domingo, 18 de setembro de 2011

Tottenham 4x0 Liverpool – Baile Londrino

Pensando em fazer frente aos poderosos de Manchester e ao Chelsea, o Liverpool foi a Londres encarar o Tottenham, time que ocupou o lugar dos Reds como quarta força há duas temporadas e que tenta voltar a figurar entre os primeiros colocados para brigar no mínimo por uma vaga na próxima UEFA Champions League.

Harry Redknapp utilizou sua formação preferida e armou a sua equipe em um 4-4-2 “à inglesa”, com duas linhas de quatro mais dois centroavantes. Do outro lado, se imaginava um Liverpool com sistema semelhante ao do rival, porém Kenny Dalglish optou por um 4-2-3-1, com Suarez à esquerda, Downing pela direita e Henderson na faixa central de três armadores, com Carroll isolado no comando do ataque.

Tottenham - Livpool Como começaram: Tottenham com o bom e velho 4-4-2 hibrido; Liverpool, em um 4-2-3-1, com Suarez saindo da esquerda pra dentro.

Relembrando seus melhores momentos, quando chegou à quarta colocação da Premier League na temporada 2009/2010 e até as quartas de final da UCL na última época, o Tottenham começou o jogo explorando o lado esquerdo com Gareth Bale.

Por ali, o galês passeava contra o improvisado Skrtel (hoje atuando na lateral direita vermelha) e começou a jogada do primeiro gol, quando passou para Defoe escorar e Modric soltar a bomba no ângulo esquerdo de Reina. Falha também de Lucas, que deveria ter acompanhado o croata.

Acuado em seu campo de defesa, o Liverpool só foi chegar com perigo aos dezoito minutos, após reposição de bola de Reina que Carroll ganhou por cima e Suarez em impedimento tocou para as redes, gol bem anulado. A ameaça de reação vermelha, porém, parou por aí e foi comprometida de vez quando menos de dez minutos depois, Charlie Adam fez falta dura em Scott Parker e recebeu o segundo amarelo, deixando a equipe com um a menos – antes disso, Agger lesionado havia dado lugar a Coates na zaga.

Com dez homens em campo, Kenny Dalglish repaginou seu time em um 4-4-1, recuando Henderson para ocupar a vaga de Adam e puxando Carroll para fechar a segunda linha de quatro pela esquerda, dando total liberdade para Suarez ser o comandante de ataque.

Tottenham - Livpool 2 Após a expulsão de Adam, Liverpool em 4-4-1, com o recuo de Henderson para fazer a função de volante e Carroll deslocado à esquerda.

Na volta do intervalo, Redknapp decidiu dar mais criatividade ao time e trocou o inoperante Niko Kranjcar por Van Der Vaart. Até por característica própria, o holandês se deslocava da direita para dentro e abria o corredor para o bom lateral Walker subir ao ataque.

O time da casa controlava bem a posse da bola (chegou a ter 62%) e administrava o resultado, porém faltava contundência para definir o jogo. Na primeira boa chance, Defoe ganhou do perdido Skrtel e deixou Adebayor livre pela direita. Displicente, o togolês bateu fraco nas mãos de Reina. Um minuto depois, mais uma vez Skrtel comprometeu o time e fez falta dura em Bale e assim como Adam, recebeu o segundo amarelo e foi para o chuveiro.

Com dois a mais, o Tottenham teve a vida facilitada e antes qmodric ue o Liverpool se reorganizasse, Van Der Vaart, por dentro, fez ótimo lançamento para Defoe ganhar de José Enrique e fuzilar a meta de Pepe Reina para ampliar.

A vantagem numérica e no marcador deu tranquilidade aos Spurs, que tocavam a bola de pé em pé, colocando o time vermelho na roda até Defoe receber na entrada da área e bater fraco no meio do gol. Reina falhou e soltou nos pés de Adebayor, que dessa vez não desperdiçou.

Sem muito o que fazer, Dalglish trocou Downing e Suarez por Spearing e Bellamy, reoxigenando sua equipe visando evitar o pior. No entanto, no último lance do jogo, Adebayor, livre pela direita, recebeu lançamento de Ekotto e bateu firme para dar números finais a partida.

Tottenham - Livpool 3 No fim do jogo, Liverpool com dois a menos, sem muito o que fazer e entregue, apenas assistiu o baile dos Spurs.

Com um jogo a menos e há apenas três pontos do atual quarto colocado Newcastle, o Tottenham vai se colocando na briga pela última das quatro vagas – imaginando que Manchester United, Manchester City e Chelsea devem brigar pelo título e consequentemente, ocupar as três primeiras posições.

Para o Liverpool, o momento é de saber engolir o duro revés e seguir o bom trabalho, se mantendo na briga direta com o próprio Tottenham pela mesma vaga. O retorno cada vez mais próximo de Gerrard dará mais qualidade, e principalmente, inteligência ao time, algo que faltou no baile londrino de hoje.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Paris Saint-Germain 3×1 Red Bull Salzburg: movimentação dos meias é a chave

Texto inicialmente publicado no A Prancheta, por Leandro Colares.

As contratações de Javier Pastore e Jérémy Ménez foram certeiras. Rápidos e habilidosos – especialmente o argentino, no segundo quesito –, têm grande chance de se adaptar à equipe. O esquema os favorece, e beneficia também Nenê, jogador que deve crescer de produção e voltar a boa fase do primeiro turno da Ligue 1 em 2010-11.

No 4-2-3-1 de Antoine Kombouaré, Ménez se posicionava à direita e Nenê à esquerda, com Pastore por dentro. Mas o esquema não funcionou durante boa parte do primeiro tempo. Antes do gol de Nenê, o Red Bull Salzburg era melhor. A equipe austríaca marcava no campo de ataque e tinha maior controle.

O 4-1-4-1 austríaco baseava-se na intensa movimentação de seu lado esquerdo. Jantscher se saía da esquerda para o meio, abrindo o corredor para a passagem de Svento. A recomposição do time francês era falha e os espaços apareciam.

Mas o Red Bull não tinha criatividade. Rodava a bola, com bons passes, mas não entrava na área. Ninguém se aproximava de Maierhofer, que pouco tocou na bola.

No PSG, Erding teve muita dificuldade em jogar de costas para o gol. O turco está mais acostumado a atuar em dupla, como acontecia em 2010-11, ao lado de Hoarau.

No 4-2-3-1, PSG não foi bem durante maior parte do primeiro tempo. Salzburg no 4-1-4-1, eficiente nos passes e pobre em infiltrações.

O segundo tempo sofrível dos austríacos é resultado, também, da nova postura de marcação do Paris Saint-Germain. Pressionando a saída de bola, os franceses dominaram por completo a etapa final.

Isso porque a movimentação do trio de meias se intensificou. Ménez, Pastore – que estava em tarde inspirada – e Nenê trocavam de posição o tempo todo, procurando tabelas e infiltrações por dentro. A marcação adversária sofreu e sucumbiu diante da eficiente fluência nos passes.

Ao mesmo tempo, é preciso destacar que os armadores do PSG tiveram muito espaço. O Red Bull Salzburg se desorganizou no segundo tempo, perdendo a compactação necessária para obter uma eficiência minimamente razoável.

Intensa movimentação do trio de meias do PSG, agora com Gameiro na frente. Red Bull se descompactou e sofreu na saída de bola.

O novo Paris Saint-Germain é uma equipe de muito talento. O entrosamento entre os três armadores é fundamental para o sucesso do 4-2-3-1, que necessita desta movimentação citada acima. Nenê tem tudo para voltar à boa fase. Resta saber se o centroavante estará à altura. Gameiro – que tem sido titular na Ligue 1 – dará conta do recado?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Barcelona 2-2 Milan – O Jogo só acaba quando termina

O gol de Alexandre Pato ainda aos 25 segundos de bola rolando, o quinto mais rápido na história da Champions League, foi um duro golpe aos mais de noventa mil espectadores que lotaram o Camp Nou para a estréia do atual campeão do torneio contra o atual campeão italiano e detentor de sete taças continentais.

Apesar do gol relâmpago, o Barcelona não se abalou e naturalmente impôs o seu estilo. Manutenção da posse da bola, que chegou a incríveis (mas não surpreendentes, em se tratando do time de Guardiola) 73%, toques de lado a lado e muita movimentação no campo ofensivo.

Sem poder contar com sua dupla de zaga titular, Pep Guardiola mais uma vez utilizou os volantes Busquets e Mascherano para compor a zaga. Hoje, ao lado de Abidal, formaram um trio defensivo no 3-4-3 em linha, diferente do mesmo 3-4-3 em losango utilizado na estréia da liga espanhola contra o Villareal – leia mais AQUI.

barça - milan ucl Apesar do diferente 3-4-3, Barça como de costume: marcação adiantada e muita movimentação.

No desfalcado Milan, sem poder contar com os avantes Ibrahimovic e Robinho, o gol caiu como uma luva para quem já foi à Espanha com o pensamento no empate. Daí em diante, era se fechar e esperar por um contragolpe. Seedorf, fazendo o vértice esquerdo no losango rossonero, fechava o cerco para Daniel Alves, porém, com a lesão de Boateng, Ambrosini entrou nessa faixa e o holandês foi deslocado para a função de enganche e o italiano não conseguiu mais encurtar os espaços para o lateral brasileiro.

Diante do ferrolho armado por Maximiliano Allegri, o time da casa precisava acelerar o último passe ou contar com um lance individual para furar o bloqueio dos italianos. Foi onde apareceu o melhor jogador do mundo. Na primeira tentativa, passou pelos defensores e bateu fraco para a defesa de Abbiati. Na segunda, deixou Abate na saudade e cruzou rasteiro para Pedro igualar o placar.

Com apenas cinco minutos da etapa final, em lance até atípico para o time catalão, David Villa aproveitou uma das inúmeras infrações milanistas e levou o Camp Nou ao delírio com belíssima cobrança de falta da intermediaria que colocou o time blaugrana na frente.

Allegri trocou o inoperante Antonio Cassano por Emanuelson, reconfigurando a equipe em um 4-4-1-1, com o camisa 28 aberto à esquerda na segunda linha de quatro, justamente para combater Daniel Alves. Do outro lado, Nocerino batia com Fabregas, que substituiu o lesionado Iniesta ainda na primeira etapa, enquanto Messi era acompanhado de perto por Van Bommel e Ambrosini, se revezando entre o combate inicial e a cobertura ao melhor jogador do mundo.

barça - milan ucl 2 Na segunda etapa, Milan em 4-4-1-1 visando diminuir os espaços de Dani Alves. Barça, de volta ao 4-3-3 com a entrada de Puyol.

Com a entrada de Puyol na vaga de Keita, o Barcelona voltou ao rotineiro 4-3-3 que o consagrou e controlava a partida, sem sofrer riscos, porém, também não oferecia perigo algum ao gol de Abbiati.

E a exemplo do cotejo de sábado, quando a equipe veSpain Soccer Champions Leaguencia por 2 a 0 a Real Sociedad pelo campeonato espanhol, a tranquilidade virou displicência, e o time já não fazia questão de ofender o adversário. Tal qual na partida da Liga, o time foi castigado, quando Thiago Silva subiu mais que Mascherano após cobrança de escanteio de Seedorf e empatou o jogo já nos acréscimos, dando números finais à peleja.

Um empate heróico para o Milan, e frustrante para o Barcelona, que precisa voltar a manter a concentração até o apito final do árbitro, pois como já dizia o ditado, o jogo só acaba quando termina.

Destaques do Brasileirão – Parte III

Após um longo período, voltamos com os destaques do campeonato. E com todo esse tempo, é natural que sobrem assuntos, mas como não há espaço para todos, peço desculpas se algum tema relevante na opinião dos amigos não estiver presente. Sem mais delongas, vamos ao que interessa:

  • A volta dos Guerreiros?

Após um primeiro turno muito instável, finalmente o atual campeão Fluminense pegou no breu e já soma quatro vitórias nas quatro primeiras rodadas do returno. Com isso, o time deu um salto da décima segunda para a quinta colocação e hoje estaria classificado para a Taça Libertadores da América de 2012. O time de guerreiros, que foi do inferno do quase rebaixamento em 2009, ao céu do título em 2010, já começa a dar sinais de luz para os ponteiros do campeonato. Destaque para o garoto Lanzini, que se encaixou perfeitamente no time e hoje é o regente da equipe de Abel Braga.

  • Tocou o despertador

Como já foi abordado aqui, Galo e Grêmio precisavam abrir os olhos no campeonato para não passar por maus bocados. Pelo jeito, o despertador tocou tanto em Minas quanto no Rio Grande e os dois times já demonstram forças para sair do limbo, especialmente o tricolor gaúcho, que hoje se encontra há apenas sete pontos da zona de classificação para a Libertadores, e pode sim, sonhar em pleitear uma vaga na competição continental. O sempre tão contestado Celso Roth faz um ótimo trabalho desde que assumiu o time na décima quinta rodada. Desde então, conquistou 16 de 27 pontos disputados, ou seja, mais da metade dos 30 pontos ganhos pelo Imortal. Também muito contestado, Cuca passou por uma crise de seis derrotas consecutivas desde sua estréia no Galo, no entanto, recuperou e conseguiu três vitórias em quatro jogos do returno, suficiente para tirar o alvinegro da zona da degola – agora é trabalhar para se manter fora.

  • Queda Livre

Ao contrário do Fluminense, que só venceu no returno, o seu arqui rival Flamengo só perdeu. O time, que foi o último invicto a cair (primeira derrota veio apenas na 17ª rodada), hoje já acumula cinco derrotas e não está sequer entre os que estariam classificados à Libertadores. E o que mais assusta, é que três dessas cinco baixas foram dentro de casa, e para times que lutam na parte de baixo da tabela. Outro a seguir em queda é o Palmeiras. A campanha regular do primeiro turno ficou para trás e o time ainda não venceu no returno – dois empates e duas derrotas. A defesa, ponto forte do time no turno, sendo disparada a menos vazada com apenas 18 tentos sofridos, hoje é a segunda pior do returno, com nove gols em quatro pelejas.

  • Empurrados pelos seus matadores

Artilheiro e vice-artilheiro do campeonato, Borges e Leandro Damião tem sido decisivos nas campanhas de recuperação de Santos e Inter, respectivamente. Para se ter uma idéia da importância dos dois jogadores, Damião sozinho garantiu 13 dos 39 tentos do Inter (33,3% dos gols), melhor ataque da competição. Borges é ainda mais impressionante, pois anotou 16 (55%) dos 29 gols santistas no campeonato, sendo que dos últimos 6, quatro foram do goleador, que garantiram sete pontos nas últimas três rodadas ao Peixe.

  • Efeito “Ioiô”

Uma arrancada fulminante, uma queda brusca e uma irregularidade de causa inveja. Assim se resume as campanhas de Corinthians e São Paulo, líder e terceiro colocado respectivamente. No time alvinegro, os impressionantes 93% de aproveitamento nas dez primeiras rodadas viraram míseros 33% nas nove rodadas seguintes do turno, e desde a entrada do returno alterna uma vitória e uma derrota, ou seja, nem embala, nem cai. No tricolor é a mesma coisa, após 100% de aproveitamento nas cinco primeiras rodadas, a instabilidade tomou conta da campanha, e depois de fechar o turno com quatro empates nas últimas quatro partidas, o time do Morumbi, tal qual o do Parque São Jorge, alterna vitória e derrota na segunda metade da competição, também não vai, nem racha.

Seleção do Brasileirão:

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