sábado, 12 de março de 2011

Resta Um

Há cerca de quinze dias, o Arsenal lutava em quatro frentes e tinha a possibilidade real de “fazer a quadra”. O sonho das quatro taças começou a ir pelo ralo quando viu o título da Carling Cup vazar pelas suas mãos diante do modesto Birmingham, e foi reduzido a duas possibilidades quando caiu perante o poderoso Barcelona pela UEFA Champions League.

Uma dessas chances de voltar a conquistar um título – algo que não acontece desde 2005 – era na FA Cup, onde foi até Old Trafford encarar um Manchester United completamente desfigurado.

United - Arsenal Formações Iniciais: Rafael e Fábio como wingers; Rooney, como 5º homem de meio campo, com muita movimentação, foi o destaque vermelho.

Com o duelo diante do Olympique de Marseille pela Champions no meio da semana, Alex Ferguson optou por poupar parte do time, além de não poder contar com Nani, seu melhor jogador na temporada, assim, os Diabos entraram em campo com uma formação bem diferente da habitual. Mesmo que mantido o 4-4-2 ortodoxo, a sua segunda linha foi montada com os gêmeos Rafael e Fábio como wingers e O’Shea e Gibson fechando a meia cancha.

Arsene Wenger, após perder duas possibilidades de conquistas não podia se dar ao luxo de entrar com um time misto, então, lançou o que tinha de melhor em campo, levando em conta os diversos desfalques por lesão – casos de Fabregas, Song, Walcott e Clichy. Sem o seu maestro e capitão, o treinador francês optou por Denilson no meio campo, adiantando Wilshere para fazer a faixa central do meio campo, ao lado de Nasri e Arshavin.

O time da capital até começou o jogo melhor, porém, esbarrava no paredão formado pelas duas linhas compactas do United e sem as aproximações de seus homens de frente, não conseguia as infiltrações.

A postura ofensiva do Arsenal e o excesso de espaços em sua retaguarda tornavam o jogo extremamente perigoso para os londrinos, especialmente pelo posicionamento de Rooney, que cumpria importante papel em campo, voltando mais para recompor o meio e se movimentando de lado a lado nas transições ofensivas, abrindo uma verdadeira cratera entre zaga e meio Gunner.

Quem soube explorar esse buraco na intermediária dos visitantes foi o brasileiro Fábio, que puxou contragolpe em altíssima velocidade e soltou a bola para seu irmão Rafael pela direita que deixou com Rooney um pouco mais atrás. O camisa 10 levantou na área para o peixinho de Chicharito a queima roupa que Almunia espalmou como pôde e o próprio Fábio apareceu para empurrar para as redes e abrir o marcador. Fabio

Para um time já completamente abalado pela sequência infeliz de maus resultados, o tento contra foi um golpe difícil de se recuperar, e assim a vida do United ficou mais facilitada na primeira etapa, contra um Arsenal que até mantinha a posse da bola, mas não conseguia produzir, pelo menos até o final, quando Nasri conseguiu fazer boa jogada e bater rasteiro para a primeira boa defesa de Van Der Sar no jogo.

Na volta para a segunda etapa, Ferguson promoveu uma alteração em sua equipe colocando Valencia (de volta após longo período de recuperação) no lugar de Fabio. Assim, sua equipe se reconfigurou em um 4-1-4-1, com Rooney se deslocando para a ponta esquerda, e Gibson se adiantando para pressionar mais a saída dos visitantes.

A mudança surtiu efeito rápido e logo aos quatro minutos da etapa final, Rafael fez boa jogada pela meia direita, invadiu a área e bateu cruzado, Chicharito dividiu com o zagueiro e a bola subiu, se oferecendo para Rooney, que chegou dando um leve toque de cabeça, suficiente para desviar de Almunia e ampliar o placar.

Se Rooney vinha sendo o nome do jogo até ali, com participação no primeiro gol e anotando o segundo, além de cumprir importante papel tático, a partir do segundo tento começou o showzinho particular de Van Der Sar.

O goleiro holandês parou o ataque do Arsenal, com cerca de seis difíceis intervenções, sendo duas delas simplesmente espetaculares, uma em chute de Koscielny e outra em cabeçada a queima roupa de Chamakh.

Com a atuação fantástica do arqueiro dos Diabos, o placar se manteve intacto até o fim e o United garantiu a classificação para as semi finais da Copa da Inglaterra, mantendo o sonho da tríplice coroa. Quanto ao Arsenal, resta concentrar e apostar todas as fichas na Premier League, onde está em segundo, três pontos atrás do próprio Manchester.

3 comentários:

  1. Admiro bastante Wenger, mas o Arsenal não conquista um título de expressão desde 2005. O que ocorre?

    Saudações!!!

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  2. Wenger é um fenómeno do futebol. Não ganha nada e nunca é despedido.

    Não posso ter simpatia por esse arrogante, que não ganha nem sabe perder, a sua postura é degradante.

    Franciú e está tudo dito

    http://thebluefactoryofdreams.blogspot.com/

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  3. Muito bom o post Rafael! parabéns! Gosto muito do trabalho do Wenger, mas não entendo como esse time simplesmente "pipoca" nas horas importantes, desde 2005.

    Abraço!

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