quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Eu vou ensinar como é que se faz, eu vou ensinar como é que se faz...

Deve ser inspirado no refrão do Grupo Molejo que o Vasco conduz a temporada de 2011. Após um inicio de ano trágico, com uma seqüência de derrotas no Campeonato Carioca, o time cruzmaltino se restabeleceu desde a chegada de Ricardo Gomes (e com ele, nomes como Alecsandro e Diego Souza), conquistou a Copa do Brasil e se garantiu na Libertadores.

Pensa que por isso o time se acomodou como outros campeões da Copa do Brasil têm feito? Especialmente Corinthians e Santos nos últimos dois anos, quando tinham disparado os melhores times do país e simplesmente abriram mão do Brasileirão, o mais importante campeonato do país. O Vasco NÃO!

O gigante da Colina demonstra hombridade ao conduzir a temporada “a vera”, levando todas as competições com a seriedade que se deve. No Brasileirão, a liderança com dois pontos de vantagem para o vice Corinthians há apenas sete rodadas do fim deixa o time com chances reais de faturar o penta campeonato.

Na Sul-Americana, mais uma aula de caráter foi dada ontem. Ao contrário do que fazem a maioria dos times brasileiros, abrindo mão da competição continental, mais uma vez, o Vasco NÃO! Precisando vencer os bolivianos do Aurora por três gols de diferença para se classificar (havia perdido por 3x1 em Cochabamba), o time cruzmaltino fez muito mais do que isso e empurrou sonoros 8 a 3 para se assegurar na próxima fase e mostrar ao país como é que se faz.

Mesmo utilizando um time misto, com apenas quatro titulares, o time foi pra cima e começou o massacre com um gol espetacular de Bernardo. O camisa 16 recebeu pela direita, meteu uma caneta no marcador, girou sobre a bola (a la Zidane) para sair de outro defensor antes de soltar um petardo indefensável. Na segunda etapa, o armador ainda faria outro lindo gol, aproveitando passe de Juninho Pernambucano para acertar um lindo chute de fora da área, no ângulo do goleiro Lanz.

Outro a deixar sua marca em duas oportunidades foi Alecsandro. Alias, a noite foi do camisa 9, que desperdiçou chance incrível quando o placar ainda marcava 1 a 0, foi (injustamente) vaiado, se redimiu, anotou o segundo e terceiro tento na goleada e ainda serviu Leandro para fazer o quarto, seu primeiro com a camisa cruzmaltina. No fim, depois dessas reviravoltas da bola, a mesma torcida que vaiou, teve que aplaudir um dos destaques do time no jogo e no ano.

Mas quem se destacou mesmo foi Juninho Pernambucano. Soberbo em campo, controlou a meia cancha e ditou o ritmo da equipe com passes precisos e lançamentos primorosos. No fim, teve sua atuação – de Reizinho que é – coroada com o gol na cobrança do pênalti sofrido por Fagner, o quinto gol vascaíno.

Douglas e Alan fizeram os outros dois gols que fecharam o atropelo do trem bala sobre o fraco time boliviano. Peña, Andaveris e Segovia fizeram os gols do time azul – muito mais por desatenção da defesa cruzmaltina do que por qualidade dos visitantes.

Claro que existe um abismo enorme entre os dois times, mas uma coisa é existir esse abismo, outra bem diferente é saber aproveita-lo para fazer o resultado necessário ou até mais do que isso. A goleada serve para classificar o Vasco, mas serve também para dar ainda mais confiança ao time que é candidato a “bicho papão” do ano, que brigará com unhas e dentes para fechar a temporada com uma tríplice coroa inesquecível.

Que sirva também de lição aos demais clubes brasileiros, que o ano não se resume a uma simples vaga na Libertadores. Que conquistar um Brasileirão tem peso enorme e que abrir mão da Sul Americana é burrice. Afinal, querendo ou não, é uma conquista continental e tem seu valor. Hoje, o Vasco ensina como é que se faz.

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