quinta-feira, 28 de julho de 2011

Santos 4x5 Flamengo - Um Jogo Para Sempre

Para quem gosta de futebol, o jogaço da Vila Belmiro foi um prato cheio. Santos e Flamengo proporcionaram um espetáculo de encher os olhos. Nove gols, lances geniais e um show a parte de dois ícones que representam como poucos a magia do futebol brasileiro.

Neymar fez o que a Vila Belmiro já está mais do que acostumada a ver. Pediu a bola, recebeu, partiu pra cima, driblou, passou, finalizou. Enfim, arrebentou. O que a casa do Rei do futebol não contava era que do outro lado teria um certo Gaúcho. Ronaldinho como nunca. Genial como sempre.

O jogo começou quente e logo aos quatro minutos, Elano descolou ótimo lançamento para Borges, o camisa nove que o Santos tanto procurava tirar com categoria de Felipe e abrir o placar.

Os desenhos táticos das duas equipes se assemelhavam. Um 4-4-2 em losango que ainda reluto em desmembrar em 4-3-1-2, pelos posicionamentos dos vértices laterais dos dois meio campos, que se adiantavam e juntavam-se ao ponta-de-lança.


O problema é que as duas defesas ficavam extremamente expostas e qualquer erro poderia ser fatal. Como foi quando Renato Abreu tentou virar o jogo em sua intermediaria e deu nos pés de Ganso, que achou Neymar nas costas da zaga. O camisa 11 errou na primeira, mas descolou belo passe de puxeta (tentou o gol, diga-se) para Borges ampliar.

Foi o cartão de visitas da “Jóia”, que pouco depois mostrou porque é tratado como tal. Um gol sensacional, digno do campo onde desfilou Pelé. Neymar recebeu na esquerda, saiu no meio de dois, tabelou com Borges e deixou Angelim na saudade antes de tocar na saída de Felipe para fazer 3 a 0 e ser ovacionado por toda a Vila e por todo o Brasil.

O Flamengo não se entregou e partiu pra cima do Peixe, explorando especialmente as investidas de Luiz Antonio pelo lado direito. Por ali, parecia o caminho das pedras para o time carioca, que poderia ter diminuído com Deivid que perdeu gol incrível em passe do jovem meio campista.

Mais uma vez pela direita, o Flamengo renasceu no jogo quando novamente Luiz Antonio foi no fundo e rolou pra trás, dessa vez nos pés de Ronaldinho, que ao contrário de Deivid, não desperdiçou. O mapa da mina voltou a funcionar e Leo Moura apareceu para levantar na área e ver a desatenta zaga alvinegra deixar Thiago Neves subir sozinho para tirar de Rafael e incendiar de vez o jogo.

Neymar voltou a aparecer quando avançou pela esquerda lado a lado com Williams até entrar na área e aí sim, se jogar de forma escandalosa. O árbitro André Luiz de Freitas Castro foi na dele e apontou a marca da cal. Elano mostrou personalidade ao pegar a bola das mãos de Borges e partir para a cobrança depois da trágica penalidade na Copa América. Mas mostrou muita displicência na cobrança, ao tentar uma ousada cavadinha, que Felipe teve tranqüilidade para pegar e ainda fazer embaixadinhas. Lance patético para um jogador com a experiência e a rodagem de Elano.

No fim da primeira etapa, ainda deu tempo de mais uma bobeada da zaga santista. Em cobrança de escanteio da direita, Ronaldinho levantou no primeiro pau como já havia feito em outras cobranças e ainda assim a defesa deixou Deivid aparecer livre para desviar e igualar o placar ainda nos quarenta e cinco iniciais.

A bronca de Muricy parece ter surtido efeito e a etapa final começou na mesma batida que terminou a inicial. Logo aos cinco minutos, Leo fez boa jogada e achou Neymar na área. Com belo toque, o camisa 11 encobriu Felipe e recolocou o Peixe na frente.

Foi aí que o astro maior do jogo pegou a bola, botou embaixo do braço e falou para si mesmo: “Chega de aplaudirem o moleque, eu sou o cara e vou resolver”. E Ronaldinho o fez.

Primeiro, drible desconcertante em Edu Dracena, que Arouca chegou na cobertura parando o craque com falta. Na cobrança, um toque magistral por baixo da barreira que deixou o goleiro Rafael estático, olhando a bola entrar sem nada poder fazer. Segundo, quando apareceu pela esquerda para receber passe de Thiago Neves e com muita categoria tirar de Rafael para virar o jogo de maneira épica e dar números finais ao jogo do ano (ou dos últimos anos).

Um jogo como há muito não se via no país. Cheio de oportunidades e belos lances de ambas as partes. Um jogo onde a parte tática foi sucumbida pelo talento individual de craques capazes de fazerem o inimaginável. Um jogo para sempre. O futebol agradece e aplaude de pé o espetáculo da Vila.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Destaques do Brasileirão – Parte II

Campeão dos Campeões

O aproveitamento corinthiano nesse inicio de Campeonato Brasileiro é simplesmente espantoso. Incríveis 84,85% dos pontos conquistados (28 em 33), algo nunca visto no certame nacional desde o começo dos pontos corridos em 2003 – o mais próximo disso foi o Flamengo, em 2008, com 78,7%, ou 26 dos 33 pontos disputados. Antes da derrota para o Cruzeiro na última rodada (primeira alvinegra na competição), o desempenho era ainda maior, com 93% de aproveitamento que mereceu destaque até dos rivais Vanderley Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari.

Imbatível

O Flamengo de Vanderley Luxemburgo ainda não sabe o que é perder nesse começo de campeonato. O problema é que o rubro negro ainda se encontra há sete pontos do líder Corinthians, em função da grande quantidade de empates. Foram seis resultados de igualdade e apenas cinco vitórias, mesmo número que o 11º colocado Fluminense. Se não joga um futebol encantador, no mínimo o time carioca demonstra solidez o suficiente para ser derrotado.

Renascimento Azul

Se na primeira parte dos Destaques (leia mais AQUI), o Cruzeiro aparecia como um dos piores times na tabela, com apenas três pontos, nessa segunda edição é justamente o contrário. Desde a chegada de Joel Santana à Toca da Raposa, o time mineiro venceu cinco dos seis jogos disputados, um aproveitamento incrível de 83,3% sob a batuta do novo treinador que recoloca o clube na condição de brigar na parte de cima da tabela.

Ladrões em Alta

Uma característica em comum dentre os primeiros colocados é no quesito roubadas de bola. Os três primeiros, Corinthians, com 394 desarmes (35,8 por jogo), São Paulo com 317 (28,8) e Flamengo com 331 (30) estão entre os que mais desarmaram na competição.

PS: Destaque individual para Ralf, dono de 74 desarmes no total, por isso, premiado (com justiça) com a convocação para a Seleção Brasileira.

Maldição do “A”

Dentre os últimos colocados também há uma característica em comum (e curiosa). Todos os quatro que seriam rebaixados hoje começam com a letra A: Atlético-GO, América-MG, Avaí e Atlético-PR já namoram com a segunda divisão. Juntos, os quatro conquistaram 28 pontos, mesmo número obtido pelo líder Corinthians.

PS: O Atlético-MG é o primeiro fora da zona de rebaixamento. Mais um “A”.

Dança das Cadeiras

Até a quinta rodada, apenas um técnico havia caído – Cuca, que dava lugar a Joel Santana no Cruzeiro (leia AQUI). Após mais seis rodadas disputadas, seis trocas de treinadores. No São Paulo, um momento turbulento com três derrotas consecutivas (sendo uma a goleada para o rival Corinthians) derrubou Paulo César Carpeggiani. Em seu lugar, chegou Adilson Baptista, que deixou o Atlético-PR na sétima rodada, com apenas um pontinho. Para a vaga de Adilson, a diretoria rubro negra se mexeu rápido e foi buscar Renato Gaúcho, que acabara de deixar o Grêmio sob o comando de Julinho Camargo. O outro gaúcho, o Inter, também trocou e dispensou o eterno ídolo Paulo Roberto Falcão do comando. Ainda sem treinador, o time é comandado pelo interino Osmar Loss. Atlético-GO e América-MG também trocaram seus comandantes na tentativa de saírem da incomoda zona de rebaixamento. PC Gusmão deixou o Dragão, que hoje é treinado pelo interino Jairo Araújo, enquanto o Coelho dispensou Mauro Fernandes e acertou com o bom e velho delegado Antonio Lopes.

Seleção do Brasileirão

seleção rodada11

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Melhora na frente, piora atrás. Seleção precisa de equilíbrio.

Melhorou, os gols saíram e com eles a vitória, mas o pouco volume de jogo e as inúmeras falhas defensivas escancaram que a Seleção Brasileira ainda está longe de apresentar o futebol eficiente e vistoso que todos esperam.

Confesso que não entendi a saída de Jadson da equipe, afinal, se não rendeu tudo o que pode, no mínimo, o apoiador do Shakhtar deu mais qualidade ao meio campo brasileiro, fazendo uma boa dupla ao lado de Ganso.

Mas a volta de Robinho fez bem ao time. Não pela apresentação individual do jogador do Milan, que foi no máximo razoável, mas pela boa movimentação do trio ofensivo, que ao contrário do jogo diante da Venezuela (quando atuaram juntos), não foi estático, trocou de posições e confundiu a marcação equatoriana.

Após as fracas atuações de Daniel Alves nos dois primeiros jogos, Mano sacou o lateral do Barcelona e promoveu a volta de Maicon à posição. Com velocidade e força física que lhe são peculiares, o camisa 13 foi um dos melhores do jogo, com apoios constantes e precisos, explorando muito bem o corredor aberto por Robinho, que se movimentava com inteligência da direita para dentro.

Do outro lado, André Santos demonstrava certa insegurança em subir ao ataque e deixar o setor desprotegido. Ainda assim, foi dos pés do camisa 6 que saiu o cruzamento perfeito que encontrou Pato penetrando em velocidade para antecipar o zagueiro e desviar de cabeça para o fundo do gol de Elizaga.

O gol deu ânimo e por pouco o Brasil não ampliou pouco depois, quando Maicon foi no fundo e rolou para Robinho no meio da área pegar de primeira e carimbar a trave. O ânimo foi à lona no lance seguinte, quando Caicedo bateu fraquinho da entrada da área e Julio César engoliu um frangaço. Sorte brasileira que o goleiro se redimiu rápido, fazendo grande defesa em um foguete disparado por Arroyo minutos depois do gol de empate e evitando a virada equatoriana ainda no primeiro tempo.

A atuação apenas mediana do Brasil na primeira etapa poderia ter sido melhor caso Ganso tivesse entrado no jogo, o que só veio a acontecer no inicio da etapa final, quando o camisa 10 com um único toque na bola deixou Neymar na boa para finalizar com força e recolocar o Brasil na frente.

No entanto, a boa participação no gol brasileiro foi um lance isolado de um jogador que esteve apático em campo e voltou a se esconder. A qualidade de Ganso com a bola nos pés é indiscutível, mas não pode se limitar a ajudar apenas quando o time tem a bola, tem que ser combativo também sem ela. Ganso não foi e assistiu Noboa conduzir a bola pelo meio e passar para Caicedo girar e bater para novamente deixar tudo igual, com nova falha de Julio César.

Ao contrário do primeiro tempo, quando o Brasil se abateu com o empate, dessa vez não deu nem tempo. A boa movimentação ofensiva voltou a tona e após bela jogada de Neymar, trazendo da esquerda para a direita e finalizando forte, Pato apareceu como um legitimo camisa 9 para aproveitar o rebote de Elizaga e fazer o seu segundo no jogo.

Assim como Pato, Neymar também deixou a sua marca em duas oportunidades, quando novamente se deslocou da esquerda para a direita para aproveitar cruzamento preciso de Maicon no primeiro pau e tocar para as redes para definir o placar.

Apesar dos pesares, o Brasil ainda conseguiu a classificação na primeira posição em um grupo equilibrado, e encara agora o Paraguai, pelas quartas de final. O ataque enfim, funcionou, enquanto, a defesa bagunçou.

As falhas de Julio César foram exclusivas do goleiro, mas a exposição da retaguarda brasileira e a facilidade com que os adversários chegam, precisam ser corrigidas com urgência. É preciso equilíbrio para encarar a forte seleção guarani.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O despertar da Pulga e o renascimento Albiceleste

A incansável busca de Sergio Batista por um sistema de jogo onde Messi se adapte melhor e possa render na seleção, no mínimo, algo próximo do que rende no Barcelona, parece ter chegado ao fim. Isso porque na noite de ontem, o melhor do mundo deu show na goleada argentina por três a zero sobre a frágil seleção costarriquenha.

As alterações de Batista, tanto no sistema de jogo – saindo do 4-3-3 dos dois primeiros jogos, para um 4-2-3-1 – quanto nas peças, tornaram o time mais leve e mais compacto, facilitando o toque de bola e trazendo de volta a tona o bom e velho “toco y me voy” albiceleste.

Argentina x Costa Rica

Formações iniciais: Argentina em um 4-2-3-1, com Messi pela direita e Di Maria por dentro, encostando no melhor do mundo ou abrindo espaço para as subidas de Gago. 

Apesar do erro na distribuição das peças, com Messi preso à beirada direita do gramado e Di Maria articulando pela faixa central, a movimentação dos dois confundiu a marcação adversária e empurrou a Argentina para um primeiro tempo avassalador.

A entrada de Gago no lugar de Banega qualificou o meio campo, com bons passes e servindo como opção para tabelas em velocidade, além de boas subidas ao ataque, como na que originou o primeiro gol, quando o camisa 20 soltou a bomba de fora da área e Aguero apareceu para aproveitar o rebote do goleiro Moreira.

O gol deu tranqüilidade a um time que já demonstrava claros sinais de nervosismo diante das inúmeras oportunidades desperdiçadas, especialmente por Higuain, que por ansiedade ou falta de pontaria, não aproveitava as chances que lhe eram oferecidas pelo melhor jogador em campo, Messi.

Partindo da direita para dentro, driblando, tabelando e servindo seus companheiros, o camisa 10 fazia uma apresentação de gala, que só veio a ser coroada de fato na segunda etapa, quando a equipe voltou com a formação dos primeiros jogos, um 4-3-3 com “La Pulga” atuando como “falso nove”, Higuain e Aguero abertos, buscando as entradas em diagonal e Di Maria como meia esquerda, fazendo a aproximação ao melhor jogador do mundo.

De volta à posição onde joga, nas costas dos volantes adversários, Messi sobrou e desfilou parte de seu repertório genial. Primeiro, em boa triangulação que começou com Higuain deixando com Leo, que achou Aguero entrando em diagonal pela esquerda para fazer o segundo da Argentina, o seu terceiro na Copa América, artilheiro da competição. Segundo quando o camisa 10 partiu com a bola dominada e serviu Di Maria, que soltou a bomba, liquidou a fatura e assegurou a classificação argentina. No fim, Messi ainda apareceu novamente, dessa vez para servir Lavezzi, que acabou batendo na trave e desperdiçando a chance de se redimir da má impressão deixada nas duas primeiras partidas.

Argentina x Costa Rica 2

Na segunda etapa, Argentina voltou ao 4-3-3 e Messi à função de “falso nove”. Com Aguero e Di Maria penetrando em diagonal, funcionou.

Entendo que a Costa Rica, por mais que tenha um bom time, não é parâmetro, mas as quase 30 finalizações argentinas não surgiram apenas pela fragilidade do oponente. Batista parece ter enfim acertado a mão e achado o time ideal, ganhando força psicológica e taticamente para a próxima fase. Com um Aguero sedento por gols, um Messi “acesso” e o fator casa, a Argentina está cada vez mais viva na disputa pelo caneco.

sábado, 9 de julho de 2011

Brasil 2x2 Paraguai – Tentando se encontrar

A expressão abatida de Haedo Valdez após o apito final do árbitro Wilmar Roldan, que decretou o empate por dois a dois entre Brasil e Paraguai ilustra bem que o placar não era para ser bem assim.

É dificil falar em justiça no futebol, mas é fato que se era para ter um vencedor hoje no estádio Mario Kempes, esse seria o Paraguai, que levava os três pontos até os 44 da etapa final quando Fred achou o gol que evitou um vexame ainda maior por parte da Seleção Brasileira.

O time paraguaio começou o jogo dentro do campo defensivo brasileiro, mantendo a posse da bola e encurralando a seleção tupiniquim, pressionando desde a saída com uma marcação alta. Pelo lado esquerdo eram de onde surgiam as principais tramas ofensivas do time guarani, inclusive na melhor chance da primeira etapa, quando Roque Santa Cruz poderia ter aberto o placar logo aos dois minutos.

Brasil 2x2 Paraguai Formações iniciais: Brasil no mesmo 4-2-3-1 da estréia, mas com Jadson no lugar de Robinho, formando boa parceria com Ganso. Paragauai em um 4-4-2, com duas linhas que saia muito pela esquerda.

A partir da metade da primeira etapa, o time brasileiro cresceu de produção e passou a ter mais posse e trabalhar melhor a bola. Jadson se aproximava de Ganso e na primeira boa jogada da dupla, o santista deixou com o camisa 20 que achou Pato entrando em diagonal, mas o camisa 9 desperdiçou.

Era um fio de lucidez em um time perdido. A aproximação da dupla de armadores parecia ser a melhor jogada para uma seleção que tinha a bola, mas com uma dupla de ataque inoperante, não conseguia ofender o goleiro adversário. Até o fim da etapa inicial, quando novamente Ganso deixou com Jadson, mas dessa vez o camisa 20 não passou e sim arriscou com precisão de fora da área, no canto direito de Villar, que nada pôde fazer.

Na volta do intervalo, Mano Menezes tirou da seleção brasileira o que ela teve de melhor ao sacar Jadson para a entrada de Elano. O santista não conseguiu repetir o futebol apresentado pelo apoiador do Shakhtar (que também foi abaixo do que pode apresentar), e o Brasil voltou a cair de rendimento.

A queda foi tamanha, que espirrou inclusive no único setor da equipe de Mano Menezes que vinha bem desde que o treinador assumiu o comando da seleção. Primeiro, falha de Thiago Silva que não conseguiu interceptar cruzamento e Santa Cruz empatou. Depois, erro grotesco de Daniel Alves dentro da área, e Riveros deixou com Haedo Valdez, que contou com a sorte no bate e rebate para virar o placar.

A seleção paraguaia se apresentava melhor e merecia o resultado positivo. Bem postado e ciente das suas obrigações, o técnico Gerardo Martino compactou suas linhas defensivas para segurar a vitória e tentar matar o jogo em um contragolpe. Poderia te-lo feito, se Vera optasse por bater no gol e não tentar o cruzamento rasteiro para Valdez.

O Brasil não se encontrava, não agredia. Elano não entrou no jogo. Lucas Silva, que entrara no lugar de Ramires mal pegava na bola. Apenas Ganso ainda criava algo. Em novo lançamento do camisa 10 poderia ter saído o empate, mas Neymar optou por tentar driblar o goleiro Villar quando poderia ter batido no gol ou tocado para Pato livre no meio da área.

Neymar alias, fez nova apresentação pifia. Errou demais, não conseguiu em momento algum repetir o que faz com a camisa do Santos, foi inoperante em toda a partida e deu lugar ao herói de Mano Menezes, Fred.

ARGENTINA FUTBOL COPA AMERICA 2011 BRASIL PARAGUAY O atacante do Fluminense entrou no fim da partida e aproveitou muito bem a única oportunidade que teve, quando Ganso, mais uma vez, fez lançamento preciso para o matador girar e bater no canto para assegurar um pontinho e evitar um novo vexame para a seleção brasileira.

Os gols saíram, mas o desempenho ainda está longe do ideal de uma seleção que pode se apresentar bem melhor.O crescimento de Ganso, melhor jogador da partida, com participação direta nos dois gols, é o que fica de bom, além da boa parceria feita com Jadson, que deu mais lucidez a um time que ainda não se encontrou.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Corinthians 2x1 Vasco - Estréia de Rei, vitória da plebe

Corinthians x VascoEquipes postadas como de costume: Corinthians no 4-2-3-1 que já vem desde o vice campeonato Paulista e Vasco no mesmo 4-3-1-2 que conquistou a Copa do Brasil. Escapadas dos volantes paulistas fizeram a diferença.

Um Corinthians querendo confirmar a boa fase e manter a liderança. Um Vasco motivado pela reestréia do velho ídolo Juninho Pernambucano e a fim de apagar a má impressão deixada na última rodada, quando o time foi goleado pelo Cruzeiro em pleno São Januário. Motivos não faltavam para esperar por um grande jogo entre alvinegros paulista e carioca na noite de ontem no Pacaembu.

Antes mesmo das equipes se alinharem conforme aos seus sistemas táticos, antes mesmo que o Corinthians pudesse tentar impor o fator casa e abafar o Vasco, de um erro na saída de bola de Jorge Henrique surgiu uma falta na intermediária paulista, surgiu a expectativa da torcida cruzmaltina pela cobrança de Juninho. O que nem o mais otimista vascaíno podia esperar era que aquela cobrança – nem tão bem executada como de costume pelo Reizinho – iria contar com a colaboração de Julio César e abrir o placar com menos de dois minutos de bola rolando.

Postado no mesmo 4-2-3-1 que levou o time à ponta da tabela, apenas com o desfalque de última hora do capitão Chicão, o Corinthians levou cerca de dez minutos para assimilar o golpe sofrido logo no início. Nesse período, o 4-3-1-2 armado por Ricardo Gomes ia funcionando muito bem, com Rômulo acompanhando Danilo e os laterais precisos no combate a Willian e Jorge Henrique.

Com o cerco feito ao trio de meias corinthianos, e os laterais fraquejando no apoio, a válvula de escape para o time do técnico Tite foram as subidas da dupla de volantes, que além de irem precisos no combate ao criativo meio vascaíno, passaram a investir no ataque. Na primeira tentativa, Ralf roubou bola de Eder Luis e arriscou da entrada da área para ótima defesa de Fernando Prass.

De volta ao jogo, o Corinthians passou a pressionar o Vasco na busca pelo empate e Fernando Prass apareceu novamente, dessa vez ao intervir em cabeçada de Willian, mandando a bola para escanteio. Na cobrança, bate e rebate na área e a bola sobrou para Ralf novamente na entrada da área, o camisa 5 pegou de primeira e contou com a sorte da bola passar por baixo do goleiro vascaíno para empatar o cotejo.

O empate deu ainda mais ânimo ao time paulista, que mostrava uma vontade incrível e dominava completamente as ações do jogo, encurralando o Vasco no seu campo de defesa. Felipe e Juninho, vértices laterais do losango de Ricardo Gomes, não conseguiam acompanhar a movimentação dos volantes adversários e complicavam de vez a situação da equipe carioca. É preciso que o técnico cruzmaltino encontre uma solução para poder jogar com a dupla, de 33 e 36 anos, respectivamente, sem sofrer pela falta de gás dos veteranos meias.

No fim da primeira etapa, foi a vez de Paulinho chegar bem como elemento surpresa para receber de Danilo, tirar do marcador e tocar de bico no canto de Fernando Prass, para virar o marcador. A vitória parcial do líder era justa, pelo ritmo avassalador imposto contra o atual campeão da Copa do Brasil, que apenas assustou em nova cobrança de falta de Juninho, que dessa vez parou em Julio César.

As equipes voltaram sem mudanças para a etapa final. A postura agressiva do time da casa diminuiu e o Vasco aproveitou para tentar buscar o empate, especialmente em jogadas de bola parada e cruzamentos, quase sempre vindos da direita, com Fagner.

O Corinthians aceitava e procurava um contragolpe para tentar definir a fatura, mas o time avassalador e envolvente da etapa inicial ficou nos vestiários, e deu lugar a um time mais burocrático, de pouca movimentação e que não ameaçava.

Tentando reorganizar a equipe, Tite reoxigenou o meio campo promovendo as entradas de Alex e Emerson, nas vagas do esgotado Danilo e do novamente inoperante Willian. Ricardo Gomes fez o mesmo do outro lado, ao trocar Diego Souza e Juninho por Bernardo e Allan. Ironicamente, o Reizinho deixou o campo sob gritos e aplausos da torcida corinthiana, que festejava o anúncio gol do Flamengo contra o rival São Paulo.

As mudanças foram melhores para o lado paulista, que passou a reter mais a bola no campo de ataque, e ainda obrigou Fernando Prass a mais uma difícil defesa, em chute de longe de Alex. O Vasco tentou o empate, mas só veio assustar no fim da partida, quando Bernardo cobrou falta na área, ninguém desviou e a bola carimbou a trave.

A vitória mantém o Corinthians na liderança, e aumenta de um para três pontos a vantagem para o segundo colocado. A solidez da melhor defesa da competição é a base do time que impressiona nessas primeiras rodadas. No Vasco, a missão de Ricardo Gomes é não deixar o time se acomodar depois do título da Copa do Brasil, além do já citado problema em escalar os dois ídolos, porém veteranos, Felipe e Juninho, sem perder a força na marcação, ponto forte do time desde a chegada do treinador.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Resultado e desempenho vergonhosos. Seleção pode (E DEVE) melhorar

O vexame no estádio de La Plata bem que poderia ter ficado apenas por conta da organização da Copa América, ao não tocar os hinos de Brasil e Venezuela antes da bola rolar para a estréia das duas seleções no torneio continental. No entanto, após o apito final do árbitro Raúl Orosco, dá pra afirmar com todas as letras que o futebol apresentado pela seleção brasileira beirou o ridículo.

O time foi praticamente o mesmo da estréia de Mano Menezes no comando da amarelinha, na vitória por dois a zero sobre os Estados Unidos, apenas com as entradas de Julio César e Lúcio nas vagas de Victor e David Luiz. Taticamente, o time também foi a cópia da promissora estréia, no mesmo 4-2-3-1, apostando na velocidade e habilidade dos pontas Neymar e Robinho, e na genialidade de Ganso.

Uma pena, porém, que as semelhanças param por aí, pois o futebol não foi nem de longe aquele que encantou no triunfo sobre os norte-americanos. Se na ocasião, o time foi envolvente, com a boa movimentação do quarteto ofensivo e apresentando um grande repertório de jogadas, ontem foi justamente o contrário, com um time estático, sem movimentação e de futebol bem burocrático.

Um abismo separava o isolado Pato do trio de meias que deveriam lhe servir. A propósito, o camisa 9 foi o mais participativo dentre os quatro jogadores de frente. Se movimentou bem no comando do ataque, deu opção de passe para seus companheiros, além de carimbar o travessão do goleiro Vega e “dar” um gol a Neymar, que desperdiçou por puro capricho ao tentar dar um drible a mais, logo no inicio do jogo.

Ganso aprofundou seu posicionamento, atuando na linha dos ponteiros, quando deveria estar mais próximo dos volantes para receber e distribuir o jogo com a visão e qualidade que lhe são peculiares. Neymar foi inoperante pela esquerda, uma mera caricatura do jogador que liderou o Santos rumo a conquista da Libertadores. Robinho até se movimentou bem, tentou criar algo, porém pecou ao procurar demais o centro do campo e isolar Daniel Alves na direita, deixando o lateral “órfão” de um companheiro para uma eventual tabela.

A manutenção da posse de bola, com incríveis 68%, e a marcação “alta”, na intermediária adversária, foram algumas poucas virtudes demonstradas pela equipe de Mano Menezes, além da defesa, cada vez mais sólida.

A evolução da seleção venezuelana é clara, mas não o suficiente para se igualar ao Brasil, que pode e deve melhorar. O resultado e o desempenho de ontem foram vergonhosos, mas com alguns ajustes, Mano Menezes poderá colher bons frutos dessa ótima safra que tem em mãos.