da área. Cartão vermelho para o romeno. Na cobrança da falta, Thiago Silva soltou uma bomba para a primeira das várias intervenções de Julio Cesar no jogo.

Se contra onze o Milan já se impunha e trocava passes até com certa facilidade, com um jogador a mais os rubro-negros passaram a desfilar um futebol que há muito não se via, com ótima movimentação (especialmente da dupla de ataque), tabelas curtas, inversões e passes longos precisos e regidPatoos pelos gritos de “Olé” que vinha das arquibancadas. Em uma dessas tramas, Seedorf (que fez partida espetacular) descolou ótimo lançamento para Abate pela direita, o lateral errou o chute e Pato – em posição irregular – desviou para o gol vazio e ampliou o marcador.

Com o segundo gol, o time de Leonardo se perdeu, parecia um boxeador preso nas cordas, prestes a ser nocauteado. Sem qualquer poder de reação, os nerazurri ficaram a mercê do Milan e só não sofreram uma goleada histórica graças à boa atuação de Julio Cesar, que evitou que Robinho anotasse o terceiro tento em diversas oportunidades.

Por volta dos 35 da etapa final, Allegri fez a segunda mudança em sua equipe, lançando Cassano no lugar de Robinho, que correu, se movimentou bem, mas desperdiçou vários gols. E deu tempo para o polêmico atacante italiano aprontar das suas, para o bem e para o mal.

Para o bem, quando recebeu lançamento de Seedorf (ele, de novo) e foi derrubado por Zanetti. Penalti, que ele mesmo converteu. Na comemoração, o camisa 99 tirou a camisa e foi punido com o cartão amarelo, que se repetiu apenas dois minutos depois, quando o avante fez falta por trás no mesmo Zanetti. Scout de Casssano no jogo, dez minutos em campo, um gol anotado, dois cartões e expulsão, nada de surpreendente.

A maiúscula vitória dá além dos cinco pontos de vantagem, uma confiança sobrenatural para o Milan encarar as últimas sete rodadas do Calcio e garantir o Scudetto que não conquista desde a temporada 2003/2004. Já a Inter, precisa juntar os cacos de uma dura derrota e levantar a cabeça para a batalha de quarta-feira pela Champions League, pois só uma boa vitória sobre o Schalke para (tentar) superar o amargo resultado de hoje.