quinta-feira, 19 de julho de 2012

Mini RJ/SP: O Sofrível, o Reizinho e o Passeio

Um mini torneio Rio-São Paulo aconteceu nessa décima rodada de Campeonato Brasileiro. Nos três duelos entre cariocas e paulistas, equilíbrio total: uma vitória pra cada lado e um empate. Abaixo, uma analise de cada um desses três confrontos:

Santos 0-0 Botafogo

Sofrível é o melhor termo para definir o que se viu na Vila Belmiro. De um lado, um Santos totalmente perdido sem a presença de Neymar em campo, e do outro, um Botafogo que não acreditou que pudesse vencer o time da baixada em seu território. Com isso, os dois times pouco criaram e o placar não poderia ser outro.

Além de seu astro maior e dos outros selecionáveis Rafael e Ganso, o alvinegro praiano ainda ficou sem seu capitão Edu Dracena logo no inicio da partida. O 4-3-1-2 de Muricy Ramalho tinha como saída de jogo apenas o lado direito, com o promissor lateral Bruno Peres. Isso porque pelo centro os volantes Henrique e Arouca pouco apoiavam o encaixotado Felipe Anderson, que nada criou.

No lado botafoguense, Renato ditava o ritmo de jogo no 4-2-3-1 de Osvaldo de Oliveira, que tinha Marcio Azevedo subindo bem pela esquerda, explorando o corredor aberto por Fellipe Gabriel, quando esse centralizava, como no lance em que acertou um chutaço no travessão, que acabou sendo o melhor lance de todo o jogo.

Foi o sétimo empate do Santos em dez partidas. Um número muito alto que assusta o torcedor santista, que espera ansiosamente pela volta de Neymar para quem sabe, o time tomar um norte e subir na tabela. Para o Botafogo, fica além do gosto que o resultado poderia ter sido melhor, a boa impressão deixada pelo estreante Rafael Marques, se movimentando bem no comando do ataque e deixando claro que pode sim ser o nove que faltava a equipe.

Santos - BotaCom Felipe Anderson bem marcado por Lucas Zen e pouco apoio dos volantes, o 4-3-1-2 santista ficou sem poder de criação. No Botafogo, a dúvida agora é: Onde entrará Seedorf em um meio campo funcionando tão bem?

São Paulo 0-1 Vasco da Gama

O jogo de número 350 de Juninho Pernambucano com a camisa do Vasco poderia ter sido premiado com um gol do Reizinho. Poderia, não fossem as boas aparições de Denis ao intervir as tentativas do melhor jogador da partida, que comandou o Gigante da Colina na importante vitória.

Ney Franco abdicou do meio campo em losango utilizado no clássico contra o Palmeiras e voltou a aplicar no São Paulo o mesmo 4-2-3-1 que era usado com Emerson Leão, com Cícero um pouco mais recuado pela esquerda e Osvaldo espetado pela direita. Com dois jogadores muito jovens à frente da linha de zaga, o tricolor ficou sem pegada e viu o Vasco, sob a batuta de Juninho, sobrar em campo. O Reizinho iniciava praticamente todos os lances do time carioca e fazia a bola chegar com qualidade aos atacantes, que paravam nas mãos de Denis.

Porem, nem mesmo a boa atuação do arqueiro são paulino foi capaz de segurar a pressão cruzmaltina, e logo no inicio da etapa final, Fagner tabelou com William Barbio e finalizou com força após ganhar de Cortes na corrida. Denis que tanto pegou, dessa vez foi mal e tocou a bola pra dentro do gol, sendo crucial no tento único da partida.

A exemplo da maioria de suas partidas, o Vasco, mais uma vez, venceu mesmo sem ser brilhante, e essa é uma das principais características de time que vai brigar pelo título. Se conquistará, é outra história, mas o time de São Januário dá claros sinais de que novamente irá lutar até o fim pela taça.

OBS.: Contando com o Brasileiro de 2011, o Vasco chega à impressionante marca de 35 rodadas seguidas presente no G4.

SPFC - VascoO 4-3-3 do Vasco que sobrou no Morumbi, com os ponteiros atuando entre as duas linhas e Juninho controlando e distribuindo o jogo. No São Paulo, Ney Franco parece ainda não ter encontrado a formação ideal, que talvez seja o 3-5-2 usado por Milton Cruz.

Flamengo 0-3 Corinthians

Provavelmente você já ouviu falar em “posse de bola mentirosa”. Isso ficou muito claro ontem no Engenhão, quando o Flamengo terminou a partida com a bola em seu poder por 60% do tempo de jogo. Mas foi totalmente inoperante, e mesmo com essa posse bem superior, finalizou apenas sete vezes (uma na direção do gol), contra treze tiros corinthianos, sendo seis na direção do gol e três nas redes.

O time corinthiano entrou em campo como de costume: 4-2-3-1, com pressão no campo de ataque, sufocando a saída de bola adversária e muita movimentação dos homens de frente, com uma sutil diferença. Ao invés dos quatro inverterem seus posicionamentos, dessa vez, apenas os pontas e o “centroavante” Emerson invertiam, enquanto Douglas, o articulador central da linha de três armadores, permanecia no setor.

E foi ali que o camisa 15, ao melhor estilo do time de Tite, roubou a bola de Botinelli e avançou para abrir o placar. Foi também pelo centro que Douglas aproveitou a bobeada de Renato ao tentar dar um passe de calcanhar e acertou um belo chute de fora da área para fazer o segundo e praticamente definir a fatura ainda no primeiro tempo.

Curioso nos dois gols corinthianos é que tanto Botinelli quanto Renato Abreu eram os últimos homens em ambos os casos. Prova da desorganização tática do Flamengo de Joel Santana, que deixa aqueles que em tese seriam armadores da equipe, em posição complicada do campo, sem uma retaguarda para cobrir eventual erro.

Outra prova da desordem rubro negra ficou no terceiro gol, quando seis defensores flamenguistas foram colocados na roda por três corinthianos. De Romarinho para Alessandro, do lateral para Douglas deixar novamente com Romarinho, que acionou para Danilo chegar fuzilando de primeira e sepultando o inerte time da casa. E o placar poderia ter sido maior, não fosse à boa atuação de Paulo Victor, pegando inclusive uma penalidade cobrada por Emerson.

O Flamengo clama por uma reforma antes que piore. Conta com alguns bons e experientes nomes no time, que podem perfeitamente dar suporte a jovens talentosos como Adryan e Matheus, que pedem passagem no time titular. Muito distante da ponta, o Corinthians pensa primeiro em sair da zona incomoda em que se encontra e ir azeitando a equipe para o Mundial no fim do ano. Porém, é bom que os primeiros colocados não vacilem, pois o time de Tite é muito forte e já mostrou sua capacidade de ir longe.

Fla - TimaoO 4-2-3-1 de Tite, que com mobilidade e pressão na saída de bola adversária, envolveu completamente o Flamengo e construiu com facilidade a vitória.

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