quinta-feira, 20 de junho de 2013

Seleção Brasileira – Evolução é nítida, mas é lenta

Desde a reta final do trabalho de Mano Menezes, quando emplacou quatro vitórias seguidas sobre África do Sul, China e Iraque, além do triunfo sobre a Argentina pelo Super Clássico das Américas, que a Seleção Brasileira não mostrava uma evolução tão clara. Até pelo curto período e o baixo número de jogos sob o comando de Luiz Felipe Scolari.

O novo treinador, que tinha apenas uma vitória sobre a Bolívia em seus seis primeiros jogos, embala três êxitos consecutivos justamente no período em que teve uma sequencia para trabalhar com o grupo de convocados.

O escrete canarinho não vencia uma potencia do futebol desde novembro de 2009 quando bateu a Inglaterra ainda sob a batuta de Dunga. Tirou esse peso ao conseguir a importante vitória por três a zero sobre a França no último amistoso antes da Copa das Confederações.

Pela competição, triunfos sobre Japão e México nos dois primeiros jogos. Três a zero sobre a seleção nipônica em Brasília, e dois tentos a zero sobre a “El Tri”, exorcizando de vez o demônio mexicano no jogo que começou a ser ganho ainda na execução do Hino Nacional, com o público de Fortaleza cantando à capela e emocionando até mesmo o mais frio dos brasileiros.

As três vitórias seguidas, com oito gols anotados e nenhum sofrido, deixam claro que há uma evolução no trabalho de Felipão a frente da Seleção brasileira. O que incomoda, no entanto, é o ritmo lento com que essa evolução vem acontecendo.

O time continua com dificuldades na saída de bola. Paulinho joga longe de Luiz Gustavo, o que complica a saída pelo meio. O volante do Bayern, por sua vez, recua até a linha dos zagueiros, dando liberdade aos laterais Daniel Alves e Marcelo, saindo do 4-2-3-1 para uma espécie de 3-4-2-1, quando o time detém a posse da bola.

Brasil 3421Postura brasileira com posse da bola: Luiz Gustavo na linha dos zagueiros e laterais avançados, se juntando aos meias.

Com o aperto na saída pelo meio, só existem duas soluções para a transição defesa ataque. Ou a escapada com os laterais, dificultada em função da geralmente forte marcação da segunda linha oponente, ou a ligação direta feita pelos zagueiros, que ocorre com frequência maior do que deveria.

Assim, o time perde em criatividade e acaba produzindo menos do que pode. E quando os homens que tem essa responsabilidade de criar e conduzir a equipe até o gol oponente tem atuação apagada como tiveram Oscar e Paulinho diante do México, a situação fica ainda pior. O volante até cresceu na segunda etapa e melhorou tanto o seu desempenho individual quanto o coletivo da seleção, enquanto o camisa 11 foi peça nula até o momento em que foi substituído por Hernanes.

A entrada do meia da Lazio qualificou o toque de bola no campo ofensivo, porém, o time continuou a produzir pouco e dependia de lampejos individuais para ofender o gol de Corona. Lampejo que veio dos pés de Neymar, talvez o único homem de frente a mostrar grande evolução.

njrNa primeira etapa, um golaço acertando lindo sem pulo e chute indefensável de canhota no canto do arqueiro mexicano. Minutos depois, o craque ia fazendo outra obra prima, quando deixou Mier falando sozinho depois de um chapéu com o peito, mas o arremate saiu por cima. Mier que voltou a sofrer com o camisa 10 já nos minutos finais da peleja. Caneta humilhante e passe na medida para Jô empurrar para o gol vazio e decretar o placar final.

Se lá na frente o time tem demorado a mostrar evolução, lá atrás tem se mostrado bem seguro. Contra o Japão, atuações impecáveis de Luiz Gustavo e Thiago Silva, que não deram espaços aos talentosos Honda e Kagawa, impossibilitando qualquer ação ofensiva japonesa. Já diante dos mexicanos, foi David Luiz quem se destacou no setor defensivo. Atuações individuais brilhantes, corroborando a boa fase da retaguarda tupiniquim.

O grande desafio da fase de grupos ainda está por vir contra os italianos, e será a hora de mostrar força e comprovar a evolução da equipe coletivamente. Por mais que seja lenta, ela existe e pode dar bons frutos já na Copa das Confederações.

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