segunda-feira, 4 de julho de 2011

Resultado e desempenho vergonhosos. Seleção pode (E DEVE) melhorar

O vexame no estádio de La Plata bem que poderia ter ficado apenas por conta da organização da Copa América, ao não tocar os hinos de Brasil e Venezuela antes da bola rolar para a estréia das duas seleções no torneio continental. No entanto, após o apito final do árbitro Raúl Orosco, dá pra afirmar com todas as letras que o futebol apresentado pela seleção brasileira beirou o ridículo.

O time foi praticamente o mesmo da estréia de Mano Menezes no comando da amarelinha, na vitória por dois a zero sobre os Estados Unidos, apenas com as entradas de Julio César e Lúcio nas vagas de Victor e David Luiz. Taticamente, o time também foi a cópia da promissora estréia, no mesmo 4-2-3-1, apostando na velocidade e habilidade dos pontas Neymar e Robinho, e na genialidade de Ganso.

Uma pena, porém, que as semelhanças param por aí, pois o futebol não foi nem de longe aquele que encantou no triunfo sobre os norte-americanos. Se na ocasião, o time foi envolvente, com a boa movimentação do quarteto ofensivo e apresentando um grande repertório de jogadas, ontem foi justamente o contrário, com um time estático, sem movimentação e de futebol bem burocrático.

Um abismo separava o isolado Pato do trio de meias que deveriam lhe servir. A propósito, o camisa 9 foi o mais participativo dentre os quatro jogadores de frente. Se movimentou bem no comando do ataque, deu opção de passe para seus companheiros, além de carimbar o travessão do goleiro Vega e “dar” um gol a Neymar, que desperdiçou por puro capricho ao tentar dar um drible a mais, logo no inicio do jogo.

Ganso aprofundou seu posicionamento, atuando na linha dos ponteiros, quando deveria estar mais próximo dos volantes para receber e distribuir o jogo com a visão e qualidade que lhe são peculiares. Neymar foi inoperante pela esquerda, uma mera caricatura do jogador que liderou o Santos rumo a conquista da Libertadores. Robinho até se movimentou bem, tentou criar algo, porém pecou ao procurar demais o centro do campo e isolar Daniel Alves na direita, deixando o lateral “órfão” de um companheiro para uma eventual tabela.

A manutenção da posse de bola, com incríveis 68%, e a marcação “alta”, na intermediária adversária, foram algumas poucas virtudes demonstradas pela equipe de Mano Menezes, além da defesa, cada vez mais sólida.

A evolução da seleção venezuelana é clara, mas não o suficiente para se igualar ao Brasil, que pode e deve melhorar. O resultado e o desempenho de ontem foram vergonhosos, mas com alguns ajustes, Mano Menezes poderá colher bons frutos dessa ótima safra que tem em mãos.

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