quarta-feira, 13 de abril de 2011

500x Mourinho

Tudo começou em 23 de setembro de 2000, quando defendendo o Benfica, José Mourinho fez sua estréia como treinador profissional, contra o Boavista – que viria a se sagrar campeão português em 2000/2001 – no Estádio do Bessa e saiu derrotado por um a zero, gol do brasileiro Duda. Ali, poucos imaginavam que o técnico viria a se tornar um fenômeno, o Special One.Mourinho

Hoje, em White Hart Lane, onze anos depois, o luso completou seu jogo de número 500, com um aproveitamento impressionante e diversas taças ao longo de sua vitoriosa carreira. São dezessete títulos obtidos, sendo seis títulos conquistados no FC Porto onde se destaca a Taça Uefa e a Champions League, outros seis títulos no Chelsea, entre os quais dois campeonatos ingleses e ainda cinco títulos ao serviço da Inter, onde conseguiu o "triplete" na temporada passada, levantando sua segunda Champions League.

Nesses 500 cotejos em que esteve no banco de reservas comandando suas equipes (foram seis: Benfica, União de Leiria, FC Porto, Chelsea, Internazionale e Real Madrid), seus números são impressionantes. Foram 335 vitórias, 104 empates e apenas 61 derrotas, um aproveitamento de 82% - em pontos, foram 1.347 disputados e 1.106 conquistados. Para homenagear o vitorioso treinador, esse que escreve destaca três importantes jogos ao longo da carreira mais que “Especial” do português.

1. Monaco 0x3 Porto – O Nascimento de um Mito

Monaco 0x3 Porto Formações iniciais: Com Giuly em campo, Monaco em 4-3-2-1 e Porto bem postado em 4-3-1-2. Foi o cartão de visitas de Mourinho.

Após eliminarem gigantes como Real Madrid e Manchester United, Monaco e Porto fizeram uma final surpreendente na UEFA Champions League de 2003/2004, em Gelsenkirchen.

A cautela de ambas as partes prevaleceu no começo da partida, com o jogo preso na meia cancha, e o Monaco assustava quando abria o jogo pelas beiradas, com Rothen ou Giuly, meias abertos no 4-3-2-1 francês.

No entanto, um duro golpe no time de Deschamps aos 22 minutos mudou todo o rumo do cotejo: Giuly, capitão e melhor jogador da equipe sentiu lesão e deixou o campo para a entrada do croata Dado Prso. Assim, a equipe francesa se configurou em um 4-3-1-2, com Rothen saindo da ponta e centralizando mais suas ações e caiu de rendimento, assim como toda equipe, que via o Porto crescer na partida com inteligência, sabendo esperar o momento certo de atacar. Até que por volta dos 40 minutos da etapa inicial, Paulo Ferreira fez boa jogada pela direita e levantou na área para Carlos Alberto tentar duas vezes antes de empurrar para as redes e abrir o marcador.

Na segunda etapa, em desvantagem, o time alvirrubro partiu em busca do empate, mas esbarrava na sua própria desorganização tática e encontrava dificuldades para passar pela boa marcação dos Dragões, que buscavam por um contragolpe certo para matar o jogo. Saiu aos 26 minutos, quando Derlei escapou em velocidade pela esquerda, foi até a linha de fundo e rolou para Deco tocar com categoria no contrapé do goleiro e anotar o segundo. Não demorou para sair o terceiro, apenas quatro minutos depois, novamente dos pés de Derlei, que dessa vez serviu para o russo Alenichev fazer o terceiro e definir o placar.

Ali, o mundo conhecia José Mourinho. O homem que levou o limitado, porém esforçado time do Porto a conquista do mais importante torneio interclubes do planeta.

2. Internazionale 3x1 Barcelona – O Melhor

Inter 3x1 Barça Marcação, fibra e suor: A receita para a melhor partida da carreira de Mourinho.

Com um show tático de Mourinho, a Inter conseguiu desbancar o favorito Barcelona no Giuseppe Meazza e assegurar boa vantagem para o jogo da volta, onde perdeu por um a zero e ficou com a vaga na final da Liga dos Campeões.

Marcando com pressão a saída de bola blaugrana, a Inter começou melhor, impedindo as tramas ofensivas dos catalães com Thiago Motta e Cambiasso anulando o melhor do mundo Messi na intermediaria, Sneijder acompanhando Xavi e Pandev travando as subidas perigosas de Daniel Alves. Ainda assim, bastou um vacilo para que o entrosado e letal time de Guardiola abrisse o marcador, após falha de Lúcio e Maicon, que Maxwell aproveitou para ir na linha de fundo e cruzar para Pedro completar para as redes.

Com a vantagem no marcador, o Barça passou a ditar o ritmo do jogo, bem ao seu estilo, mantendo a posse da bola. Porém, oferecia o contra ataque ao veloz time de “Mou”, e foi assim que os nerazurri chegaram à igualdade, quando Eto’o lançou para Milito, que carregou a marcação e abriu um buraco na área do Barcelona, onde ele rolou para Sneijder chegar batendo e empatar ainda na primeira etapa.

Mal havia começado a segunda etapa e veio a virada, novamente dos pés de Diego Milito, o homem do jogo, que viu Maicon invadindo a área e rolou para o lateral brasileiro encher o pé, sem chances para Valdés.

Após o gol, o Barcelona acordou novamente no jogo e passou a levar perigo, mas parava na ótima fase de Julio César, que fez defesas importantes em finalizações de Messi e Busquets. A resposta da Inter foi novamente com bola na rede, aos 16 minutos, quando Eto’o levantou na área e agora foi a vez de Sneijder servir Milito, que em condição irregular, fez o terceiro e pôs números finais no marcador.

Uma vitória soberba de uma equipe que sobrou em termos de dedicação e organização. Considerada pelo próprio “Special” como a melhor de sua carreira e que alavancou o time interista rumo à conquista continental que não vinha há 45 anos.

3. Barcelona 5x0 Real Madrid – O Pior

Barça - Madrid O erro de Mourinho: inverter Di Maria e Cristiano Ronaldo.

Se o próprio Mourinho considera uma partida contra o Barcelona como a melhor de sua carreira, ainda pela Internazionale, o pior capítulo dessa história também se passa contra o mesmo Barcelona, quando a atual equipe do Special, o Real Madrid, caiu com um sonoro 5 a 0 perante o rival catalão.

Na formação, um erro de Mourinho na distribuição de suas peças, ao inverter Cristiano Ronaldo e Di Maria de lado, passando o português para o flanco direito, quando esse poderia atuar pela esquerda, onde está habituado e aproveitar os espaços às costas do ofensivo Daniel Alves. Outro erro foi o time branco atuar tentando fazer linha de impedimento contra um rival de tamanha qualidade com a bola nos pés.

Apesar das falhas, não havia muito o que fazer diante de um time que apresentou um futebol de gala, fez um resultado até com certa facilidade, sem sofrer grandes riscos e aplicou uma goleada que jamais será esquecida nem pelo torcedor merengue, nem pelo treinador. (Para ler a analise completa do jogo, clique AQUI).

Um comentário:

  1. Ótimo post parceiro, parabéns pela análise, e análise de quem merece (e muito). Sou fã do trabalho desse tal de Mourinho, hehe.

    Espero que, para sua tristeza, ele reverta esse placar do último jogo contra o Barça, não precisa nem ser de 5, vencendo o jogo, e vendo Messi sumido, já está ótimo!

    Se puder confere (e se possível, comenta) lá no meu post sobre o jogo 500 do Mourinho, no blog A Prancheta >> Tottenham 0x1 Real Madrid - E Cristiano Ronaldo agradece... http://bit.ly/gflUG8

    Abraço parceiro!

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