sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Prévia – Chelsea x Manchester United

Neste domingo, Chelsea e Manchester United, líder e vice-líder da Premier League, respectivamente, se encaram em Stamford Bridge.

Quatro pontos separam as duas equipes na tabela, portanto, o duelo não vale (ainda) a liderança. Porém, vale muito para os dois lados.

Para os azuis, a possibilidade de abrir sete pontos do rival e disparar na ponta da tabela, além de se recuperar do baque após a derrota para o Shakhtar Donetsk no meio da semana pela UEFA Champions League.

Para os Diabos Vermelhos, é a chance de diminuir a vantagem para um ponto, encostar e botar pressão no time londrino.

Seguindo informações do Guardian, faço aqui uma prévia do que podemos esperar do embate.

Chelsea - MufcPara o Chelsea, postado no 4-2-3-1 de sempre, a aposta é na velocidade e movimentação de seus meias; No United, com sistema igual, o caminho pode ser os contragolpes.

A troca de passes em velocidade e boa movimentação do trio de meias azuis – contando ainda com a boa chegada de Ramires – podem confundir a lenta marcação do United. Essa é a aposta do técnico Roberto Di Matteo e a esperança do torcedor blue.

Welbeck, atacante de oficio, postado no lado esquerdo da segunda linha de meio campo vermelha, não recompõe com a eficiência de Kagawa, que seria o titular caso não estivesse machucado, ou Cleverley, que é opção, caso Sir Alex Ferguson opte por um time mais fechado, explorando contragolpes.

Contragolpes que podem ser a chave do jogo para o United. Pelo lado direito, aproveitando a velocidade de Valencia e a ótima fase de Rafael neste inicio de temporada para explorar o corredor deixado por Ashley Cole.

A dupla Rooney e Van Persie, cada vez mais entrosados, é outro caminho que tem o vice-líder para buscar o resultado positivo, com o camisa 10 criando e aparecendo para finalizar, e o 20 na referência, se movimentando e abrindo espaço para quem vem de trás.

Claro que tudo que foi aqui escrito é apenas teoria. Vejamos o que acontece na prática nesse domingo, quando a bola irá rolar em Stamford Bridge a partir das 14h – horário de Brasília/DF (transmissão ao vivo no Fox Sports). Em um domingo eleitoreiro e, portanto, sem futebol local, é uma ótima pedida para quem gosta de bom futebol.

UCL - Italianos em baixa




De um lado, nomes como Buffon, Thuram e Del Piero. Do outro, Dida, Maldini e Shevchenko. Esses são apenas alguns dos craques que vestiam as camisas de Juventus e Milan em 28 de maio de 2003, na grande final da UEFA Champions League, em Old Trafford.

Na ocasião, o zero permaneceu no placar durante os 120 minutos de bola rolando. Nos pênaltis, Dida brilhou, defendeu as cobranças de Trezeguet, Zalayeta e Montero e garantiu o título ao Milan, o sexto da gloriosa história rossonera na competição continental – em 2006/2007 viria o sétimo.

Pouco mais de nove anos se passaram desde a citada decisão e hoje a situação das duas equipes na mesma competição é bem diferente. Terminado o primeiro turno da fase de grupos da UEFA Champions League, a análise que se faz após os três jogos iniciais não é nada animadora para os representantes italianos no certame.

Com três empates, a Juventus ocupa a terceira colocação de seu grupo, um ponto atrás do segundo colocado Chelsea e quatro do líder Shakhtar Donetsk. Imbatível em âmbito nacional, o time de Antonio Conte (que por sinal estava no banco juventino na final de 2002/2003) ainda não se encontrou no certame continental e hoje estaria eliminado da competição ainda na primeira fase.

A boa impressão deixada na estréia, quando saiu de um placar reverso de dois tentos a zero para buscar o empate contra o atual campeão Chelsea dentro de Stamford Bridge, não foi vista nos dois jogos seguintes, onde a equipe tinha totais condições de somar seis pontos.

Contra o bom time do Shakhtar dentro da Juventus Arena e diante do modesto Nordsjaelland em território dinamarquês, dois empates em um tento pra cada lado, sendo que em ambos os casos, a Vecchia Signora saiu atrás no marcador.

Agora a obrigação do time bianconero é vencer os dois jogos seguidos que tem em casa, contra Nordsjaelland e Chelsea, para depois jogar a vida na Ucrânia contra o Shakhtar. A boa noticia é que pelo elenco que tem, o time tem condições de fazer esses resultados e avançar.

Diferente do Milan, que com o plantel fraco que tem, corre sérios riscos de cair na primeira fase em um grupo aparentemente fácil. Com uma vitória, um empate e uma derrota, a equipe soma quatro pontos e ocupa a segunda colocação do grupo C, a cinco pontos do líder Málaga e apenas um na frente do Zenit.

A vantagem do time rossonero foi ter conseguido vencer seu principal concorrente pela vaga em plena casa adversária. Além disso, dos três jogos que restam, os italianos tem dois por fazer em San Siro, sendo que o último deles, para decidir a classificação, é justamente contra os russos.

No entanto, como já foi dito, o técnico Massimiliano Allegri não conta com um elenco qualificado e passa apuro até mesmo no Campeonato Italiano, onde está em décimo quinto lugar com sete pontos, empatado com o hoje rebaixado Pescara. E com o Zenit mostrando evolução, acertando o time depois das chegadas de Witsel e Hulk, a disputa pela segunda vaga está totalmente aberta – levando em conta que com nove pontos, o Málaga já tem a sua bem encaminhada.

Apesar do cenário tenebroso, ainda acredito que Juventus e Milan avançam. Porém, se desejam brigar em igualdade com as potencias do continente e quem sabe, voltarem a brilhar como a nove anos atrás, muita coisa terá de melhorar, tanto em Turim quanto em Milão.

domingo, 21 de outubro de 2012

Brasil e Argentina: Os subestimados ganham uma cara e mostram seu valor

Na última Copa América, disputada na Argentina em 2011, menos de 24 horas separaram as eliminações de Argentina e Brasil, perante Uruguai e Paraguai, respectivamente. Ali, muitos ousaram afirmar que as duas grandes potências do futebol sul-americano estavam decadentes e caminhavam rumo a um vexame no Mundial de 2014.

Pouco mais de um ano se passou e hoje a situação é bem diferente.

Mano Menezes foi mantido no cargo após a queda na competição continental, e principalmente, após o fracasso nos Jogos Olímpicos. E foi a partir dos jogos que o treinador brasileiro começou a repensar na forma de jogar de sua equipe.

Sim, concordo que os adversários não foram lá grandes coisas – embora o Japão, que venceu a França alguns dias antes, tenha seu valor. Mas a maneira como o time se portou em seus últimos amistosos foi sim animadora.

Mano mantém o seu sistema tático preferido na formação do time titular, o 4-2-3-1, no entanto, abriu mão de um pivô no comando do ataque, da referência ofensiva que geralmente as equipes adeptas a tal esquema utilizam.

E assim, sem essa figura na frente, a seleção brasileira fez dois bons jogos, diante de Iraque e Japão.

Contra a equipe comandada por Zico, Mano ainda pôde contar com Marcelo na lateral esquerda, e sem Daniel Alves, utilizou Adriano do outro lado, com a dupla de zaga considerada pelo treinador como ideal completando a linha de quatro defensores – diante da seleção nipônica, sem o lateral do Real Madrid, o treinador teve que improvisar Leandro Castan na beirada esquerda, e funcionou muito bem, defensivamente.

À frente, uma dupla de volantes leves e de boa chegada no campo de ataque, com Paulinho e Ramires. E a boa chegada rendeu frutos, já que o volante corintiano foi o responsável pelo gol que abriu caminho para a goleada diante do Japão, e Ramires teve um gol mal anulado no mesmo confronto. Porém, embora tenham mostrado eficiência nos dois amistosos, ainda tenho certo pé atrás com a dupla formada por dois homens de maior volume ofensivo que defensivo, e gostaria de ver a dupla ser testada contra um adversário mais forte, que pode ser já no próximo amistoso, contra a perigosa seleção colombiana, no próximo dia 15 de novembro.

Mas foi o quarteto ofensivo quem mais animou – bem, eu pelo menos me animei. A volta de Kaká dá ao time o toque de experiência que faltava, isso pra não falar na qualidade do camisa 8, tanto no toque de bola quanto nas boas e velhas arrancadas com as quais todos estamos acostumados.

O meia madridista foi escalado no flanco esquerdo da linha de três armadores, com Oscar articulando pela faixa central e Hulk no lado oposto, porém, a movimentação constante e as transições em velocidade, faziam com que ninguém guardasse posição, nem mesmo o “centroavante” Neymar, escalado como a referência ofensiva, mas que sai abrindo espaço para quem vem de trás, como nos dois gols de Oscar diante do Iraque, ou na chegada de Paulinho contra o Japão, que desperdiçou a oportunidade de fazer seu segundo no jogo menos de cinco minutos após abrir o marcador.

Só quem ainda está meio fora de órbita nesse quadrado – que se não chega a ser mágico, tem lá seus truques – é Hulk. O atacante do Zenit parece meio perdido com a velocidade dos passes e da movimentação dos outros três homens. Particularmente, ainda gostaria muito de ver Lucas como titular ao lado do trio.

De mais a mais, Mano Menezes parece enfim estar encontrando o seu time ideal, que ainda carece de alguns ajustes, é verdade, mas já ganha uma cara e dá sinais que será um anfitrião duro no Mundial que se aproxima.

BrasilSeleção que goleou o Japão: O mesmo 4-2-3-1 de sempre, Castan improvisado na lateral esquerda e Adriano na direita, ocupando as vagas dos incontestáveis Marcelo e Daniel Alves. Na frente, movimentação e velocidade caracterizam o quarteto, que vira quinteto ou sexteto de acordo com as subidas da ofensiva dupla de volantes.

Assim como a Argentina, que não é anfitriã, mas também dá indícios de que chegará muito forte à Copa do Mundo.

Ao contrário de Mano Menezes, o ex-treinador da Argentina, Sergio Batista, não resistiu à queda na Copa América e assim cedeu o cargo de comandante do selecionado albiceleste ao atual treinador Alejandro Sabella.

Sob o comando de Sabella, a Argentina lidera com campanha impecável as Eliminatórias Sul-Americanas para o Mundial de 2014. São 20 pontos conquistados em seis vitórias, dois empates e apenas uma derrota, diante da Venezuela, quarta colocada no qualificatório. Além disso, o técnico tem dois amistosos comandando a seleção, ambos contra o Brasil. No primeiro, vitória por 4 a 3. No segundo, o tal “Superclássico das Américas”, contando apenas com jogadores que atuem nos dois países, vitória brasileira por dois tentos a um, em Goiânia.

Mas o principal trunfo do treinador não está nos resultados, e sim, na mudança da postura da equipe, que passou a jogar em torno de Lionel Messi, e assim, fez crescer o futebol do melhor jogador do mundo com a camisa da seleção.

Com Sabella, Messi evoluiu e passou a render próximo do que rende no Barcelona e principalmente, ser decisivo. “La Pulga” é o artilheiro da seleção na “Era Sabella”, com 10 gols, sendo 7 pelas Eliminatórias e mais três marcados contra o Brasil, no amistoso vencido pelos hermanos.

Isso acontece porque Sabella encontrou, enfim, uma forma de posicionar o baixinho de maneira parecida com a que Messi atua no Barça. Um 4-3-1-2/4-3-3, onde o craque alterna as funções de enganche e centroavante, ambas com maestria, como no primeiro gol por ele anotado na vitória por 3 a 0 sobre o Uruguai, onde Messi, como um camisa 10, lançou Di Maria e em seguida, apareceu na área, como um legitimo camisa 9, para concluir o cruzamento do meia madridista. Meia e centroavante na mesma jogada. Arco e flecha.

ArgentinaO time que encarou o Uruguai: 4-3-1-2 que alterna para 4-3-3, de acordo com a movimentação de Messi.

E assim, guindada pelo crescimento do futebol de sua estrela maior, a Argentina mostra seu valor, e a exemplo do Brasil, também dá sinais de que não virá ao Mundial a passeio.

messi-neymar

Neymar e Messi, estrelas maiores de duas seleções ascendentes.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O tal “futebol moderno”: Feito de cretino para cretino

Não tem jeito, a cretinada tomou conta do futebol. E o pior, se alastrou em todas as classes do esporte bretão. Dirigentes, jogadores, árbitros, torcedores, todos tomados pela canalhice.

O último fim de semana no futebol brasileiro foi um exemplo claro do que estou dizendo. Três situações lamentáveis, dignas de pena e indignação ao mesmo tempo.

Primeiro foi o ocorrido em Recife, no sábado, quando o árbitro Leandro Vuaden, numa atitude patética não permitiu o inicio do jogo entre Náutico e Atlético Goianiense enquanto a torcida mandante não retirasse das arquibancadas uma faixa com os dizeres: “NÃO IRÃO NOS DERRUBAR NO APITO”.

Não fosse apenas ridículo, o ato do apitador que atrasou em vinte minutos o inicio da partida, também me parece ser anticonstitucional, afinal, onde foi parar o tal principio da liberdade de expressão?

01A faixa da discórdia: Por isso Vuaden atrasou em 20 minutos o começo da peleja.

“Ah, mas o árbitro está amparado pelo Estatuto do Torcedor.” poderia dizer alguém que concorde com o autoritarismo visto no Estádio dos Aflitos. Dane-se! Sempre aprendi que nenhuma Lei está acima da Constituição Federal, e ela deve ser respeitada, oras.

No domingo, o show de horrores continuou com força total. No Pacaembu, um turista escocês decidiu ir assistir a peleja entre Corinthians e Sport, vestindo uma camisa de seu clube de coração, o Celtic. Até aí tudo bem, não fosse um pequeno detalhe: a tradicional camisa do clube da Escócia, com listras horizontais em verde e branco remetiam às cores do Palmeiras, maior rival do time do Parque São Jorge.

Pronto, foi o suficiente para que meia dúzia de imbecis se sentissem no direito de “obrigarem” o cidadão a tirar a camisa. Por sorte, a polícia interveio, explicou ao gringo o que estava acontecendo e o aconselhou a vestir por cima um agasalho que ele trazia em sua mochila, evitando assim que algo pior ocorresse. Cabe ressaltar, que tal fato aconteceu nas numeradas do Paulo Machado de Carvalho, onde teoricamente ficam os torcedores mais “civilizados”.

Mas o pior do fim de semana aconteceu no Couto Pereira.

Ao término do jogo entre Coritiba e São Paulo, a pequena Milena, de apenas 13 anos, das arquibancadas gritava desesperada por um pouco de atenção de seu ídolo, o são paulino Lucas. O atleta foi até a criança e deu para ela a sua camisa. Pronto! Apareceu novamente uma meia dúzia de babacas, com agressões à jovem e ao seu pai que a acompanhava, forçando para que a camisa fosse devolvida, como se isso fosse um desrespeito ao Coritiba e ao seu torcedor, ou se fosse mudar o resultado da partida e a situação delicada do clube na tabela.

Dessa vez, o policiamento, que estava a cerca de 10 metros da confusão, não interveio e a garota teve que devolver a camisa ao jogador antes que ela e seu pai fossem espancados.

Talvez Lucas e o pai da menina tenham sido um tanto ingênuos em não perceber que a entrega da camisa ali poderia gerar essa confusão, o que não justifica de maneira alguma a brutalidade dos “valentões” com uma criança. E não justificaria também se ao invés de uma criança fosse ali um marmanjo.

1349098214188-torcida-coxaA jovem Milena, acompanhada de seu pai (de azul): aos prantos e cercada pelos pseudo valentões que agridem uma criança.

Ainda bem, que Lucas e o São Paulo Futebol Clube, num gesto elogiável, convidaram a menina a ir aos túneis do estádio, onde ela pôde receber de volta a camisa e conhecer melhor o seu ídolo.

Pacaembu e Couto Pereira, mesmos estádios que há quinze dias já haviam presenciado outras babaquices sem tamanho por parte dos árbitros Marcelo Aparecido de Souza e Ronan Marques da Rosa.

O primeiro mediava o clássico entre Palmeiras e Corinthians, com mando de campo dos alviverdes. Quando Romarinho marcou o gol que abriu caminho para a vitória alvinegra por dois tentos a zero, correu em direção à arquibancada laranja do estádio, onde geralmente ficam as organizadas corinthianas, mas que naquele dia estava a torcida palmeirense. E apenas por isso, foi punido com um cartão amarelo, sem ter feito absolutamente nada.

Enquanto no estádio curitibano, o time da casa vencia o Santos por 1 a 0 e seu torcedor fazia festa, além de vaiar e xingar o ídolo rival Neymar sempre que esse pegava na bola. Tudo certo até então, mas quando o atacante santista marcou o segundo gol dele no jogo e virou o placar em favor do time da baixada, saiu em direção à torcida Coxa Branca, colocando a mão no ouvido, como quem pedia pra que lhe vaiassem ainda mais. E apenas por isso, a exemplo do avante corinthiano, acabou punido com um cartão amarelo – que na ocasião foi o seu terceiro, o que o fez perder a partida contra a Portuguesa na rodada seguinte.

Fico imaginando o que aconteceria com Viola e sua comemoração imitando um porco hoje em dia. Ou Renato Gaúcho, que tinha como hábito colocar o dedo indicador na boca, pedindo silêncio ao torcedor rival. Edmundo, e sua clássica comemoração rebolando em deboche ao Flamengo. Estariam fadados ao fracasso, seriam vencidos pela maldição do politicamente correto.

Viola-PorcoViola imitando um porco após gol contra o Palmeiras: Nos dias de hoje, no tal futebol moderno, talvez fosse expulso por isso.

Mas não pensem que os jogadores de hoje em dia são santos também não, porque estão longe disso. São tão canalhas quanto os apitadores e suas decisões estapafúrdias ou torcedores que regem leis próprias para as arquibancadas.

Ou alguém ainda não está enojado com a praga do cai-cai que tomou conta do futebol? Muitos jogadores habilidosos e decisivos, que simplesmente abrem mão de jogar para se atirarem na área ou próximo dela a fim de cavar uma falta, uma penalidade, ou uma expulsão.

Também nesse fim de semana, mas pelo Campeonato Espanhol, o Sevilla vencia o Barcelona por dois a um, até os trinta da etapa final, quando uma cena patética protagonizada por Fabregas mudou o rumo da partida.

O jogador do Barça se desentendeu com o volante Gary Medel, e chegaram a tocar ombro com ombro. Repito, OMBRO COM OMBRO. Logo o meia blaugrana colocou a mão no rosto, alegando que tinha sido atingido ali pelo seu adversário. Resultado: o árbitro Mateu Lahoz caiu na simulação e expulsou o volante chileno, deixando o Sevilla com um a menos e facilitando para que o Barcelona conseguisse a virada nos minutos finais com gols do mesmo Fabregas e Villa.

cesc-medelO “encontrão” entre Medel e Fabregas. Ombro com ombro que rendeu o cartão vermelho ao jogador do Sevilla.

Fabregas, cria das canteras do Barcelona, assim como Sergio Busquets, que há duas temporadas nas semifinais da UEFA Champions League contra a Inter de Milão, foi o ator de atitude ridiculamente igual, o que provocou a expulsão do volante ítalo-brasileiro Thiago Motta – ainda assim, a Inter conseguiu se segurar e garantir sua vaga na decisão.

Será que além de treinar os passes milimétricos e noção de posicionamento como poucos, a escola de La Masia também dá aulas de dramaturgia? É o que parece.

Mas jogadores que tentam ganhar vantagem em tudo não estão apenas no Barcelona, pelo contrário, o tal futebol moderno está cheio deles.

É um tal de reclamar de tudo, bater de frente com árbitros, simularem lesões de forma grotesca para ganhar tempo, cobrar escanteio um ou dois centímetros fora da marca, como se esse micro pedaço de campo “ganho” fosse fazer toda diferença na cobrança.

Coisas pequenas, que não vão fazer diferença no fim das contas. Pode até fazer em um jogo, em um resultado, mas não o fará ao fim de uma competição, pois o mesmo time que hoje faz cera para ganhar um jogo, amanhã vai reclamar de um rival usando o mesmo artifício.

Não quero aqui bancar o caga regra que espera um jogo todo correto, feito por anjinhos. Não! Isso é vídeo game. Futebol não é assim. E se fosse, seria chato pra caramba (pra não usar outro termo).

Mas, convenhamos que um pouquinho menos de babaquices e autoritarismos por parte de torcedores e árbitros e um pouquinho mais de hombridade dos jogadores não fariam mal a ninguém e enriqueceriam ainda mais o espetáculo.

Porque é isso que o futebol é, um grande espetáculo. Que já viveu dias melhores. E que hoje, com cretinos fazendo um esporte para cretinos, o tal “futebol moderno”, vem matando aos poucos o bom e velho esporte bretão. Infelizmente.