quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quando os volantes decidem

A expectativa para o jogo era imensa, afinal, apenas três pontos separavam o líder Fluminense do vice Corinthians, apesar disso, o público presente no Engenhão foi abaixo do esperado diante da importância da peleja. Feito esse registro, vamos ao jogo.

O cotejo de futebol mais parecia de xadrez, tamanho era o estudo do adversário feito por ambas as partes. Muricy manteve o esquema de 3-6-1 já adotado por ele no último jogo diante do Atlético-GO promovendo apenas a entrada de Fernando Bob na vaga de Carlinhos, que atuou improvisado no setor de meio-campo contra os goianos. Adilson Baptista por sua vez, lançou a campo o time postado no sistema de sua preferência, o 4-3-1-2, porém, com muita movimentação e aproximação dos volantes Jucilei, Elias e Paulinho, que substituiu o lesionado Ralf.

Dessa forma, o Fluminense começou o jogo um tanto melhor, mantendo a posse de bola, mas sem assustar. Com apenas Washington, o ataque tricolor era estático, e sofria com a linha de impedimento alvinegra, que deixou o camisa 9 fora de jogo por três oportunidades quase que consecutivas.

Passados os tradicionais quinze minutos de abafa do mandante, o Corinthians adiantou a sua marcação, e com paciência trabalhava a bola, a mantendo no campo de ataque e fazendo girar de um lado para o outro, passando quase que obrigatoriamente pelos pés dos já citados volantes, que vez ou outra tentavam uma escapada. Em uma delas Paulinho assustou Fernando Henrique com chute forte que passou a direita da meta. Em outra dessas, Jucilei sofreu falta na intermediária, na cobrança, Roberto Carlos rolou para Bruno César que deixou com Elias, o camisa 7 lançou na área, onde Jucilei completamente livre, matou no peito e com tranqüilidade e tocou no canto direito do gol tricolor para abrir o placar no fim da primeira etapa.

FLU X CORFormações iniciais com o Flu no 3-6-1 e o Corinthians no 4-3-1-2. Washington isolado no comando do ataque, figura na mesma linha dos zagueiros corinthianos, algo que não se repetiu durante o jogo. Os avanços dos volantes alvinegros foram fundamentais para o ótimo primeiro tempo da equipe.

Na volta do intervalo, Muricy abriu mão do sistema com três zagueiros e lançou Rodriguinho na vaga de André Luis, buscando dar mais velocidade e profundidade ao ataque, virtudes ausentes com a ausência de Emerson, enquanto o Corinthians com a vantagem no marcador, recuou suas linhas de marcação, bloqueando qualquer tentativa tricolor e buscando encaixar um contra ataque para quem sabe liquidar a partida, porém, pecando quase sempre no último passe.

flu x cor2 Na volta do intervalo, Muricy partiu para um 4-2-2-2 colocando Rodriguinho na vaga de André Luis. O camisa 18 tinha total liberdade para flutuar pelo ataque tricolor, dando mais mobilidade e velocidade ao setor. O time de Adilson recuou bloqueando a entrada de sua área e esperando um contra ataque.

Quando esse último passe entrou, em linda tabela de Alessandro e Elias, o lateral recebeu nas costas de Leandro Euzébio pelo lado esquerdo da defesa do Flu e na saída de Fernando Henrique, só rolou para Iarley de carrinho empurrar para as redes.

Após o segundo gol, o Corinthians se fechou ainda mais e não conseguia manter a bola, por outro lado, o Fluminense não sentiu o golpe, foi pro abafa, e apenas cinco minutos depois, em jogada começada por Conca, Deco passou de cabeça para Rodriguinho invadir e bater cruzado para Washington completar para diminuir o placar.

Com o gol tricolor e o placar em risco, Adilson fez alterações para fechar ainda mais a equipe e colocou Boquita no lugar do apagado Bruno César (já havia trocado Iarley por Danilo logo após o segundo gol), e a partir daí o Corinthians só bloqueou o ímpeto do time das Laranjeiras para garantir o resultado, crucial para as pretensões alvinegras.

flu 1x2 cor4Com as entradas de Danilo e Boquita, o time se fechou em um 4-3-2-1 com o camisa 18 integrando a linha de três volantes, e o camisa 11 no combate a Mariano, uma das principais válvulas de escape desse Fluminense.

Esquema tático e sistema de jogo bem definido, aliados a força de volantes “pegadores” e que sabem sair pro jogo, esses foram os principais fatores que levaram o Corinthians a conseguir a sua segunda vitória longe de casa, dessa vez, extremamente importante.

Um comentário:

  1. Fala Rafael,

    Muito legal seu espaço também, vou passar a acompanhar. Já está recomendado no Boleiragem Tática.

    Grande Abraço

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