segunda-feira, 28 de maio de 2012

Brasileirão 2012 – Rodada 02

  • A segunda rodada começou no sábado com poucos, porém belíssimos gols. Foram nove em quatro jogos, uma média de 2,25 por partida, mas quatro deles foram verdadeiras obras primas. No Engenhão, Fabrício e Datolo acertaram belíssimos chutes de fora da área, sem chances para Paulo Vitor e empataram o duelo contra o Flamengo em 3 a 3. No Serra Dourada, após cruzamento de ..., Bida acertou lindo voleio para fuzilar a rede de Lauro e abrir o marcador no empate em 1 a 1 entre Atlético/GO e Ponte Preta. Porém, o mais bonito gol da rodada foi no Canindé, onde Alecsandro fez de bicicleta o gol único da partida, garantindo de maneira espetacular mais três pontos ao Vasco no campeonato.
  • Após avançarem de maneira épica às semifinais da Libertadores, Corinthians e Santos seguem amargando no Brasileirão. Sem fazer sequer um golzinho após duas rodadas, os alvinegros paulistas vão de mal a pior. O time da baixada, com dois pontos em dois empates contra Bahia e Sport, ocupa apenas a 12ª colocação, enquanto o time do Parque São Jorge, sem um ponto sequer após derrotas pela contagem mínima para Fluminense e Atlético/MG, encontra-se na vice-lanterna, apenas a frente do Coritiba pelo saldo de gols.
  • Se os alvinegros paulistas vão mal, dois cariocas e o mineiro, por outro lado, vão de vento em popa. Botafogo, Vasco e Atlético/MG venceram suas duas partidas e mantêm o 100% de aproveitamento. Destaque maior para o Fogão, que depois de bater o São Paulo, teve outro duelo duríssimo contra o Coritiba no Couto Pereira, e com atuação de gala do lateral Lucas, autor de dois gols, bateu o Coxa por 3 a 2. Destaque também para a sólida defesa do Galo, que ao lado de Cruzeiro e Santos, são as únicas ainda não vazadas na competição.
  • O Grêmio presenteou o melhor público da rodada (18.277 pagantes) com a vitória pela contagem mínima sobre o Palmeiras no Olímpico, gol de André Lima. No entanto, o torcedor, tanto de Grêmio quanto de Palmeiras, tem motivos para se preocuparem, pelo fraco desempenho das duas equipes. O Tricolor, um pouco melhor pelo fator casa, voltou a desperdiçar um pênalti (dessa vez com Leo Gago), porém, errou muitos passes e com isso pouco criou. Já o Palmeiras, continua dependente das bolas paradas de Marcos Assunção, única maneira que o time do Palestra Itália assusta seus oponentes. No fim, ainda sobrou reclamação dos alviverdes por conta de uma penalidade clara de Gilberto Silva sobre Henrique, ignorada pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique.
  • Outros resultados: No sábado, no jogo das 21h, Náutico e Cruzeiro ficaram no empate sem gols nos Aflitos; No Morumbi, Luis Fabiano marcou o tento único da primeira vitória são paulina no campeonato, sobre o Bahia; No Engenhão, o combalido Fluminense ficou duas vezes na frente no placar com gols de Marcos Junio e Wagner, mas não soube administrar e acabou sofrendo o empate do Figueira, com gols de Caio e Pablo.

O JOGÃO DA RODADA

FLAMENGO 3x3 INTERNACIONAL

Primeiro jogo do Flamengo em casa no campeonato, reestréia do ídolo Ibson, de volta a Gávea após passagem pelo Santos, e do outro lado um Internacional com oito desfalques. O cenário parecia perfeito para o Mengão conseguir a vitória e espantar, mesmo que por hora, a crise que o ronda.

Em dois lances de bola parada, o Fla conseguiu abrir logo dois a zero, em menos de vinte minutos de bola rolando. Primeiro com Airton, que aproveitou rebote de Muriel em cabeçada de Gonzalez após cobrança de escanteio de Ronaldinho. Depois, com o próprio Ronaldinho, em cobrança de pênalti sofrido por Ibson.

No entanto, um velho problema voltou à tona ainda no primeiro tempo. A fraca saída de bola rubro negra, dessa vez com Luiz Antonio, que tentou a ligação direta, o chutão saiu fraco, bateu na canela de Ibson e voltou nos pés de Datolo. O argentino serviu Fabrício que bateu cruzado para Gilberto desviar e diminuir o marcador ainda na primeira etapa.

Na volta do intervalo, Dorival trocou Josimar pelo garoto Maurides, lançou sua equipe ao ataque e por pouco não conseguiu o empate logo aos dois minutos, mas Gilberto desperdiçou boa chance. No lance seguinte, descuido da retaguarda colorada e Vagner Love recebeu livre na área, onde só deu um corte em Rodrigo Moledo e tocou para ampliar.

Dorival Junior trocou Gilberto por Marcos Aurélio e ganhou em movimentação e toque de bola na meia cancha ofensiva, setor que sua equipe passou a dominar e com isso, encontrar espaços. O lateral Fabrício aproveitou bem esse espaço, e com um chutaço no ângulo cruzado de Paulo Vitor, diminuiu para o Inter. Pouco depois, Ronaldinho foi desarmado por Elton no meio campo, a bola ficou com Marcos Aurélio que avançou e passou para Datolo. O argentino cortou para a canhota e bateu rasteiro, sem chances para o arqueiro flamenguista.

No fim, Wellinton por pouco não deu a vitória ao Flamengo, mas Muriel evitou com linda defesa e garantiu um ponto importante aos gaúchos. Os cariocas lamentam novo vacilo dentro de casa, semelhante ao da Libertadores, quando vencia o Olimpia por 3 a 0 e sofreu o empate. Ronaldinho, que já não tinha um clima muito ameno, foi pela primeira vez substituído por Joel Santana, e saiu debaixo de muitas vaias. Vaias que se estenderam no fim da partida, com a frustrante igualdade.

Fla - InterAs duas equipes com losangos em seus meio campos. No Fla, quatro volantes na teoria, pois na prática, Ibson foi o organizador. Não funcionou. Do outro lado, Datolo fez com maestria a função e foi o líder do Inter no empate com gosto de vitória.

O CRAQUE DA RODADA

LUCAS

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Muito contestado após as expulsões nos duelos decisivos contra Fluminense e Vitória (final do Carioca e oitavas de final da Copa do Brasil, respectivamente), o lateral direito marcou duas vezes contra o Coritiba e foi o cara na importante vitória alvinegra fora de casa.

SELEÇÃO DA RODADA

Seleção Rodada 02

sábado, 26 de maio de 2012

Por Dentro da Euro 2012 – Grupo C

Com a Euro 2012 chegando, esse blogueiro, em parceria com o site A Prancheta, preparou um guia especial para que você fique Por Dentro da Euro. Arthur Barcelos e Rafael Andrade analisam os 16 selecionados que disputarão a segunda maior competição de Seleções do planeta, durante os meses de junho e julho na Polônia e Ucrânia.

GRUPO C

· ESPANHA (Por Rafael Andrade)

A melhor e mais vencedora geração do futebol espanhol em todos os tempos, chega para a busca pelo tri continental com a mesma base que faturou a Europa e o Mundo em 2008 e 2010, além de algumas caras novas de muito talento, que fazem da “Fúria” a principal favorita a levar a taça.

Líder do ranking da UEFA e da FIFA, La Roja passeou nas Eliminatórias, com uma campanha soberba de 8 triunfos em 8 jogos, com 26 tentos anotados e apenas seis sofridos. O problema para os espanhois é chegar à competição com desfalques importantes. Um deles, o maior artilheiro de sua história, David Villa, que ainda se recupera de lesão sofrida no último Mundial de Clubes, em dezembro de 2011, além de Puyol, líder da defesa vermelha que passou recentemente por uma cirurgia no joelho.

Jogos

10/06 – Espanha x Itália
14/06 – Espanha x Irlanda
18/06 – Croácia x Espanha

Time-base

Espanha
Postada no sistema predominante do futebol atual, o 4-2-3-1, a seleção espanhola tem em no meio-campo o segredo de seu sucesso. Com dois volantes que marcam e saem muito bem para o jogo, e uma linha de três armadores composta por jogadores de extrema qualidade de passe, visão de jogo e movimentação – com inversões constantes nos posicionamentos, confundindo a marcação adversária –, a “Fúria” domina aquele setor e assim como o Barcelona de Guardiola, “aluga” para si, a posse da bola e do jogo. Sem poder contar com Puyol no miolo de zaga ao lado de Piqué, Del Bosque deve deslocar Sergio Ramos para o setor e escalar Arbeloa na lateral direita, onde perderia tanto na marcação quanto no apoio. Outra opção é manter o camisa 15 pelo flanco e entrar com Javi Martinez na quarta zaga – volante de origem, o jogador foi deslocado para a zaga por Marcelo Bielsa no Athletic Bilbao, e executou com maestria a função. No comando do ataque, sem David Villa, três nomes brigam pela posição. Fernando Torres, Llorente e Soldado, que leva ligeira vantagem pela sua última aparição com a camisa vermelha, onde anotou 3 dos 5 gols da goleada sobre a Venezuela.

O cara – Xavi Hernández
Xavi Um maestro na concepção da palavra, Xavi Hernández é um dos principais responsáveis pelo sucesso da Espanha e do Barcelona, com seu estilo de jogo simples, do toque fácil e do lançamento preciso, que geralmente deixa um companheiro em condições de marcar. Ao lado de Iniesta, forma uma dupla genial, que impôs em clube e seleção a filosofia do tiki-taka, o futebol do passe curto e preciso, mantendo consigo a posse da bola durante a maior parte do tempo. Atuando na faixa central da linha de três armadores de Del Bosque, Xavi dita o ritmo do jogo da Fúria e funciona como uma espécie de termômetro da equipe, conduzindo o time a boas ou más atuações.

Olho nele – Roberto Soldado
Soldado Sexto colocado na artilharia do Campeonato Espanhol com 17 gols (primeiro, contando apenas atletas espanhois), Roberto Soldado terá a dura missão de substituir ninguém mais ninguém menos que o maior goleador de todos os tempos com a camisa da seleção espanhola, David Villa. Missão que não será novidade para Soldado, que já substituiu o mesmo Villa no Valencia (quando o Guaje foi vendido ao Barcelona), onde com muitos gols caiu logo nas graças da torcida. Com um baita time para lhe servir, o veloz e goleador avante valenciano tem tudo para se sair bem com a seleção vermelha nesta Euro.

Ponto forte – Posse/Toque de bola
Como já foi dito acima, o estilo tiki-taka predomina na seleção espanhola, dona de futebol vistoso, agradável de ver. Com um meio-campo de muita qualidade, a “Fúria” controla a posse da bola e envolve o adversário com passes curtos e precisos, encurralando o oponente em seu campo de defesa, além de cansar o adversário, física e mentalmente, na tentativa (geralmente sem sucesso) de roubar a bola.

Ponto fraco – Produção ofensiva
Apesar de dominar completamente a posse da bola e envolver o oponente, um problema que afeta a seleção espanhola é a produção ofensiva – ou a falta dela. Falta infiltração, falta arremate, enfim, falta poder de fogo. Mesmo na Copa do Mundo, quando terminou com o título, a “Fúria” venceu quatro jogos pelo placar mínimo, e acabou a competição com apenas oito gols marcados em sete jogos, um número baixo pela qualidade do time de Vicente del Bosque, que precisará trabalhar para corrigir essa questão.

· ITÁLIA (Por Arthur Barcelos)

Sem favoritismo, desacreditada... Essa é a Itália de Cesare Prandelli. E do jeito que os italianos gostam, superando as críticas e surpreendendo a todos. Quase sempre foi assim que funcionou na Azzurra, e exemplos não faltam – 1968, 82 e 2006 são os maiores. No entanto, não é no acaso, na sorte, que o selecionado da “Terra da Bota” deve depositar suas fichas. Quem espera algo da sorte, acaba derrotado. E Prandelli e seus comandados muito bem sabem disso.

Se o favoritismo está com os alemães e espanhois, a campanha italiana nas Eliminatórias para o torneio continental permite ao torcedor italiano sonhar com uma campanha melhor que as decepcionantes participações em 2004 e 2008. Num grupo com adversários intermediários, mas nem por isso fáceis, como Sérvia, Estônia, Eslovênia e Irlanda do Norte, foram 8 vitórias e 2 empates nos 10 confrontos, onde a Azzurra comprovou a competência defensiva, sofrendo míseros 2 gols, tendo marcado 20 a seu favor – uma boa média boa para quem tem o apelido de “retrancona”.

Jogos
10/06 – Espanha x Itália
14/06 – Itália x Croácia
18/06 – Itália x Irlanda

Time-base

Itália
Baseada na invicta Juventus, Cesare Prandelli tem no time de Antonio Conte sua principal fonte, não só nos nomes, como também no esquema tático. Apesar de ter utilizado o 4-3-1-2 em boa parte de 2011, a falta de um trequartista fez o técnico bresciano em muitos casos optar por um 4-3-3, esse que deve ser efetivado, pelo menos é o que indica pelos treinamentos. É verdade que faltam ponteiros, mas não faltam opções para ocuparem tais espaços, como Giovinco, Di Natale, Balotelli, entre outros. E como não gosta de ter um “poste” no ataque, Prandelli deverá formar um trio (ou dupla) de ataque com muita movimentação, como foi com Cassano e Rossi nas Eliminatórias, e que farão falta – o primeiro é dúvida por ainda estar se recuperando do AVC, enquanto segundo só volta de lesão em 2013. Outra opção poderia ser o 3-5-2, também utilizado pela Vecchia Signora e que voltou com tudo na temporada 2011/12 na Serie A em vários clubes.

O cara – Andrea Pirlo
Pirlo Tanto no 4-3-1-2, no 4-3-3 ou até mesmo o 3-5-2, Pirlo tem a liberdade necessária para ser o regente do time, como na Juventus. E o meio-campista não tem decepcionado, com a velha forma de volta, sempre preciso nos passes e lançamentos, bem como na sua inteligência tática. É o motor da Azzurra.

Olho nele – Sebastian Giovinco
Giovinco Mais uma vez destaque do Parma na Serie A, ‘La Formica Atomica’ tende a ganhar espaço com as ausências de Cassano e Rossi, e terá nos últimos amistosos a chance de mostrar à Prandelli que pode ser o principal nome do ataque italiano. Em seu clube, participou diretamente de quase 60% dos gols na Serie A.

Ponto forte – Consistência defensiva
Esse na maioria das vezes sempre foi o ponto forte do selecionado italiano. Com Prandelli não é diferente, apesar da maneira de jogar se distinguir de outras equipes, já que o time do ex-técnico da Fiorentina privilegia o toque de bola, a ocupação de espaço, movimentação ofensiva e compactação, e não simplesmente uma equipe “fechadinha” e competente nos contragolpes.

Ponto fraco – Falta de um “matador”
Sempre famosa por ter atacantes competentes na hora de colocar a bola no fundo das redes, a atual equipe vem sofrendo com o mau momento dos que seriam os principais “9” na Euro: Matri e Pazzini, tanto que ambos sequer foram relacionados por Prandelli. A esperança agora é depositada no veterano Di Natale, que voltou a ser lembrado, e no polêmico Balotelli, que recebeu um voto de confiança de Prandelli.

· IRLANDA (Por Arthur Barcelos)

Depois de 24 anos de ausência, finalmente a Irlanda voltará a disputar a principal competição de seleções nacionais do Velho Continente. E um dos grandes “culpados” por isso é o mais que experiente, e já perto de se aposentar, Giovanni Trapattoni. Com grandes trabalhos nos três grandes clubes italianos (Juventus, Internazionale e Milan), “Trap”, ao lado de Marco Tardelli, seu assistente, conseguiu montar uma equipe compacta e objetiva, como manda o script dos times montados pelo italiano.

Após ter ficado no quase nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, a Irlanda não passou por maiores sufocos na fase classificatória para o torneio a ser disputado em Polônia e Ucrânia. Uma campanha surpreendente até, onde em 10 partidas venceu 6, empatou 3 e perdeu apenas 1, para a Rússia, que acabou com a liderança do Grupo B. Nos playoffs, a goleada sobre a Estônia, fora de casa, por 4 a 0 garantiu a vaga, confirmando o porquê do investimento no trabalho do sempre competente Trapattoni, apesar da idade e de problemas físicos.

Jogos
10/06 – Irlanda x Croácia
14/06 – Espanha x Irlanda
18/06 – Itália x Irlanda

Time-base

Irlanda
Num time compactado, eficiente pelos flancos e objetivo nos contra-ataques, nada melhor que optar por um 4-4-2 bem ao modo inglês, com as duas linhas de quatro próximas, diminuindo o espaço do adversário. Uma equipe bem simples e direta montada por “Trap”, e um tanto que previsível, é verdade. Espanha, Itália e Croácia, claramente superiores tecnicamente, terão dificuldades em superar o sistema defensivo irlandês, que sofreu 8 gols em 12 partidas nas Eliminatórias.

O cara – Robbie Keane
Keane Maior artilheiro do selecionado irlandês e também artilheiro do time nas Eliminatórias (além do vice no geral), o capitão e principal líder Robbie Keane é o grande nome da equipe de Trapattoni. E o esquema utilizado dá a liberdade para que o atacante do Los Angeles Galaxy desenvolva seu melhor futebol.

Olho nele – Aiden McGeady
McGeady Típico winger, McGeady está acostumado com a tática e é a principal arma pelos flancos da equipe, aliando sempre muita velocidade, habilidade e boa batida na bola. Um pouco de preciosismo e alguns apagões podem atrapalhar o ponteiro do Spartak Moscou, mas não pode ser desprezado pelos adversários, e, em condições normais, tenderá a dar bastante trabalho.

Ponto forte – Compactação
Como já citado, é um time que joga bem fechado, que ocupa com inteligência os espaços e atua com as linhas de quatro bem próximas, justamente nesta busca pela exclusão de espaços para os adversários.

Ponto fraco – Previsibilidade
Um time chato de se enfrentar por seus méritos defensivos, mas “fácil” de se anular ofensivamente, dado a falta de opções existentes. Anulando os wingers e Robbie Keane, a equipe de Trapattoni simplesmente não produzirá nada ofensivamente.

· CROÁCIA (Por Rafael Andrade)

Desde 2006 no comando da Croácia, Slaven Bilic tem na Euro 2012 a sua última chance de um bom trabalho a frente da seleção de seu país, uma vez que após o certame continental o treinador irá comandar o Lokomotiv Moscou. A missão é levar a equipe à no mínimo repetir as suas melhores campanhas na Euro, em 1996 e em 2008 quando foram até as quartas de final, com Bilic presente em ambas – na primeira como jogador de um super time que contava com nomes como Suker, Boban e Prosinecky, na segunda já como comandante.

Para conseguir a vaga, a seleção do uniforme xadrez venceu sete duelos, empatou um e perdeu dois, anotando 18 tentos e sofrendo sete, campanha suficiente para ficar com o segundo lugar do grupo que teve a Grécia como líder. Na repescagem contra a Turquia, uma vitória maiúscula por 3 a 0 em território turco e um empate sem gols dentro de casa asseguraram a participação croata em mais uma Euro, sua quarta desde a divisão da antiga Iugoslávia.

Jogos
10/06 – Irlanda x Croácia
14/06 – Itália x Croácia
18/06 – Croácia x Espanha

Time-base

Croácia
Bilic caracteriza-se por estudar bem os seus adversários e armar sua equipe de acordo com o que vai enfrentar, variando assim sua equipe, utilizando geralmente o 4-3-3 ou o 4-4-2, este último com maior frequência. Com duas linhas de quatro retraídas e compactas, a seleção croata explora muito as jogadas pelos flancos, com Srna e Rakitic, este tendo o apoio constante do ofensivo lateral Pranjic. Nas constantes subidas do lateral-esquerdo, a linha defensiva se fecha em três defensores com o lateral oposto Corluka recuando para fechar o setor. Duas dúvidas ainda persistem na cabeça do treinador, quanto à utilização de Lovren e Kranjcar, que ainda se recuperam de lesão e não tem presença confirmada no torneio.

O cara – Luka Modric
Modric Dono de técnica apurada, boa visão de jogo e qualidade no passe, Luka Modric é o principal organizador da equipe croata. Atuando como box-to-box (mesma maneira que atua no Tottenham), o camisa 10 pode aparecer bem na frente com a posse da bola para usar uma de suas principais armas, o arremate de média distância, ou pode, sem o controle da redonda, recompor a segunda linha e contribuir na redução dos espaços do oponente.

Olho nele – Mario Mandzukic
Fussball / firo Portraits Wolfsburg 120711 Artilheiro e destaque do Wolfsburg na temporada, Mario Mandzukic é um atacante de qualidade no arremate e no trabalho de pivô, que faz com que o goleador seja também um bom assistente. Com a camisa da seleção, o avante foi o vice-artilheiro nas Eliminatórias, marcando inclusive um dos gols na importante vitória por 3 a 0 sobre a Turquia, que garantiu o selecionado croata na Euro.

Ponto forte – Linha de fundo
De um lado, as investidas em velocidade de Rakitic, com o apoio de Pranjic. Do outro, os cruzamentos sempre precisos de Darijo Srna. Assim, as jogadas de linha de fundo são armas mortais para os croatas. Jogadas de bola parada também são sempre bem aproveitadas, prova disso são os quatro tentos que fizeram do zagueiro Lovren artilheiro da seleção nas Eliminatórias.

Ponto fraco – Idade

Com uma alta média de idade (31 anos), o folego da seleção croata pode ser um diferencial contra o time de Bilic.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Brasileirão 2012 – Rodada 01

  • No sábado, destaque para a impressionante torcida do Sport, que lotou a Ilha do Retiro para o retorno do Leão a Serie A, mesmo após a derrota na decisão do estadual, diante do rival Santa Cruz. Dentro de campo, o time não correspondeu e ficou apenas no empate em 1 a 1 contra o Flamengo, que voltou a jogar após longos 28 dias de “inter temporada” forçada, e não apresentou melhoras em relação ao time que caiu na Libertadores e no Estadual. Além do empate no duelo rubro-negro, igualdade também no duelo paulista entre Palmeiras e Portuguesa, pelo mesmo placar. Ainda no sábado, o Figueirense estreou bem e bateu o Náutico dentro de casa por dois tentos a um.
  • Corinthians x Fluminense tinha tudo para ser o grande jogo da rodada, não fosse os duelos importantes que os dois times têm pela Libertadores (encaram Vasco e Boca Juniors, respectivamente), que fez com que entrassem em campo pelo certame nacional com times reservas. O bom público do Pacaembu (16 mil pagantes) saiu frustrado com a derrota alvinegra, por 1 a 0, gol do zagueiro Leandro Euzébio.
  • Outro a entrar com time praticamente todo reserva, foi o Vasco, rival do Corinthians pela competição continental. No entanto, o Gigante da Colina mesmo com time misto fez o dever de casa e bateu o Grêmio por 2 a 1, gols de Fellipe Bastos e Alecsandro para os cariocas, e Fernando para os gaúchos. Destaques no jogo para a lambança feita pelo árbitro Célio Amorim, que anulou de forma bisonha um gol totalmente legal do Grêmio. Na tentativa de compensar o erro, inventou um pênalti para o Tricolor, que Marcelo Moreno cobrou e Fernando Prass defendeu, assegurando os três pontos aos cruzmaltinos.
  • Enquanto o Grêmio começou mal, seu rival Inter largou muito bem. Vitória segura sobre o Coritiba diante de um bom público no Beira-Rio. Fora da Libertadores e apenas com o Brasileiro como foco, o ótimo time colorado tem tudo para brigar na parte de cima da tabela, e para isso, esse bom inicio no momento em que outros favoritos alternam suas atenções com os mata-matas em reta final é fundamental. Leandro Damião, autor de um golaço e uma assistência para Dagoberto fechar o placar por 2 a 0, foi o nome do jogo.
  • Outros resultados: Em Campinas, a Ponte Preta recebeu o Atlético/MG e não começou bem no seu retorno à elite do futebol brasileiro. Vitória de 1 a 0 do Galo, com gol de Escudero; Em Salvador, sob muita chuva, o Bahia parou no goleiro Aranha e no time reserva do Santos, que garantiu o placar sem gols e um pontinho na bagagem; Outro a voltar com um pontinho após empate sem gols é o Atlético/GO, que foi a Uberlândia encarar o Cruzeiro, e graças a boa atuação do goleiro Roberto, segurou a igualdade.

O JOGÃO DA RODADA

Botafogo 4x2 São Paulo

O time da casa até começou bem, tentando assustar o goleiro Denis, principalmente em investidas do estreante Vitor Junior. No entanto, quem abriu o placar foi o Tricolor paulista, após boa troca de passes entre Lucas e Jadson, que terminou em um golaço do camisa 10. Depois do gol, os mandantes se desestabilizaram e por pouco não saíram da primeira etapa com uma adversidade ainda maior. No intervalo, Oswaldo de Oliveira trocou o isolado Loco Abreu por Herrera, visando mais mobilidade no comando de ataque alvinegro.

A mexida funcionou e logo aos 4 da etapa derradeira, o argentino igualou o placar. Embalado, o Fogão partiu com tudo e acabou cedendo espaços. Luis Fabiano precisou de duas oportunidades para recolocar o time paulista em vantagem. Na primeira, Jefferson operou um milagre para evitar. Na segunda, o Fabuloso apareceu livre nas costas de Brinner e testou com força, tirando do goleiro botafoguense.

Porém, o nome do jogo era Herrera. O camisa 17 voltou a aparecer apenas cinco minutos depois, brigando com a zaga paulista e sofrendo pênalti de Paulo Miranda, que ele mesmo converteu para igualar novamente o marcador. Dessa vez, o embalo do Glorioso encurralou o São Paulo, e em apenas quatro minutos o time da casa virou a peleja, com Vitor Junior, em cobrança de falta que desviou em Cícero antes de morrer nas redes de Denis.

Atordoado, o São Paulo ainda entregou o quarto gol ao Botafogo em lambança generalizada de Denis e Maycon. Primeiro o arqueiro saiu jogando com os pés e deu na fogueira para o meio campista na entrada da área, onde ele acabou perdendo a bola para Fellype Gabriel, que serviu para Herrera bater de primeira e definir o placar em 4 a 2 para o Fogão.

Bota x SP Equipes no mesmo 4-2-3-1: No Botafogo, a entrada de Herrera na vaga de Loco Abreu no intervalo deu mais mobilidade ao comando de ataque e mexeu na até então cômoda defesa são paulina.

O CRAQUE DA RODADA

45714_german_herrera Germán Herrera

Saiu do banco para marcar três vezes e ajudar o Botafogo a virar o placar e garantir os três pontos jogando em casa diante do São Paulo.

SELEÇÃO DA RODADA

Seleção Rodada 01

sábado, 19 de maio de 2012

Por Dentro da Euro 2012 – Grupo B

Com a Euro 2012 chegando, esse blogueiro, em parceria com o site A Prancheta, preparou um guia especial para que você fique Por Dentro da Euro. Arthur Barcelos e Rafael Andrade analisam os 16 selecionados que disputarão a segunda maior competição de Seleções do planeta, durante os meses de junho e julho na Polônia e Ucrânia.

GRUPO B

HOLANDA (Por Arthur Barcelos)

Presença constante nas fases finais da Euro, a Holanda na maioria das vezes parou no caminho, e sempre em vacilos nos momentos finais - prorrogação e/ou disputa de pênaltis. Em 1976 caiu nas semifinais para a extinta Tchecoslováquia (acabou na terceira colocação, ganhando da também extinta Iugoslávia) sofrendo dois gols na prorrogação. Em 92, caiu nos pênaltis para a campeã Dinamarca, também nas semis. Nas quartas de finais, em 96, caiu para os franceses, nos pênaltis. Em 2000, nas semis novamente, foi a vez de a Itália vitimar os holandeses, vencendo nos pênaltis; e para não perder o ritmo, em 2004 caiu para os anfitriões portugueses nas semis; já em 2008, caiu para a surpreendente Rússia, ainda nas quartas, levando dois gols na prorrogação.

Apesar de toda a tradição na Euro, a Holanda só chegou a glória uma vez, em 88, sob o comando da dupla Gullit e van Basten, num time que ainda tinha nomes como Rijkaard, os irmãos Koeman, Vanenburg, Mühren e o lendário Rinus Michels no banco. É inspirado nesse time que a equipe de Bert van Marwijk espera recolocar a Oranje no lugar mais alto, motivada pelas ótimas campanhas na Copa do Mundo e nas Eliminatórias para a Euro 2012, onde deitaram e rolaram no Grupo E, vencendo 9 partidas em 10, contando com o melhor número de gols marcados, 37 (média de 3,7 gols/jogo), tendo sofrido apenas 8 gols.

Jogos
09/06 – Holanda x Dinamarca
13/06 – Holanda x Alemanha
17/06 – Portugal x Holanda

Time-base

Holanda
Praticamente embaixador do 4-3-3 com o meio-campo em triângulo de base baixa, o selecionado holandês, em busca de maior equilíbrio e ocupação de espaço – marca registrada dos holandeses, que possuem na marcação pressão outra característica –, passou a jogar no esquema tático da década, o 4-2-3-1, mas diferentemente de muitos times, já o utiliza há um bom tempo.

O cara – Wesley Sneijder
Sneijder Após um 2011 para se esquecer – ainda que fosse bem na seleção –, Wes recuperou a boa forma nos últimos meses na Internazionale com Andrea Stramaccioni e, 100% física e tecnicamente, tem tudo para ser tão decisivo quanto foi no Mundial de 2010, seja criando situações de perigo com sua leitura e visão de jogo, ou mesmo marcando gols.
*Menções honrosas: Arjen Robben e Robin van Persie

Olho nele – Klaas-Jan Huntelaar
HUNTELAAR Apesar de ser reserva de um Robin van Persie em grande fase, Huntelaar pode vir a ofuscar o jogador do Arsenal, como fez durante as Eliminatórias. Peça fundamental para van Marwijk, o avante do Schalke – também em fase esplendorosa, conquistando a artilharia da Bundelisga 2011/12, com 29 gols marcados em 32 partidas – foi o “homem-gol” do selecionado holandês, marcando 12 gols em 8 partidas. E se entende muito bem com Sneijder, com quem já jogou em Ajax e Real Madrid.
*Menções honrosas: Dirk Kuyt e Ibrahim Afellay

Ponto forte – Movimentação ofensiva
Como manda o script, os holandeses sempre foram famosos pela intensa troca de posições, numa busca incessante pela ocupação e criação de espaços, o quarteto ofensivo cumpre bem isso.

Ponto fraco – Lado psicológico
A pressão sofrida pelos holandeses é grande, especialmente a fama de serem “amarelões”, como muitos os apelidam, graças a vacilos em momentos importantes. O peso nas costas dos jogadores é grande, e Bert van Marwijk tem a missão de fazer o que não conseguiu em 2010, que é controlar o grupo, e esse último fracasso, em 2010, pode ter sido “bom” para eles, que, mais calejados, poderão superar isso tudo.

DINAMARCA (Por Arthur Barcelos)

Há 12 anos no comando técnico do selecionado dinamarquês, o experiente Morten Olsen tem, talvez, sua última e grande chance de tentar fazer o que os comandados de Richard Moller-Nielsen conseguiram em 1992, conquistando o único título europeu dinamarquês, possivelmente a maior zebra da história da Euro. 20 anos após o triunfo do time que tinha nomes como Schmeichel, Lars Olsen, Povlsen e Brian Laudrup, repetir tal feito (ou mesmo uma colocação boa) é considerado como muito improvável, mediante a falta de um elenco realmente forte e a dificuldade do grupo que os jogadores de Olsen terão de enfrentar, considerado o mais difícil da competição que será disputada em Polônia e Ucrânia.

Mas é possível sonhar com uma zebra, ainda mais pela campanha nas Eliminatórias, onde a Dinamarca passou sem maiores dificuldades num grupo que ainda tinha Portugal e Noruega, bem como a Islândia. Em 8 jogos, foram 6 vitórias, 1 derrota e 1 empate, sendo 15 gols pró e 6 contra, garantindo a primeira colocação.

Jogos
09/06 – Holanda x Dinamarca
13/06 – Dinamarca x Portugal
17/06 – Dinamarca x Alemanha

Time-base

Dinamarca
Mais um time adepto do 4-2-3-1, assim Morten Olsen, em seus 12 anos no comando dinamarquês, tem preferido armar sua seleção. O técnico sempre montou equipes organizadas, complicadas de se enfrentar, mediante a aplicação tática de seus jogadores, bem como na velocidade dos mesmos.

O cara – Dennis Rommedahl
Rommedahl Experiente e veloz, a Dinamarca tem em Rommedahl sua principal arma. O ex-jogador de PSV, Ajax e Olympiakos, atualmente no Brondby, costuma fazer boas jogadas pelo flanco direito, quase sempre com o apoio de Jacobsen e Kvist, com muita intensidade e velocidade. Foi o artilheiro do time nas Eliminatórias, além de ter contribuído com assistências, participando de 46% dos gols dinamarqueses.

Olho nele – Christian Eriksen
Eriksen Jovem e em crescente evolução, Eriksen, do Ajax, é o responsável por organizar o meio-campo, por dar cadência em momentos importantes e distribuir o jogo. Com uma leitura e visão de jogo impressionante para um garoto, Eriksen colaborou com 6 assistências nas Eliminatórias, marcando ainda um gol.
*Menções honrosas: Michael Krohn-Dehli e William Kvist

Ponto forte – Compactação
Como já escrito aqui, o time de Olsen é bem montado, organizado taticamente e com jogadores aplicados, o que permite muita compactação e ocupação de espaços, por isso é um equipe complicada de se enfrentar, o que permite ao torcedor dinamarquês sonhar com vôos mais altos de sua seleção.

Ponto fraco – Improdutividade ofensiva
Compactação, organização, ocupação de espaço, velocidade e... improdutividade ofensiva. Com apenas 15 gols em 8 jogos, a Dinamarca conseguiu se classificar em primeiro lugar, mas com a atual média, será difícil que consiga ser a zebra da Euro 2012. O fato de privilegiar muito a defesa e ser dependente de três ou quatro jogadores também são fatores determinantes para a ausência de gols, bem como na ineficiência de Bendtner, que marcou tímidos 3 gols nas Eliminatórias, pouco, muito pouco, para quem é a “esperança” de gols de um time.

ALEMANHA (Por Rafael Andrade)

A última conquista importante foi no já distante ano de 1996, mas com um plantel sempre muito forte, a seleção germânica já bateu na trave em quatro oportunidades para levantar outros canecos – vice mundial e continental em 2002 e 2008, respectivamente, além de dois terceiros lugares nas Copas do Mundo de 2006 e 2010. E nesse ano não será diferente.

A sempre forte Alemanha chega à competição continental mais uma vez como uma das grandes favoritas a levar a taça. Um grupo jovem e qualificado, dono de campanha irretocável nas Eliminatórias, com 10 vitórias em 10 jogos, 34 gols anotados e apenas sete sofridos.

Jogos
09/06 – Alemanha x Portugal
13/06 – Holanda x Alemanha
17/06 – Dinamarca x Alemanha

Time-base

Alemanha
Joachim Löw aplica na Nationalelf uma das melhores formas de se utilizar o 4-2-3-1, mantendo um estilo de jogo agradável ao torcedor e bem sucedido dentro de campo. Intensa movimentação do quarteto ofensivo, criando espaços no setor defensivo adversário, posse de bola agressiva, participação efetiva dos volantes (Khedira e Schweinsteiger), seja no primeiro passe ou no aproveitamento pelas aberturas devido a movimentação de Özil, que se aproxima do meias extremos (Müller e Podolski) com a posse, em busca de infiltrações na área ou mesmo ir a linha de fundo, além de Klose, que faz o básico, mas com muita competência, como por exemplo, o pivô, ou a saída da área, levando com si os zagueiros, consequentemente abrindo espaços para as entradas dos volantes e meias. A marcação por zona, bem ajustada e compacta gera uma variação para o 4-4-2 em linha, com os extremos se alinhando aos volantes e o meia ofensivo se juntando ao atacante na marcação da saída de bola adversária.

O cara – Bastian Schweinsteiger
Schweinsteiger Um dos mais experientes dentro do jovem grupo de Joachim Löw, Schweinsteiger é o esteio do meio campo germânico. Dono de passe refinado e visão de jogo privilegiada, é do camisa sete a missão de iniciar a maioria das tramas ofensivas alemãs. Com a qualidade na saída de bola que lhe é peculiar, Bastian faz a bola chegar redonda aos pés da trinca de armadores, além de trabalhar bem também sem a posse, reduzindo os espaços e dificultando as ações adversárias.

Olho nele – Marco Reus
Reus Veloz, incisivo, habilidoso e goleador. Esse é Marco Reus, destaque na excelente campanha do Borussia Monchengladbach, quarto colocado da última Bundesliga e com vaga garantida na fase prévia da próxima UEFA Champions League. No entanto, o artilheiro dos Potros com 18 gols não disputará a competição continental pela equipe, uma vez que se transferiu para o atual bi campeão alemão, Borussia Dortmund, clube que o revelou.

Ponto forte – Contragolpes
Com jogadores velozes e de qualidade no passe, os contra ataques são armas mortais para os rivais da Alemanha. A estratégia é simples: deixar a posse de bola com o oponente, reduzindo os espaços para não correr riscos e buscando a retomada para sair em velocidade, pegando a defesa adversária exposta. Durante a Copa do Mundo em 2010, Inglaterra e Argentina provaram desse veneno e saíram de campo com sonoras goleadas por 4x1 e 4x0, respectivamente.

Ponto fraco – Inexperiência
O grupo é ótimo, com jogadores de muita qualidade em todos os setores. A questão é: Esse grupo está pronto para tirar a Alemanha da fila? Está maduro o suficiente para agüentar a pressão de jogos duros que a Nationalelf irá encarar para poder faturar o título? A média de 25 anos é baixa, e jogadores como Klose, Schweinsteiger e o capitão Phillip Lahm terão a missão de dar a jovens como Müller, Reus, Götze, Kroos entre outros a tranqüilidade para que possam desempenhar seu futebol com a mesma maestria que apresentam em seus clubes.

PORTUGAL (Por Rafael Andrade)

O vice-campeonato de 2004, dentro de casa e diante de uma Grécia inferior tecnicamente, ainda está entalado nas gargantas portuguesas, que apostam todas as suas fichas no talento de Cristiano Ronaldo para enfim soltarem o grito de campeão, pela primeira vez em sua história. Mas será preciso bem mais do que o craque madridista para o sucesso da seleção lusa. Nomes como Nani, Fábio Coentrão e Hugo Almeida também terão que aparecer caso queiram passar pelo temido “Grupo da Morte”, onde enfrentarão potencias como Alemanha e Holanda, além da perigosa Dinamarca.

Dinamarca essa que desbancou os próprios portugueses nas Eliminatórias para a Euro. Na ocasião, as duas seleções integraram o mesmo grupo, com os escandinavos passando em primeiro e mandando Portugal à repescagem, depois de uma campanha irregular com cinco vitórias, um empate e duas derrotas, com 21 gols pró e 12 sofridos na primeira fase. No confronto direto contra a Bósnia-Herzegovina, um empate fora e uma goleada por 6 tentos a 2 no Estádio da Luz asseguraram a vaga lusitana.

Jogos
09/06 – Alemanha x Portugal
13/06 – Dinamarca x Portugal
17/06 – Portugal x Holanda

Time-base

Portugal
Com dois extremos de muita velocidade e habilidade, Paulo Bento armou um 4-3-3 que dá total liberdade a Cristiano Ronaldo e Nani, para que esses possam desequilibrar. Pela direita, o camisa dezessete parte buscando o fundo ou a penetração na área, enquanto do outro lado, o ex-melhor do mundo busca a infiltração em diagonal, trazendo para o pé direito para finalizar e abrindo o corredor para as ultrapassagens de Coentrão. No meio, três homens que sabem combater e sair pro jogo garantem o equilíbrio da equipe, que conta ainda com uma segura dupla de zaga.

O cara – Cristiano Ronaldo
CR7 Indiscutivelmente o melhor jogador europeu em atividade, Cristiano é daqueles jogadores completos. Finaliza bem na curta, na média e até mesmo na longa distância com qualquer uma das pernas, cobra faltas e pênaltis com precisão, cabecea bem, é forte, rápido, driblador e goleador. Só nesta temporada, foram 60 gols em 55 jogos com a camisa merengue, uma média de 1,09 por peleja – no total, são 144 tentos em 142 aparições pelo Real Madrid. Capitão e líder da Seleção das Quinas, Ronaldo figura entre os maiores jogadores portugueses de todos os tempos, ao lado de Eusébio e Figo.

Olho nele – Nelson Oliveira
Nelson Oliveira Destaque do último Mundial sub-20 com quatro gols e duas assistências na campanha do vice-campeonato português, Nelson Oliveira é um centroavante de muito valor apesar da pouca idade. Alto e forte, faz bem o papel de pivô, escorando a jogada para quem vem de trás, além de saber finalizar bem com ambas as pernas. Pretendido por times como Porto, Chelsea e Barcelona, o “Cantona Português” – como é conhecido – optou pelo coração e ficou no Benfica, aonde vem ganhando cada vez mais espaço.

Ponto forte – Lado Esquerdo
É pelo lado esquerdo que saem as principais tramas ofensivas da seleção portuguesa. Seja dos perigosos pés de Cristiano Ronaldo, que pode cortar para dentro e finalizar ou até mesmo servir com maestria um de seus companheiros, ou nas ultrapassagens de Fábio Coentrão, indo ao fundo e centrando com qualidade.

Ponto fraco – Inconstância
Apesar de contar com um jogador fora de série como Cristiano Ronaldo e outros bons valores em seu grupo, a seleção portuguesa não passa confiança. Isso se explica por atuações excepcionais como a goleada por 4 a 0 sobre a campeã européia e mundial Espanha e por aparições patéticas como o empate com a fraca seleção do Chipre dentro de casa. Essa insegurança é um problema que o treinador Paulo Bento tem para resolver até a Euro.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Por Dentro da Euro 2012 – Grupo A

Com a Euro 2012 chegando, esse blogueiro, em parceria com o site A Prancheta, preparou um guia especial para que você fique Por Dentro da Euro. Arthur Barcelos e Rafael Andrade analisam os 16 selecionados que disputarão a segunda maior competição de Seleções do planeta, durante os meses de junho e julho na Polônia e Ucrânia.

GRUPO A

- Polônia (Por Arthur Barcelos)

Sem tradição na Euro, os anfitriões poloneses esperam que o fator casa contribua para acabar com esse tabu. E com um bom elenco, a equipe comandada pelo experiente Franciszek Smuda pode vir a ser a grande surpresa desta edição.

Como é uma das sedes, a alvirrubra não participou das Eliminatórias, com isso, o selecionado polonês disputou 12 amistosos, quase sempre contra adversários do mesmo nível, ou mesmo superiores. Não fizeram feio, entretanto, não brilharam. Foram 5 vitórias – sendo uma delas sobre a Argentina –, 5 empates – com destaque para o 2x2 com os rivais alemães – e 2 derrotas – para as boas seleções de França e Itália.

Jogos
08/06 – Polônia x Grécia
12/06 – Polônia x Rússia
16/06 – República Tcheca x Polônia

Time-base

Polônia
Smuda é mais um adepto do 4-2-3-1, o “esquema da moda”. E o esquema tático contribui para a forma de jogar do time polonês, com compactação e velocidade. Com volantes de mais marcação e pouco ímpeto ofensivo, os componentes da linha três meias têm liberdade para encostarem no centroavante, sem deixá-lo isolado entre os beques adversários. Com um lateral-direito de origem, um “quarto-zagueiro” e um lateral-esquerdo que pouco apoia, o direito, Lukasz Piszczek tem a cobertura necessária para que faça como em seu clube, o Borussia Dortmund: avançar. E por ali, forma ótima parceria com seu companheiro de time, Blaszczykowski.

O cara – Jakub Blaszczykowski
kuba2 Capitão e líder do time, Blaszczykowski, apelidado de Kuba – por motivos óbvios –, tem na velocidade sua principal característica. Sempre eficiente em arrancadas, Kuba ótima válvula de escape para o time polonês, bem como em contra-ataques. E como já citado anteriormente, se entende muito bem com Piszczek pelo flanco destro.

 

Olho nele – Robert Lewandowski
lewandowski2 Artilheiro do campeão alemão, outro do Borussia Dortmund, e o terceiro com mais gols na Bundelisga 2011/12, com 22 tentos marcados, Lewandowski evoluiu muito na atual temporada, juntamente com sua equipe, que se recuperou do começo ruim de época, chegando ao bi. O polonês é um centroavante completo, e sabe ser decisivo, apesar de alguns gols “fáceis” que costuma perder. É também o artilheiro da Seleção em 2011, com quatro gols marcados.

 

Ponto Forte – Velocidade
Especialmente pelo lado direito, como já frisado anteriormente. Um time muito compactado e com saída de bola rápida e objetiva. Tem também na referência do ataque como ponto forte, onde Lewandowski cumpre o papel de pivô com muita qualidade, facilitando o trabalho dos meias.

Ponto Fraco - Experiência
Apesar dos bons nomes, esse é o principal problema do selecionado polonês. E a falta de experiência pode pesar numa Euro, ainda mais com a pressão de jogar em casa. Smuda terá a difícil missão de controlar sua equipe.

- Grécia (Por Rafael Andrade)

Depois de nove anos comandando a Grécia, o alemão Otto Rehhagel, campeão europeu com a seleção do país em 2004, não resistiu à fraca campanha na Copa do Mundo de 2010 e acabou substituído pelo português Fernando Santos.

Sob a batuta do gajo e em um grupo relativamente fraco nas eliminatórias, Os Helênicos conseguiram de maneira tranquila e invicta sua vaga na Euro. Foram 7 vitórias e 3 empates, com 14 gols pró e 5 contra.

Jogos
08/06 – Polônia x Grécia
12/06 – Grécia x República Tcheca
16/06 – Grécia x Rússia

Time-base

Grécia
Tendo como base o mesmo 4-2-3-1 de seu antecessor, Fernando Santos mexeu apenas na maneira da equipe jogar, dando mais liberdade aos seus meias-extremos, para que esses busquem as infiltrações em diagonal. A exemplo de Rehhagel, Santos também privilegia a defesa e explora bastante os contragolpes e as jogadas de bola parada.

O Cara – Giorgos Karagounis
Karagounis Basicamente é o responsável por todas as ações ofensivas da seleção helênica. Seja com lançamentos precisos ou nas bolas paradas, o fato é que quase sempre o experiente e talentoso meia deixa seu carimbo nos lances de perigo à meta adversária. Carrega consigo a faixa de capitão e esteve presente no grupo que faturou a Europa em 2004.

Olho nele – Georgios Samaras
Samaras Medindo 1,93m, o atacante do Celtic tem nas bolas aéreas o seu grande trunfo, porém, engana-se quem pensa que o repertório do avante se resume nas jogadas por cima. Veloz atuando pelos lados do campo, o grandalhão é ainda um grande garçom, criando lances de perigo partindo da ponta esquerda e servindo seus companheiros.

Ponto Forte – Bolas paradas
O veterano Karagounis é um especialista nesse tipo de lance, sempre levando perigo, seja nas cobranças de faltas frontais, ou em faltas laterais e escanteios, onde costuma colocar a bola na cabeça de algum companheiro para finalizar.

Ponto Fraco – Improdutividade ofensiva
Apesar do bom desempenho com as bolas paradas, a seleção grega teve o terceiro pior ataque das Eliminatórias – dentre aquelas seleções que conseguiram vaga. No entanto o “problema” que já persiste desde os tempos de Otto Rehhagel, torna-se menor em função da solidez defensiva helênica.

- Rússia (Por Rafael Andrade)

Depois do fiasco de Guus Hiddink caindo diante da Eslovênia na repescagem e ficando sem a vaga na Copa do Mundo da África do Sul, outro holandês assumiu o comando da seleção russa, o experiente e vencedor Dirk Advocaat.

Sob a batuta do treinador que ganhou tudo comandando o Zenit St. Petersburg, a Rússia não encontrou dificuldades nas Eliminatórias para o certame continental. Em 10 jogos, foram 7 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota, tendo anotado 17 tentos e sofrido apenas 4. Agora, a expectativa é de que Os Soviéticos, no mínimo, repitam a excelente campanha da última Euro, quando caíram na semifinal para a campeã Espanha e acabaram com a quarta colocação.

Jogos
08/06 – Rússia x Republica Tcheca
12/06 – Polônia x Rússia
16/06 – Grécia x Rússia

Time-base

Rússia
O 4-3-3 de Advocaat tem como prioridade estabelecer uma retaguarda sólida, com laterais contidos e uma trinca de meias pegadores à frente da defesa. Na frente, Arshavin procura as infiltrações em diagonal partindo da esquerda e abrindo o corredor para esporádicas descidas de Zhirkov. Do outro lado, Dzagoev busca mais o fundo do campo para servir o grandalhão Pavlyuchenko.

O Cara – Andrei Arshavin
Arshavin2 A fase ruim no Arsenal ficou para trás. Emprestado ao Zenit, o meia-atacante “voltou pra casa” e reencontrou seu bom futebol. Capitão e astro maior do esporte no país, é do camisa 10 a missão de criar as principais jogadas ofensivas da Rússia, sempre aliando velocidade e habilidade pelo flanco esquerdo do campo.

Olho Nele – Alan Dzagoev
Dzagoev2 Veloz e com boa visão de jogo, o jovem meia do CSKA Moscou é uma das apostas de Advocaat. Jogando na beirada direita da meia cancha, o camisa 11 pode tanto centralizar para articular da faixa central como buscar as jogadas de linha de fundo, em ambas, é muito perigoso.

Ponto Forte – Defesa sólida
Como já fora dito, o técnico Dirk Advocaat gosta de armar sua equipe de trás pra frente, priorizando seu sistema defensivo. Contando com o entrosamento dos atletas que já atuam juntos em suas equipes - são quatro do CSKA Moscou e quatro do Zenit -, além de um baita goleiro, a seleção russa terminou as Eliminatórias com a segunda melhor defesa, com apenas quatro tentos vazados – a melhor foi a da Itália, que sofreu apenas dois.

Ponto Fraco – Irregularidade dos atletas
Arshavin, Dzagoev e Zhirkov, três dos principais nomes da seleção russa – ao lado do goleiro Akinfeev – são jogadores de talento inquestionável, mas que sofrem com uma inconstância em suas carreiras, marcadas por altos e baixos. Caso cheguem voando na competição, é certeza de uma Rússia forte, capaz de fazer uma nova boa campanha, caso contrário, a seleção vermelha não deverá ir muito longe.

- República Tcheca (Por Arthur Barcelos)

Com uma campanha irregular nas Eliminatórias, os tchecos garantiram mais uma vez a presença na Euro – desde a separação da Tchecoslováquia, o selecionado da Europa Central sempre teve presença garantida na competição: vice em 96, fase de grupo em 2000, semifinal em 2004 e fase de grupo em 2008.

É baseada nessas boas campanhas que o time de Michal Bílek espera ser a “zebra” desta Euro. Nas Eliminatórias, foram 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas na fase de grupo, que garantiram o segundo lugar num grupo com a poderosa Espanha, Escócia, Lituânia e Liechtenstein. Na fase do playoff, uma classificação sem maiores dificuldades sobre Montenegro, com vitórias por 2x0 e 1x0.

Jogos
08/06 – Rússia x República Tcheca
12/06 – Grécia x República Tcheca
16/06 – República Tcheca x Polônia

Time-base

República Tcheca
Diferentemente de Polônia e Grécia, a República Tcheca de Bílek costuma jogar no 4-4-1-1, bem ao estilo inglês. Com um meio-campo qualificado no toque de bola – especialmente pelos box-to-box’s Plasil e Jirácek e o meia Rosicky –, o time também costuma jogar pelos flancos com os wingers, geralmente Rezek e Pilar. Na frente, Pekhart faz o papel do “poste”, sendo importante no jogo aéreo e no trabalho do pivô, segurando a bola até que os meias encostem.

O cara – Tomás Rosický
rosicky Experiente, capitão e bom de bola. Rosický em boa forma é essencial para o selecionado tcheco, o motor do time ao lado de Plasil. É dos pés do meia do Arsenal que surgem as principais jogadas de ataque, e talvez por isso o time possa não ir longe, graças à irregularidade do camisa 10, bem como de seus problemas físicos.

Olho nele – Václav Pilar
pilar Baixinho, rápido e incisivo. Esse é Pilar, um dos destaques do Viktoria Plzen na temporada, o winger ganhou espaço com Bílek no time, pelo lado esquerdo, onde pode ser perigoso com jogadas de linha de fundo ou infiltrações na área. E foi decisivo na classificação da equipe para a Euro, marcando o primeiro gol da vitória de 2x0 sobre Montenegro, nos playoffs das Eliminatórias.

Ponto Forte – Volume de jogo
A República Tcheca é um time que possui um bom volume de jogo, muito por causa da qualidade no passe de seus meias. Porém, possui dificuldades em marcar gols, devido a falta de um centroavante “matador”, decisivo. Nas Eliminatórias, os meias compensaram a improdutividade de Baros e Pekhart.

Ponto Fraco – Inconstância
Capaz de perder para a Lituânia em casa e golear a mesma fora de casa. Essa é a equipe de Bílek, que precisa ajeitar problemas como esse o quanto antes.