sexta-feira, 11 de maio de 2012

Por Dentro da Euro 2012 – Grupo A

Com a Euro 2012 chegando, esse blogueiro, em parceria com o site A Prancheta, preparou um guia especial para que você fique Por Dentro da Euro. Arthur Barcelos e Rafael Andrade analisam os 16 selecionados que disputarão a segunda maior competição de Seleções do planeta, durante os meses de junho e julho na Polônia e Ucrânia.

GRUPO A

- Polônia (Por Arthur Barcelos)

Sem tradição na Euro, os anfitriões poloneses esperam que o fator casa contribua para acabar com esse tabu. E com um bom elenco, a equipe comandada pelo experiente Franciszek Smuda pode vir a ser a grande surpresa desta edição.

Como é uma das sedes, a alvirrubra não participou das Eliminatórias, com isso, o selecionado polonês disputou 12 amistosos, quase sempre contra adversários do mesmo nível, ou mesmo superiores. Não fizeram feio, entretanto, não brilharam. Foram 5 vitórias – sendo uma delas sobre a Argentina –, 5 empates – com destaque para o 2x2 com os rivais alemães – e 2 derrotas – para as boas seleções de França e Itália.

Jogos
08/06 – Polônia x Grécia
12/06 – Polônia x Rússia
16/06 – República Tcheca x Polônia

Time-base

Polônia
Smuda é mais um adepto do 4-2-3-1, o “esquema da moda”. E o esquema tático contribui para a forma de jogar do time polonês, com compactação e velocidade. Com volantes de mais marcação e pouco ímpeto ofensivo, os componentes da linha três meias têm liberdade para encostarem no centroavante, sem deixá-lo isolado entre os beques adversários. Com um lateral-direito de origem, um “quarto-zagueiro” e um lateral-esquerdo que pouco apoia, o direito, Lukasz Piszczek tem a cobertura necessária para que faça como em seu clube, o Borussia Dortmund: avançar. E por ali, forma ótima parceria com seu companheiro de time, Blaszczykowski.

O cara – Jakub Blaszczykowski
kuba2 Capitão e líder do time, Blaszczykowski, apelidado de Kuba – por motivos óbvios –, tem na velocidade sua principal característica. Sempre eficiente em arrancadas, Kuba ótima válvula de escape para o time polonês, bem como em contra-ataques. E como já citado anteriormente, se entende muito bem com Piszczek pelo flanco destro.

 

Olho nele – Robert Lewandowski
lewandowski2 Artilheiro do campeão alemão, outro do Borussia Dortmund, e o terceiro com mais gols na Bundelisga 2011/12, com 22 tentos marcados, Lewandowski evoluiu muito na atual temporada, juntamente com sua equipe, que se recuperou do começo ruim de época, chegando ao bi. O polonês é um centroavante completo, e sabe ser decisivo, apesar de alguns gols “fáceis” que costuma perder. É também o artilheiro da Seleção em 2011, com quatro gols marcados.

 

Ponto Forte – Velocidade
Especialmente pelo lado direito, como já frisado anteriormente. Um time muito compactado e com saída de bola rápida e objetiva. Tem também na referência do ataque como ponto forte, onde Lewandowski cumpre o papel de pivô com muita qualidade, facilitando o trabalho dos meias.

Ponto Fraco - Experiência
Apesar dos bons nomes, esse é o principal problema do selecionado polonês. E a falta de experiência pode pesar numa Euro, ainda mais com a pressão de jogar em casa. Smuda terá a difícil missão de controlar sua equipe.

- Grécia (Por Rafael Andrade)

Depois de nove anos comandando a Grécia, o alemão Otto Rehhagel, campeão europeu com a seleção do país em 2004, não resistiu à fraca campanha na Copa do Mundo de 2010 e acabou substituído pelo português Fernando Santos.

Sob a batuta do gajo e em um grupo relativamente fraco nas eliminatórias, Os Helênicos conseguiram de maneira tranquila e invicta sua vaga na Euro. Foram 7 vitórias e 3 empates, com 14 gols pró e 5 contra.

Jogos
08/06 – Polônia x Grécia
12/06 – Grécia x República Tcheca
16/06 – Grécia x Rússia

Time-base

Grécia
Tendo como base o mesmo 4-2-3-1 de seu antecessor, Fernando Santos mexeu apenas na maneira da equipe jogar, dando mais liberdade aos seus meias-extremos, para que esses busquem as infiltrações em diagonal. A exemplo de Rehhagel, Santos também privilegia a defesa e explora bastante os contragolpes e as jogadas de bola parada.

O Cara – Giorgos Karagounis
Karagounis Basicamente é o responsável por todas as ações ofensivas da seleção helênica. Seja com lançamentos precisos ou nas bolas paradas, o fato é que quase sempre o experiente e talentoso meia deixa seu carimbo nos lances de perigo à meta adversária. Carrega consigo a faixa de capitão e esteve presente no grupo que faturou a Europa em 2004.

Olho nele – Georgios Samaras
Samaras Medindo 1,93m, o atacante do Celtic tem nas bolas aéreas o seu grande trunfo, porém, engana-se quem pensa que o repertório do avante se resume nas jogadas por cima. Veloz atuando pelos lados do campo, o grandalhão é ainda um grande garçom, criando lances de perigo partindo da ponta esquerda e servindo seus companheiros.

Ponto Forte – Bolas paradas
O veterano Karagounis é um especialista nesse tipo de lance, sempre levando perigo, seja nas cobranças de faltas frontais, ou em faltas laterais e escanteios, onde costuma colocar a bola na cabeça de algum companheiro para finalizar.

Ponto Fraco – Improdutividade ofensiva
Apesar do bom desempenho com as bolas paradas, a seleção grega teve o terceiro pior ataque das Eliminatórias – dentre aquelas seleções que conseguiram vaga. No entanto o “problema” que já persiste desde os tempos de Otto Rehhagel, torna-se menor em função da solidez defensiva helênica.

- Rússia (Por Rafael Andrade)

Depois do fiasco de Guus Hiddink caindo diante da Eslovênia na repescagem e ficando sem a vaga na Copa do Mundo da África do Sul, outro holandês assumiu o comando da seleção russa, o experiente e vencedor Dirk Advocaat.

Sob a batuta do treinador que ganhou tudo comandando o Zenit St. Petersburg, a Rússia não encontrou dificuldades nas Eliminatórias para o certame continental. Em 10 jogos, foram 7 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota, tendo anotado 17 tentos e sofrido apenas 4. Agora, a expectativa é de que Os Soviéticos, no mínimo, repitam a excelente campanha da última Euro, quando caíram na semifinal para a campeã Espanha e acabaram com a quarta colocação.

Jogos
08/06 – Rússia x Republica Tcheca
12/06 – Polônia x Rússia
16/06 – Grécia x Rússia

Time-base

Rússia
O 4-3-3 de Advocaat tem como prioridade estabelecer uma retaguarda sólida, com laterais contidos e uma trinca de meias pegadores à frente da defesa. Na frente, Arshavin procura as infiltrações em diagonal partindo da esquerda e abrindo o corredor para esporádicas descidas de Zhirkov. Do outro lado, Dzagoev busca mais o fundo do campo para servir o grandalhão Pavlyuchenko.

O Cara – Andrei Arshavin
Arshavin2 A fase ruim no Arsenal ficou para trás. Emprestado ao Zenit, o meia-atacante “voltou pra casa” e reencontrou seu bom futebol. Capitão e astro maior do esporte no país, é do camisa 10 a missão de criar as principais jogadas ofensivas da Rússia, sempre aliando velocidade e habilidade pelo flanco esquerdo do campo.

Olho Nele – Alan Dzagoev
Dzagoev2 Veloz e com boa visão de jogo, o jovem meia do CSKA Moscou é uma das apostas de Advocaat. Jogando na beirada direita da meia cancha, o camisa 11 pode tanto centralizar para articular da faixa central como buscar as jogadas de linha de fundo, em ambas, é muito perigoso.

Ponto Forte – Defesa sólida
Como já fora dito, o técnico Dirk Advocaat gosta de armar sua equipe de trás pra frente, priorizando seu sistema defensivo. Contando com o entrosamento dos atletas que já atuam juntos em suas equipes - são quatro do CSKA Moscou e quatro do Zenit -, além de um baita goleiro, a seleção russa terminou as Eliminatórias com a segunda melhor defesa, com apenas quatro tentos vazados – a melhor foi a da Itália, que sofreu apenas dois.

Ponto Fraco – Irregularidade dos atletas
Arshavin, Dzagoev e Zhirkov, três dos principais nomes da seleção russa – ao lado do goleiro Akinfeev – são jogadores de talento inquestionável, mas que sofrem com uma inconstância em suas carreiras, marcadas por altos e baixos. Caso cheguem voando na competição, é certeza de uma Rússia forte, capaz de fazer uma nova boa campanha, caso contrário, a seleção vermelha não deverá ir muito longe.

- República Tcheca (Por Arthur Barcelos)

Com uma campanha irregular nas Eliminatórias, os tchecos garantiram mais uma vez a presença na Euro – desde a separação da Tchecoslováquia, o selecionado da Europa Central sempre teve presença garantida na competição: vice em 96, fase de grupo em 2000, semifinal em 2004 e fase de grupo em 2008.

É baseada nessas boas campanhas que o time de Michal Bílek espera ser a “zebra” desta Euro. Nas Eliminatórias, foram 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas na fase de grupo, que garantiram o segundo lugar num grupo com a poderosa Espanha, Escócia, Lituânia e Liechtenstein. Na fase do playoff, uma classificação sem maiores dificuldades sobre Montenegro, com vitórias por 2x0 e 1x0.

Jogos
08/06 – Rússia x República Tcheca
12/06 – Grécia x República Tcheca
16/06 – República Tcheca x Polônia

Time-base

República Tcheca
Diferentemente de Polônia e Grécia, a República Tcheca de Bílek costuma jogar no 4-4-1-1, bem ao estilo inglês. Com um meio-campo qualificado no toque de bola – especialmente pelos box-to-box’s Plasil e Jirácek e o meia Rosicky –, o time também costuma jogar pelos flancos com os wingers, geralmente Rezek e Pilar. Na frente, Pekhart faz o papel do “poste”, sendo importante no jogo aéreo e no trabalho do pivô, segurando a bola até que os meias encostem.

O cara – Tomás Rosický
rosicky Experiente, capitão e bom de bola. Rosický em boa forma é essencial para o selecionado tcheco, o motor do time ao lado de Plasil. É dos pés do meia do Arsenal que surgem as principais jogadas de ataque, e talvez por isso o time possa não ir longe, graças à irregularidade do camisa 10, bem como de seus problemas físicos.

Olho nele – Václav Pilar
pilar Baixinho, rápido e incisivo. Esse é Pilar, um dos destaques do Viktoria Plzen na temporada, o winger ganhou espaço com Bílek no time, pelo lado esquerdo, onde pode ser perigoso com jogadas de linha de fundo ou infiltrações na área. E foi decisivo na classificação da equipe para a Euro, marcando o primeiro gol da vitória de 2x0 sobre Montenegro, nos playoffs das Eliminatórias.

Ponto Forte – Volume de jogo
A República Tcheca é um time que possui um bom volume de jogo, muito por causa da qualidade no passe de seus meias. Porém, possui dificuldades em marcar gols, devido a falta de um centroavante “matador”, decisivo. Nas Eliminatórias, os meias compensaram a improdutividade de Baros e Pekhart.

Ponto Fraco – Inconstância
Capaz de perder para a Lituânia em casa e golear a mesma fora de casa. Essa é a equipe de Bílek, que precisa ajeitar problemas como esse o quanto antes.

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