domingo, 17 de outubro de 2010

Disposição azul e crise vermelha

everton x liverpool

Após uma semana muito intensa, de batalha judicial e a venda do clube concluída na sexta-feira, tudo que a torcida do Liverpool queria era uma vitória no clássico diante do Everton para uma reabilitação na Premier League. No estádio, acompanhando tudo de perto, estava John W. Henry, o novo proprietário do time vermelho.

O cenário parecia perfeito para o segundo triunfo do time de Roy Hodgson no campeonato. Só parecia, pois do outro lado tinha uma equipe muito bem organizada e extremamente disposta a buscar os três pontos.

Apesar dos importantes desfalques de Fellaini e Piennar, o time azul controlou desde o inicio as ações do jogo, com muita movimentação de seu meio campo e principalmente uma intensa marcação na saída de bola adversária.

  O amplo domínio foi coroado com um belo gol de Cahill aos 34 minutos, quando Lucas errou a saída de bola e a pelota foi parar nos pés de Coleman, que fez bela jogada pelo lado direito, passou como quis por Conchesky – cena rotineira durante o jogo, por sinal – e cruzou rasante para o australiano fuzilar o gol de Reina.

A dificuldade do Liverpool em sair jogando era nítida, especialmente pela ineficiência de seus laterais, Carragher e Conchesky. Seu meio campo também pouco participava, Lucas e Raul Meireles não conseguiam ligar a defesa ao ataque e Gerrard tentava encostar um pouco mais em Torres, enquanto Joe Cole e Maxi Rodriguez simplesmente não eram notados em campo.

Na volta do intervalo se esperava uma melhora nos Reds, mas antes que pudesse tentar qualquer reação, os Toffees trataram de jogar um balde de água fria e ampliar o marcador. Em cobrança de escanteio pela esquerda aos 5 minutos, Kyrgiakos cortou mal e Arteta livre na entrada da área encheu o pé, sem chance para Pep Reina.

Com a boa vantagem, o Everton tratou de administrar o marcador e passou a marcar no seu campo de defesa, dando espaços para o Liverpool trocar passes, mas ainda assim os visitantes não conseguiam ofender. Roy Hodgson resolveu partir para o tudo ou nada e sacou Lucas para a entrada de N’gog, mudança que pouco alterou a postura da equipe.

A mudança que alterou um pouco o panorama do jogo foi pelo lado azul, com a entrada de Beckford na vaga de Arteta. O jovem atacante inglês aprontou uma correria e deu uma bela canseira na lenta defesa vermelha, mas também não foi suficiente para alterar o placar.

Os três pontos conquistados tiram o Everton da zona de rebaixamento e fazem com que o time azul ganhe seis posições na tabela. Além disso, uma vitória em um clássico sempre dá a moral para seguir subindo.

Já o Liverpool, amarga uma crise sem fim, ocupando a 19ª colocação, o pior começo de temporada dos Reds desde a temporada 53-54, quando acabou rebaixado. É mr. Henry, o senhor terá muito trabalho pela frente com o time de Anfield Road.

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Um comentário:

  1. Muito bom o post. Parabéns!

    Não pude ver o jogo hoje, mas pelo que pude perceber o Everton foi melhor. Cahill no ataque é uma inovação interessante. E Hodgson, apesar de toda a crise, parece estar evoluindo, sobretudo nos aspectos táticos. Um exemplo disso foi a escalação de Gerrard mais à frente, como armador, e não como segundo volante, como vinha sendo.

    O blog está cada vez melhor, muito bom mesmo!

    Abração

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