segunda-feira, 22 de julho de 2013

Experiência e Brilhantismo


Que o futebol brasileiro é berço de craques e que nossa safra de novos talentos se renova a cada dia, todo mundo já sabe. Mas, passadas oito rodadas do Campeonato Brasileiro, o que vemos até aqui é um desfile de qualidade por parte dos... veteranos. Jogadores rodados, tarimbados, que com sua qualidade vão conduzindo suas equipes a resultados expressivos nesse inicio de certame.

No líder Botafogo, o holandês Seedorf é o dono do time. Líder, tanto dentro quanto fora de campo, o craque de 37 anos é um dos principais – senão o principal, responsáveis pelo bom momento do Glorioso. Com três gols e uma assistência, o camisa 10 participou ativamente de 25% dos 12 gols alvinegros até aqui.

Do alto de seus 35 anos, Alex é quem dita o ritmo do co-líder e invicto Coritiba. Com seus quatro gols e três assistências, o genial meia já garantiu oito dos dezesseis pontos que fazem a equipe dividir a ponta com o Fogão e é até aqui, o grande nome do campeonato.

Contra o Santos, dois belos gols que asseguraram um importante ponto fora de casa, assim como na peleja diante do Flamengo, que esse que vos escreve teve o prazer de acompanhar “in loco” no Estádio Mané Garrincha, a apresentação soberba do 10 coxa, que com um golaço e uma assistência conduziu o time ao empate em dois a dois após sair perdendo por dois gols.

Quem também brilhou com gol e assistência foi Juninho Pernambucano. Em sua reestréia pelo Vasco, no clássico diante do Fluminense que marcou a reabertura do Maracanã, a atuação de gala do Reizinho foi determinante para que o time da Colina batesse o rival e se distanciasse da zona de rebaixamento. E a tendência é que Juninho seja ainda mais crucial para afastar o Vasco da degola ao longo da competição, tendo em vista o frágil plantel cruzmaltino.

Além deles, outros “coroas” tem se destacado no Brasileirão. No Grêmio, o quase quarentão Zé Roberto (39 anos) é quem carimba quase todas as tramas ofensivas do Tricolor. No rival Inter, Forlan com 34 anos é o principal artilheiro da equipe, com 5 gols (além de uma assistência), enquanto D’Alessandro, com 32, é o grande nome do time com dois tentos marcados e outras três assistências.

Ronaldinho no Atlético/MG, Danilo e Emerson no Corinthians, Deco no Fluminense, o recém chegado Alex, de volta ao Internacional, são outros nomes experientes que podem ser decisivos em favor de seus clubes.
Muito se debate sobre a razão do êxito desses “vovôs” da bola por aqui.

Lendo o blog do jornalista Julio Gomes (AQUI), onde o sucesso de veteranos em terras tupiniquins também foi tema, me deparei com o seguinte trecho:

A genialidade de cada um ainda teria valor na Europa, mas perderia espaço em um jogo tão físico, altamente técnico, intenso e veloz. No Brasil, a maioria dos jogos têm elementos táticos e de intensidade ainda incipientes. Neste futebol, disputado de área a área, com tantos metros e segundos disponíveis, Seedorf, Alex, Zé Roberto e Juninho conseguem estender suas brilhantes carreiras e ainda fazer diferença.

É um argumento válido e uma visão interessante sobre o assunto. No entanto, tenho que discordar. Fosse assim, não veríamos nomes como Pirlo, Xavi, Giggs, Xabi Alonso, Lampard, Gerrard, entre tantos outros, ainda se destacando por lá. Pode ser que não tivessem por lá o mesmo desempenho que vem tendo aqui, mas é inegável que talento de sobra para isso, qualquer um dos nomes citados tem, pois se tratam de jogadores brilhantes, e que apenas por isso, seguem brilhando.

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