segunda-feira, 27 de junho de 2011

Corinthians 5x0 São Paulo - Com requintes de crueldade

Nem os inúmeros desfalques que castigaram o São Paulo, nem mesmo a tola expulsão de Carlinhos Paraíba (a meu ver, justa), por volta dos 40 da etapa inicial, podem justificar o amplo domínio corinthiano e o elástico placar do clássico de ontem no Pacaembu.

Sem poder contar com Lucas, Rhodolfo, Rodrigo Souto, além de Juan e seu reserva natural, o jovem Henrique Miranda, Carpeggiani ainda recebeu um duro golpe de última hora, com a ausência de Casemiro devido a uma amigdalite. Com isso, o técnico tricolor se viu forçado a usar ainda mais garotos da base do que de costume, lançando Rodrigo Caio (de apenas 17 anos) no meio campo e improvisando Luiz Eduardo na lateral esquerda.

Apesar das ausências, o treinador tentou manter o mesmo sistema e mesma proposta de jogo. Um 4-3-2-1 apostando na marcação individual e nos contragolpes em velocidade. Não funcionou.

Não funcionou porque do outro lado tinha um Corinthians consistente e determinado a apagar a última derrota para o rival. Mantendo a posse da bola e apostando nas tramas a partir do lado esquerdo de seu ataque, o alvinegro já dominava o jogo enquanto o adversário ainda tinha onze homens em campo, a ponto de chegar a 11 finalizações contra apenas uma são paulina, e sobrou na segunda etapa, com um jogador a mais.

Sobrou o time e sobrou Danilo. O camisa 20 foi senhor no meio campo e ditou o ritmo do jogo, começando pelo gol logo a um minuto da etapa inicial, após passe de Jorge Henrique e lindo corte que deixou Bruno Uvini e Rogério Ceni sentados.

O gol foi o cartão de visitas do meia, que juntamente com Liedson, só não fizeram chover no Pacaembu. O camisa 9, que não marcava há três jogos, mostrou o oportunismo de sempre para fazer o segundo gol corinthiano, aproveitando rebote de Rogério Ceni.

Em seguida, anotou também o terceiro e o quarto tento alvinegro, ambos com assistência de Danilo. Primeiro, recebeu na pequena área, girou sobre Xandão e soltou a bomba para bater Rogério, e depois, o “Levezinho” complementou cruzamento do meia e com apenas um tapa botou a bola no fundo das redes para completar o hat-trick.

Gritos de “olé”, longas trocas de passes colocando o tricolor na roda, dribles desconcertantes, tudo isso ia minando cada vez mais o time do Morumbi e tornando a goleada ainda mais humilhante. Mas a cereja do bolo ainda estava por vir.

Aos 36 da etapa final, Jorge Henrique recebeu na esquerda, fintou pra dentro e arriscou chute despretensioso de fora da área para contar com falha grotesca de Rogério Ceni e definir o marcador com um frangaço do arqueiro tricolor.


Vitória incontestável e cruel de quem foi infinitamente superior ao longo da partida. Claro que os desfalques e a expulsão pesaram, mas o Corinthians, que nada tinha a ver com isso, cumpriu e muito bem o seu papel e massacrou o rival para reassumir a segunda colocação, com dois pontos e um jogo a menos que o próprio São Paulo, que vai precisar de muita cabeça no lugar para levantar a cabeça após o vexame do Pacaembu e reencontrar o caminho das vitórias.

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