domingo, 3 de abril de 2011

Benfica 1x2 Porto – Tudo Azul

Alguém imagina o Grêmio comemorando um título nacional em pleno Beira-Rio? Ou o Corinthians levantando a taça dentro do Palestra Itália? O Flamengo dando a volta olímpica em São Januário? Pois foi justamente o que aconteceu nesta tarde no Estádio da Luz, onde o FC Porto bateu o Benfica e garantiu o 25º título português de sua história, dentro da casa do maior rival.

Benfica vs Porto Formações iniciais: O 4-1-3-2 benfiquista parou na bem encaixada marcação azul.

Para tentar impedir que o rival levantasse o troféu na sua casa, Jorge Jesus lançou o time no mesmo 4-1-3-2 que vem utilizando, mas optou por deixar o matador Cardozo no banco e escalar um quinteto argentino formado por Salvio, Aimar e Gaitan na meia cancha ofensiva e Jara e Saviola no comando do ataque.

Do outro lado, o jovem André Villas Boas entrou com a mesma equipe que o torcedor portista está habituado a ver. Um 4-3-3 com base alta, apostando na força e habilidade de Hulk pelo flanco direito de ataque.

Com uma marcação melhor encaixada, o Porto começou melhor o duelo, trabalhando a bola no campo ofensivo e dando muito trabalho à defesa do Benfica, especialmente ao lateral esquerdo Fabio Coentrão, encarregado de acompanhar o camisa 12 azul.

Não durou muito tempo até que a nervosa equipe encarnada cedesse à pressão dos visitantes, e em erro de Sidnei, a bola sobrou com Guarin. Rente à linha de fundo, o camisa seis fez o que deu pra fazer e descolou um cruzamento despretencioso que acabou indo parar no fundo do gol graças a falha bisonha do goleiro espanhol Roberto.

Com seus meias de ligação sumidos em campo, especialmente Gaitan e Salvio, que atuavam abertos no time da casa, mas encaixotados na marcação dos laterais e volantes dos dragões, pouco produziam.

Assim, o gol de empate dos encarnados só surgiu graças a colaboração do árbitro Duarte Gomes, que viu penalti de Otamendi sobre Jara – esse que escreve não assinalaria a penalidade. Saviola converteu e igualou o marcador.

A alegria da torcida presente no Estádio da Luz durou pouco, pois minutos depois, Guarin apareceu novamente e fez ótimo lançamento para Falcão García, que foi derrubado por Roberto. Penalti, agora para o outro lado. Na cobrança, o artilheiro do campeonato Hulk deixou o Porto novamente na frente.

Na volta do intervalo, o técnico Jorge Jesus mexeu na equipe, lançando o lateral Cesar Peixoto no lugar do nervoso e escondido Aimar, passando Fabio Coentrão para a meia esquerda e puxando Gaitan para a faixa central. Outra mudança foi a entrada do paraguaio Cardozo no lugar do jovem Jara, que apesar de ter cavado o penalti, pouco produziu na etapa inicial.

As mudanças surtiram certo efeito e o time benfiquista melhorou no segundo tempo, passou a ocupar mais o campo adversário e assustar o goleiro Helton, como em boa finalização de Saviola na grande área e na cabeçada a queima roupa de Cardozo em cima do goleiro brasileiro que encaixou. Apesar da melhora, quem teve a grande oportunidade de matar o jogo foi o Porto, com Falcão, que roubou a bola de Sidnei na intermediária e perdeu gol incrivel frente a frente com Roberto.

Melhor em campo, o Benfica viu a chance de impedir a conquista rival crescer quando Cardozo passou por Otamendi e sofreu falta do zagueiro argentino, que recebeu o segundo cartão e foi para o chuveiro mais cedo. Após a expulsão, Villas Boas fez duas alterações, colocando Maicon no lugar de Falcão para recompor a zaga e sacando Varela para a entrada de Belluschi, fechando a equipe em um 4-4-1 em linha, com o camisa sete que acabara de entrar pela esquerda, João Moutinho pela direita e Hulk isolado no comando do ataque.

Benfica vs Porto 2 Durante boa parte da segunda etapa, Porto com um a menos e reconfigurado em um 4-4-1 em linha.

Com um a mais, o que restou ao Benfica foi sufocar e martelar o time visitante, que se segurava como podia, com sua linha defensiva muito bem no jogo – destaque para Fucile e Rolando. O insucesso irritava os donos da casa, e aos 41 da etapa final, Cardozo fez bobagem ao entrar de forma violenta e acabou também expulso. Nos últimos minutos, por muito pouco os donos da casa não conseguiram igualar o placar e estragar a festa do rival, quando em bate e rebate, a bola ficou para Sidnei, que bateu para defesa de Helton, na sobra, Gaitan bateu com categoria e a bola caprichosamente explodiu na trave direita.

Com o apito final do árbitro, começou a festa azul na casa inimiga, onde mesmo com luzes apagadas, jogadores e torcida puderam soltar o grito de “É CAMPEÃO!”. Uma conquista épica de uma equipe que sobrou durante a temporada, com melhor ataque (58 gols pró) e melhor defesa (9 tentos sofridos) da competição. E pode ficar ainda melhor se o time manter a invencibilidade nas últimas cinco rodadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário