quarta-feira, 30 de abril de 2014

UCL Semifinal 002 - Bayern Munique 0-4 Real Madrid

Em um confronto de tamanho equilíbrio, entre duas equipes de camisas pesadas, elencos igualmente fortes e experientes, a vantagem obtida pelo Real Madrid no primeiro jogo, embora mínima, parecia enorme. Isso porque a pressão de ter de reverter o placar adverso deixou a equipe do Bayern incomodada, nervosa, desperdiçando facilmente suas posses de bola no campo ofensivo e trocando perigosos passes antes da linha que divide o gramado.

Comandados por um grande estrategista como é Carlo Ancelotti, o time espanhol demonstrava tranquilidade e equilíbrio, com suas compactas linhas bem postadas, negando espaços aos donos da casa, e esperando o momento certo de dar a resposta. O momento apareceu num velho calcanhar de Aquiles das equipes de Guardiola, a bola parada defensiva.

Primeiro em batida de escanteio pela direita que Sergio Ramos apareceu voando na área vermelha para testar com força e precisão pro fundo do gol de Neuer. Depois, em cobrança de falta também pelo lado direito, que Di Maria centrou na área e novamente Sergio Ramos chegou livre para tocar para as redes, fazendo dois a zero logo aos vinte minutos de jogo, abrindo três no agregado e deixando o duelo muito bem encaminhado em favor dos merengues.

O já nervoso Bayern, agora estava também desnorteado, trocando passes ao léu, sem saber bem o que fazer da bola, e sem demonstrar força o suficiente para agredir e sequer assustar a meta de Casillas. E assim se deixou dominar ainda mais, com os ponteiros Robben e Ribery anulados pelos laterais Coentrão e Carvajal, mais Schweinsteiger, que tantas vezes foi o desafogo bávaro, sendo engolido por Modric na meia cancha.

Diante do oponente apático e abatido, não demorou para que o Real Madrid explorasse o que tem de melhor para liquidar a fatura ainda na primeira etapa. O contragolpe merengue, em alta velocidade, puxado por Di Maria, passando por Benzema e Bale até chegar nos pés do artilheiro Cristiano Ronaldo. Letal! Décimo quinto gol do português na competição, recordista absoluto em número de gols em uma mesma edição da Champions League.

Que ainda viria a ampliar o próprio recorde nos minutos finais da etapa final, em cobrança de falta perfeita por baixo da barreira, tirando qualquer chance de reação de Neuer e colocando o último prego no caixão alemão.


Mesmo com o desfalque do suspenso Xabi Alonso, o Real Madrid chega muito, mas muito forte para a decisão no Estádio da Luz e favorito contra quem vier do outro lado – Chelsea ou Atlético de Madrid. Isso porque Ancelotti azeitou e encorpou o time, tendo segurança na dupla de zaga Sergio Ramos e Pepe, pegada e dinamismo nos meias Di Maria e Modric, e poder de fogo e de decisão com o trio BBC. “La Décima”parece cada vez mais próxima.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

UCL Semifinal 002 - Real Madrid 1-0 Bayern Munique


A obsessão madridista pela tão sonhada “La Décima” nunca esteve tão próxima de se tornar realidade. Isso porque com uma atuação taticamente perfeita o time de Carlo Ancelotti anulou o poderoso Bayern Munique de Pep Guardiola e saiu do Santiago Bernabéu com uma vantagem que se não chega a ser excelente, é um enorme passo rumo à decisão em Lisboa.

Sem poder contar com suas duas principais estrelas com 100% de sua condição física, uma vez que Cristiano Ronaldo voltava de lesão e Gareth Bale se recuperava de uma gripe, o treinador italiano optou por entrar com apenas uma delas, o português, fazendo dupla de ataque com Benzema, soltos no 4-4-2 merengue que priorizava a compactação, a redução dos espaços ao oponente e a saída em velocidade máxima na retomada.

As duas linhas de quatro compactas do Real Madrid que negou espaços ao Bayern.
Assim o time chegou ao gol com Benzema, quando o melhor jogador do mundo recebeu na intermediária ofensiva e viu a passagem de Coentrão nas costas de Rafinha. O lateral português cruzou rasante, a bola passou por baixo de Dante, Alaba também tentou sem sucesso fazer o corte e chegou limpa para o atacante francês só empurrar para as redes.

Foi também pelo setor esquerdo que o time seguiu criando suas principais chances, sempre em contragolpes rápidos, de poucos toques e quase letais. Quase porque Cristiano Ronaldo desperdiçou chance clara de ampliar, talvez por falta de ritmo, talvez por um relaxamento diante de oportunidade tão fácil, o camisa 7 bateu mal e jogou por cima da meta de Neuer. Assim como Di Maria, que recebeu sozinho pela direita, teve tempo de dominar e ajeitar o corpo, mas também isolou.

Apesar do controle total da posse da bola e das ações do jogo, o time da Baviera não conseguia encontrar espaço para a penetração, e abusava das bolas alçadas na área branca, nenhuma, porém que levasse perigo real ao gol de Casillas.

O arqueiro merengue, aliás, só precisou intervir de fato já no fim da partida, quando um cansaço natural bateu sobre seus jogadores e os espaços aos visitantes começaram a aparecer. E numa trama entre dois jogadores que vieram do banco, Müller cruzou para Götze, que dominou e encheu o pé para linda defesa do capitão madridista, assegurando a vitória pela contagem mínima.

Se por um lado fica ao torcedor Blanco o sentimento de que a vantagem poderia ter sido ainda maior dada a quantidade de oportunidades que o time criou, por outro fica a sensação de dever cumprido e a certeza de que a equipe tem uma ótima vantagem para a volta no Allianz. Isso porque se o Bayern já é naturalmente uma equipe que investe pesado no seu jogo ofensivo, precisando do resultado essa postura será ainda mais agressiva, deixando o time alemão ainda mais exposto aos sempre perigosos contragolpes espanhóis, e se em um desses o time achar um gol na Alemanha, pode definir o confronto e ficar a apenas noventa minutos do sonho da décima.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

UCL Semifinais 001 - Atlético de Madrid 0x0 Chelsea


Jogo decisivo, valendo simplesmente vaga na decisão do maior torneio interclubes do planeta, entre equipes pragmáticas, de estilos que se assemelham, preferindo jogar sem a posse da bola e a obrigação de propor o jogo, muito mais voltadas a se defender e explorar saídas rápidas em contragolpes quase sempre letais. Assim estava desenhado o confronto semifinal entre Atlético de Madrid e Chelsea.

Diante de tal cenário, era evidente que teríamos um duelo amarrado, com poucos espaços cedidos para qualquer um dos lados e chances de gol praticamente escassas. Pois foi exatamente o que se viu no Vicente Calderón na primeira perna do cotejo.


Formações iniciais: O 4-1-4-1 compacto do Chelsea que negou espaços ao 4-4-1-1 colchonero, e se defendeu como nunca, deixando Torres completamente sozinho no comando do ataque.

José Mourinho colocou em campo um Chelsea unicamente voltado à defesa, com um meio campo composto por quatro volantes mais um meia aberto distribuídos em um 4-1-4-1. Obi Mikel fazia a cabeça da área, com David Luiz e Lampard a sua frente, enquanto Ramires e Willian faziam as beiradas da segunda linha de quatro, com a missão de cercar os laterais colchoneros, deixando apenas Fernando Torres isolado no comando de ataque.

A intenção era clara, deixar com que o Atlético ficasse com a bola e propusesse o jogo, se defender com o “ônibus estacionado” em frente a sua área e jogar por uma bola “vadia”. Seja num contra-ataque ou lance parado.

O time de Simeone, que se sente bem mais a vontade sem a bola, teve que trabalhar com a posse da pelota para tentar furar a retranca dos visitantes. E com o domínio do jogo, o time deixou clara a falta de idéias quando nesse tipo de situação, abusando das bolas alçadas na área. Foram 44 cruzamentos no total, e em nenhuma delas uma grande ameaça a meta azul, defendida por Cech até os 18 minutos da etapa inicial, quando justamente num cruzamento, o goleiro tcheco trombou com Raul Garcia e levou a pior, dando lugar a Schwarzer.

Na etapa final, com Arda Turan no lugar de Diego Ribas, a produtividade da equipe da casa até cresceu, embora ainda insuficiente para assustar o gol de Schwarzer, que só teve que trabalhar de fato em uma cobrança de falta de Gabi que passou pelo meio da barreira e o arqueiro australiano teve que voar para dar um tapa e evitar que a bola entrasse no cantinho esquerdo.

Se o empate sem gols em campo colchonero dá ao Chelsea a condição de jogar por uma vitória simples em Stamford Bridge, por outro lado, expõe o time azul ao risco do gol qualificado. Para o Atleti, foi o melhor resultado entre os resultados ruins, uma vez que o time espanhol joga por qualquer empate com gols na Inglaterra.


E que jogará à sua maneira, sem a posse da bola e a obrigação de propor o jogo, que dessa vez estará do outro lado, consequentemente gerando mais espaços para os contragolpes. A expectativa é de um jogo tão equilibrado em Londres quanto foi o de Madrid, com raras oportunidades de lado a lado, mas pelo menos com requintes de emoção ao extremo.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

UEFA CHAMPIONS LEAGUE - QUARTAS DE FINAL 02

ATLÉTICO MADRID 1 x 0 BARCELONA

Mesmo jogando pelo empate sem gols, foi o Atlético quem começou o jogo em alta intensidade, empurrando e acuando o Barcelona em seu campo de defesa, como um boxeador que está nas cordas, sendo golpeado sem parar. E uma vez nas cordas, não demorou para que o time catalão fosse derrubado, logo aos cinco minutos de bola rolando, quando Villa levantou na área, Adrián subiu mais que Alba e escorou para Koke chegar batendo sem chance para o goleiro Pinto.

O gol não diminuiu o ímpeto dos Colchoneros, que continuaram no abafa tentando matar de vez o jogo, e por muito pouco o ex-Barcelona David Villa não ampliou o marcador, carimbando por duas vezes a trave blaugrana. Apenas no fim da primeira etapa, quando as pernas já não respondiam da mesma forma, foi que a pressão rojiblanca baixou e o Barcelona conseguiu respirar, se achar em campo e dominas as ações do jogo. Mas, sem assustar o goleiro Courtois, pois com um show de trabalho coletivo e obediência tática o Atlético postou suas duas linhas a frente de sua área, negando os espaços e impedindo qualquer tentativa culé de penetrar com seu jogo de passes curtos. Restavam os cruzamentos, e foi em um deles que Messi teve sua única chance do jogo no fim da primeira etapa, quando cabeceou a esquerda da meta.

Na etapa final, a estratégia de Simeone continuou a mesma do fim do primeiro tempo, se defender e buscar os contragolpes, e seus comandados a executaram com perfeição. A única oportunidade que cederam aos visitantes foi quando Xavi achou Neymar livre na área, o brasileiro tentou driblar Courtois e acabou desarmado. Nos contragolpes, três chances claras de ampliar e definir, com Diego Ribas, Cristian Rodríguez e a melhor delas com Gabi, todas desperdiçadas, só para aumentar o drama e o sofrimento até o apito final. A vitória pela contagem mínima recoloca o Atlético nas semifinais depois de 40 anos, um time que independente do que fizer no resto de temporada, já faz história por sua entrega e dedicação em campo, um retrato do que era Diego Simeone em seu tempo de jogador.

BAYERN MUNIQUE 3 x 1 MANCHESTER UNITED

Sem poder contar com Bastian Schweinsteiger, Pep Guardiola mesmo tendo o placar zerado em seu favor, optou por escalar um meio campo extremamente ofensivo diante do United, com apenas Toni Kroos na cabeça de área, mais Gotze e Müller alinhados aos pontas Robben e Ribery, num 4-1-4-1 totalmente voltado ao ataque, enquanto David Moyes plantou suas duas linhas de quatro lá atrás, deixando apenas Rooney e Welbeck com um pouco mais de liberdade para tentar contragolpear.

A estratégia inglesa foi executada com perfeição em toda a primeira etapa, impedindo qualquer ação de perigo dos bávaros, tanto que o goleiro De Gea não precisou fazer uma defesa sequer nos primeiros quarenta e cinco minutos. Na etapa final, o time precisou se soltar mais, até pela necessidade de marcar, e já ameaçou logo no inicio com tiro de longe de Kagawa, que exigiu a primeira intervenção de Neuer no jogo. Pouco depois, aos doze da fase derradeira, o goleiro alemão nada pôde fazer quando Evra acertou um petardo da entrada da área no ângulo, sem qualquer chance para o arqueiro.

Mas a felicidade e a esperança dos Red Devils duraram apenas dois minutos, pois o placar desfavorável parece ter acordado o gigante bávaro adormecido. Primeiro com Mandzukic, testando o cruzamento de Ribery. Depois, com o show particular de Robben, que assistiu Thomas Müller para o gol da virada, e fechou o marcador anotando um tento com sua marca registrada, cortando em diagonal para o pé esquerdo até achar o momento certo de disparar e garantir a classificação com o terceiro gol. Sofrimento acima do esperado para o time da Baviera, que parece ter se acomodado na temporada depois do título alemão antecipado, mas que precisava de um choque como o aplicado pelo Manchester para despertar em busca do bi europeu consecutivo.

BORUSSIA DORTMUND 2 x 0 REAL MADRID

Com uma excelente vantagem de três tentos a zero construída no Santiago Bernabéu, o treinador Carlo Ancelotti optou por nem escalar o melhor do mundo Cristiano Ronaldo, com problemas físicos. Sem o português, o técnico italiano adiantou Di Maria para se juntar a Bale e Benzema no ataque e promoveu a entrada de Illarramendi na trinca de meio campo, o que em tese daria uma reforçada na meia cancha merengue.

Também cheio de desfalques e ainda com o placar desfavorável, o Dortmund parecia até meio desmotivado no inicio do jogo, deixando o controle com os visitantes. Isso até os 15 minutos de peleja, pois quando Weidenfeller defendeu a penalidade de Di Maria o time ganhou uma injeção de animo impressionante e voltou a ser o Borussia que encantou a Europa e o mundo, sufocando o poderoso Real Madrid em seu campo de defesa e forçando o erro dos espanhóis. Foi justamente de dois erros individuais, primeiro de Pepe e depois de Illarramendi que nasceram os dois gols de Reus que deram esperança e inflamaram a torcida aurinegra, que como sempre deu um show no Signal Iduna Park.

A etapa final foi uma continuação do que foi o fim do primeiro tempo. Uma pressão asfixiante do time da casa para cima do acuado Real Madrid, que teve em Casillas, com no mínimo três intervenções, seu melhor jogador e herói de uma classificação bem mais sofrida do que o esperado. Casillas, e a trave, que salvou os merengues quando Mkhitaryan driblou o arqueiro e com o gol vazio tocou no poste. Apesar de eliminado, o Borussia sai da competição de cabeça erguida, com uma atuação muito digna diante de um adversário tão forte como o Real Madrid, que precisa agora se acertar para seguir sonhando com “La Décima”.

CHELSEA 2 x 0 PSG

Apesar da boa vantagem construída na primeira perna do confronto no Parc des Princes, o PSG não tinha Ibrahimovic, melhor jogador e referência da equipe francesa. Sem o sueco, o time de Paris perdeu confiança e entrou no gramado de Stamford Bridge com o único intuito de segurar o resultado que lhe daria a vaga. E se não tinham seu melhor jogador, logo viram o Chelsea também perder o seu, quando Eden Hazard sentiu e deu lugar a Schurrle aos 18 minutos de jogo.

Ironicamente, foi justamente o alemão quem abriu o marcador, aproveitando desvio de David Luiz após cobrança de lateral na área para chapar no canto esquerdo de Sirigu. Com o gol, o time londrino se lançou de vez ao ataque na etapa final, em busca do gol que lhe daria a vaga, e chegou perto em duas oportunidades, primeiro com Schurrle e depois com Oscar, mas ambos pararam no travessão. Logo depois foi a vez do PSG assustar e por pouco não chegar ao empate com Cavani, que por duas vezes teve no seu pé esquerdo a chance de garantir a classificação parisiense, mas bateu por cima da meta de Cech.

Nos minutos finais, José Mourinho partiu pro tudo ou nada, trocou Lampard e Oscar por Demba Ba e Fernando Torres, povoou a grande área francesa e foi pro abafa, na base do bumba-meu-boi, jogando a bola na área para ver o que dava. Numa dessas, a zaga visitante bobeou, deixou Eto’o girar e bater, seu chute prensado sobrou para Azpilicueta também tentar o tiro da entrada da área, Alex cochilou e Demba Ba meio de canela, todo desengonçado tocou para o gol. Torcida enlouquecida em Stamford Bridge, José Mourinho enlouquecido, correndo para a linha de fundo, vibrando e instruindo seus jogadores a não deixar mais ter jogo a partir dali. Então foi cera e chutão até o apito final, Chelsea classificado bravamente e fortalecido para as semifinais.

RESULTADOS


SELEÇÃO DA RODADA


quinta-feira, 3 de abril de 2014

UEFA CHAMPIONS LEAGUE - Quartas de Final 01

BARCELONA 1 x 1 ATLÉTICO MADRID

O confronto de dois estilos totalmente opostos, mas que se equivalem às suas maneiras. O Barcelona com a posse da bola e sua incessante troca de passes, e o Atlético com seu jogo coletivo, baseado em intensidade e compactação. Assim o time colchonero conseguiu reduzir os espaços para o Barça e fazer de sua troca de passes quase inútil, uma vez que não achava brechas para se tornar eficiente e letal como em outrora.

Apesar da compactação com as duas linhas recuadas, o Atlético deu sufoco na saída de bola blaugrana enquanto pôde, e assim, por muito pouco não abriu o placar logo no inicio com David Villa na melhor chance do primeiro tempo, após falha do goleiro Pinto. Minutos depois, Piqué e Diego Costa tiveram de ser substituídos por lesão, e acabaram dando lugar a Bartra e Diego Ribas, respectivamente. O time visitante acabou sentindo mais as trocas e diminuiu sem ímpeto.

Na segunda etapa, porém, com um petardo de fora da área Diego (o Ribas) abriu o placar em favor dos visitantes e forçou os culés a saírem mais pro ataque. E aí começou a aparecer os dois personagens do jogo. Primeiro o goleiro Courtois, que com uma série de intervenções foi evitando enquanto pôde o empate do Barcelona, até aparecer Andreas Iniesta, o segundo personagem, que com um espetacular lançamento deixou Neymar numa boa para bater cruzado e igualar o marcador. E por muito pouco, Iniesta não virou em tiro de longe, mas parou justamente no goleiro colchonero. O empate deixa o duelo ainda em aberto, com uma ligeira vantagem ao Atlético, que tem a (ingrata) missão de segurar o ataque do Barcelona para garantir a classificação.

MANCHESTER UNITED 1 x 1 BAYERN MUNIQUE

Quando o sorteio definiu o confronto entre ingleses e alemães, todos cravaram como uma barbada para os bávaros. Afinal, era o melhor time do mundo contra um Manchester em reformulação e titubeante na temporada, dono de campanha que beira o medíocre na Premier League.

E a julgar pela posse de bola no primeiro jogo em Old Trafford, de 70% do Bayern contra apenas 30% do United, a clara impressão que fica é que realmente foi um domínio total e absoluto dos visitantes. Mas em campo a história foi diferente. Apesar da enorme superioridade, o time alemão não conseguiu traduzir em oportunidades o seu poder em campo, e terminou a primeira etapa com apenas uma conclusão a meta dos Red Devils, em tiro de longe de Robben que parou em De Gea. Ao passo que abusando dos contragolpes, os mandantes tiveram a chance mais clara de abrir o marcador no primeiro tempo, nos pés de Welbeck, que cara a cara com Neuer tentou sem sucesso encobrir o arqueiro alemão.

Se o gol não veio nos quarenta e cinco iniciais, em compensação saiu logo aos 13 da etapa final, quando Vidic subiu mais que a zaga alemã para testar com precisão o escanteio cobrado por Rooney. Foi então que Guardiola buscou uma alternativa para ter mais poder de fogo, e trocou Muller por Mandzukic, ganhando força física e presença de área com o croata. E foi justamente assim, explorando sua altura e sua força, que o camisa 9 subiu e ajeitou de cabeça para Schweinsteiger empatar com belo voleio. O empate com gols dá ligeira vantagem ao já favorito Bayern, mas será preciso jogar mais do que apresentou em Old Trafford se quiser não só a vaga, como o título.

REAL MADRID 3 x 0 BORUSSIA DORTMUND

Vivendo uma ótima fase, jogando em casa e com o time praticamente completo (apenas Di Maria fora, por indisposição de última hora), contra de um adversário cambaleante na temporada e todo remendado, com seis desfalques. O cenário perfeito para o Real Madrid vingar a eliminação diante dos alemães do Borussia na última temporada estava desenhado, e começou a se colorir a partir do gol relâmpago de Gareth Bale, logo aos dois minutos de bola rolando no Santiago Bernabéu.

Depois do gol, o time da casa diminuiu bastante seu ímpeto. Bastante mesmo. Foi apenas controlando o placar à espera de um erro adversário para criar algo. Quando esse erro surgiu, o time merengue foi fatal. Desarme de Xabi Alonso no ataque, bola nos pés de Isco e chute com categoria no canto esquerdo de Weidenfeller para ampliar. Com o dois a zero no marcador, o Real tirou o pé de vez, e mesmo longe das suas melhores atuações, os mandantes ainda conseguiram ampliar e definir o jogo e o confronto. Novo erro do Dortmund na saída da defesa, bola retomada por Modric, o croata acionou Cristiano Ronaldo, que com categoria tocou na saída do goleiro alemão. Décimo quarto gol do português, artilheiro isolado e recordista de gols em uma única edição da Liga, ao lado de Messi e Mazzola.

PSG 3 x 1 CHELSEA

Considerado o confronto mais equilibrado das quartas de final, era essencial ao PSG um bom resultado jogando em casa para ter alguma tranquilidade na volta. E a impressão do bom resultado veio logo aos quatro minutos, quando Terry cortou mal o cruzamento de Matuidi, desviando para o meio da área, onde Lavezzi matou no peito e bateu com raiva para estufar a rede de Cech.

Sem poder contar com Samuel Eto’o, José Mourinho optou pela entrada de Schurrle no comando de ataque, perdendo em presença de área, mas ganhando em movimentação e velocidade na frente. Pouco funcional a estratégia de Mourinho não funcionava pela falta de profundidade e o time não conseguia assustar os parisienses. Até chegou ao empate ainda primeira etapa, quando Hazard converteu o pênalti sofrido (e muito contestado) por Oscar. E por pouco não virou no fim da primeira etapa, quando o mesmo Hazard bateu cruzado e a bola caprichosamente tocou a trave. E foi só.

Porque na etapa final o time azul de Londres não chegou a assustar a meta de Sirigu, e ainda viu sua situação complicar quando David Luiz tocou contra a própria meta aos quinze minutos. Sem conseguir produzir nada, a derrota por um gol apenas parecia um placar aceitável para os comandados de José Mourinho. E também para os de Laurent Blanc, que perderam Ibrahimovic lesionado no meio do segundo tempo, e também pouco fizeram a partir de então. Apenas no fim do jogo, quando Pastore em linda jogada individual deixou dois marcadores na saudade e tocou no canto de Cech, que colaborou com o tento que o técnico José Mourinho definiu como “piada”. Piada ou não, o fato é que o golaço de Pastore deixa o time londrino em situação delicada para o jogo da volta, tendo que vencer por dois gols de diferença. Enquanto o outro lado mesmo correndo o risco de ir sem Ibrahimovic, tem uma boa vantagem para segurar e ficar com a classificação.

RESULTADOS



SELEÇÃO DA RODADA


quarta-feira, 26 de março de 2014

CINCO PONTOS SOBRE O CLÁSSICO ESPANHOL

Tudo que era esperado se confirmou quando a bola rolou no Santiago Bernabeu no último domingo. Um jogaço espetacular entre duas das maiores equipes do planeta. Sete gols, viradas no placar, belos lances, times atacando sem pensar no amanhã deixando suas defesas expostas, erros de arbitragem, enfim, todos os ingredientes que transformam aqueles 90 minutos em algo que dificilmente sairá da sua memória. E da de qualquer um que goste de bom futebol.

Claro que uma partida assim não poderia passar em branco, sem um texto sequer tratando daquele que já pode ser considerado um dos melhores jogos do ano. E pelo “atraso” na postagem, hoje provavelmente você já leu tudo (ou quase tudo) sobre o clássico espanhol. Por isso, tentaremos aqui fugir do lugar comum e destacar cinco pontos determinantes na vitória do Barcelona que embolou de vez a liga espanhola.

1. VARIAÇÃO TÁTICA DAS EQUIPES: Aparentemente, tudo normal, com as duas equipes inicialmente postadas em seus “sistemas padrão”, o 4-3-3. Porém, bastou a bola rolar para os jogadores em campo se distribuírem de maneira diferente. No Barcelona, Xavi recuava e praticamente formava uma dupla de volantes com Busquets, enquanto Fabregas centralizava um pouco mais a frente, na mesma linha dos pontas Neymar e Iniesta, fazendo quase um 4-2-3-1, deixando Messi no comando. Enquanto no Real Madrid, Cristiano Ronaldo saía da ponta esquerda e procurava o centro do ataque, deixando o lado para Di Maria que abria como um winger por ali, enquanto Bale fazia o mesmo do lado oposto, formando duas linhas de quatro.


2ESPAÇOS A MESSI: A idéia de usar duas linhas de quatro contra o Barcelona já foi muito bem executada pelo próprio Real Madrid com José Mourinho, que compactava as duas linhas em seu campo de defesa para reduzir o campo de atuação de Messi, que invariavelmente busca jogar entre elas. Pois Carlo Ancelotti não utilizou o mesmo antídoto de seu antecessor e pagou caro por isso. Messi teve espaço de sobra entre as duas linhas, e sem ninguém o acompanhando, foi decisivo. Primeiro com o passe genial para Iniesta abrir o placar. Depois com jogada individual que limpou a defesa antes de acionar Neymar, que até foi desarmado por Carvajal, mas a bola voltou justamente no pé esquerdo do 10 blaugrana para o empate no fim da primeira etapa. E por fim, com outro lançamento sensacional para Neymar entrar em velocidade (e em impedimento) e acabar derrubado por Sergio Ramos, que culminou em penalidade e expulsão do zagueiro merengue.

3. DI MARIA: Se o espaço de Messi foi crucial para o Barcelona e para o resultado final do jogo, Di Maria foi a principal arma madridista. O argentino, como já fora dito, procurava o flanco esquerdo e era letal naquele setor. Sem o apoio de Neymar no combate, Daniel Alves invariavelmente ficava no mano a mano contra o camisa 22 merengue ou por vezes, até no um contra dois, quando Marcelo descia pro apoio. E assim, o lateral blaugrana foi presa fácil. Por ali, Di Maria criou as jogadas e assistiu para os dois primeiros gols, ambos anotados por Benzema. E poderia ter saído mais, já que em outros três lances também criados pelo argentino, Benzema teve chances claras de anotar seu hat-trick. Uma delas, o francês isolou por cima, testou outra à esquerda da meta de Valdes e viu Pique salvar a mais clara em cima da linha.

4. ASTROS APAGADOS: Dentre os 22 jogadores em campo, quatro tinham atenção especial: Messi e Neymar do lado blaugrana, Cristiano Ronaldo e Bale no lado branco. Dos quatro, apenas Messi teve atuação digna do craque que é. Seu companheiro Neymar, novamente gerou contragolpes ao adversário sendo desarmado facilmente, desperdiçou algumas chances claras de marcar e acabou participando no lance decisivo, sofrendo o pênalti de Sergio Ramos. Do outro lado, Bale foi muito discreto, participando muito pouco da partida, e Cristiano Ronaldo esteve longe das atuações que o levaram ao posto de melhor do mundo. Incrivelmente apagado, pouco fez no jogo e apareceu somente lance do terceiro gol, sofrendo e convertendo a penalidade.

5. ARBITRAGEM: Infelizmente, os erros do árbitro Alberto Undiano Malenco renderam muito mais assunto do que o jogaço em campo. Começou com a penalidade cometida por Daniel Alves sobre Cristiano Ronaldo. Muitos acharam que nem falta foi, mas houve sim o toque do brasileiro no português, mas fora da área. O fato é que o apitador apontou a marca da cal e o camisa 7 converteu com a precisão que lhe é peculiar. Pouco depois, o erro mais grave e mais determinante para o resultado final. Neymar partiu em posição de impedimento para receber lançamento de Messi e sair de frente com o goleiro Diego Lopez – Impedimento por centímetros, talvez milímetros, mas, impedimento – e cai em disputa com Sergio Ramos. Na velocidade do lance, o toque é imperceptível, e pelo menos esse que escreve, só viu de fato o contato numa imagem congelada. Se foi o suficiente para derrubar o brasileiro ou não, difícil saber, pela velocidade em que estava o camisa 11 e também pelo seu péssimo hábito de simular. Mas o fato é que há um toque, e Undiano Malenco não teve duvidas. Apontou a penalidade, e de quebra, expulsou o zagueiro madridista. Expulsão correta, diga-se, partindo da premissa que o árbitro interpretou o lance como faltoso e o beque usou da falta para impedir uma chance clara e manifesta de gol. Messi cobrou e empatou, assim como mais tarde cobrou e converteu outra penalidade, essa sofrida por Iniesta em tranco de Xabi Alonso. Esse último, incontestável.

Na imagem congelada, fica claro o toque na perna esquerda. Na velocidade do lance, quase impossível ser visto.

 A derrota diante do Barcelona tira a liderança do campeonato do Real Madrid, que agora vê seu rival local Atlético na ponta, com o mesmo número de pontos dos merengues, mas com vantagem no confronto direto, primeiro critério de desempate. Enquanto o Barcelona que parecia sem forças e distante da briga, volta a ter muitas chances de título, agora que está a apenas um ponto dos líderes da capital. Briga acirrada na mais sensacional e imprevisível Liga dos últimos tempos. A única coisa que dá pra afirmar é que a taça estará em boas mãos com qualquer um dos três.


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Os três canhões do Arsenal


Se o belo futebol apresentado pelo Arsenal não chega a ser nenhuma novidade, uma vez que o clube se caracteriza há anos por ser o dono do estilo de jogo mais agradável dentro da Premier League, a efetividade e consistência que a equipe vem apresentando na atual temporada sim, surpreende e agrada aqueles que gostam do vistoso futebol do clube.

A chegada de Mesut Özil no último dia da janela de transferências foi um marco nessa nova fase da equipe. O time que se habituou a abrir mão de suas principais estrelas, dessa vez fazia o caminho inverso, contratando um atleta de nível “world class”, um cara capaz de pegar a bola, botar embaixo do braço e resolver a parada quando necessário.

Além da conhecida qualidade, o alemão trouxe também ao grupo uma confiança que antes não era vista, e com ela um nítido crescimento de alguns atletas, que apesar de talentosos, precisavam de uma referência no elenco para alavancar seu desempenho e render tudo que podiam.

Casos de Jack Wilshere e Aaron Ramsey, que evoluíram e hoje são juntamente com o camisa 11 os pilares da ótima campanha Gunner, tanto na Premier League, onde lidera com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado Chelsea, quanto na UEFA Champions League, onde tem sua classificação bem encaminhada e precisa apenas de um empate diante do Napoli na última rodada para avançar em primeiro do grupo.

Dos 37 gols marcado pela equipe de Arsene Wenger entre liga nacional e continental, 34 deles tiveram participação direta da trinca, o equivalente a impressionantes 91,8% dos tentos.


O trio de maestros rege o Arsenal mantendo seu vistoso estilo de posse e passe, porém agora sendo eficaz e regular, contando com a artilharia pesada de três canhões.