sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Real Madrid 1-1 Manchester United – Show de De Gea e vaga indefinida

A intensidade proposta pelo Real Madrid de José Mourinho no começo do duelo contra o Manchester United impressionou. Marcação adiantada, encurralando os visitantes em seu próprio campo e um volume de jogo avassalador.

Diante de um cenário totalmente contrário, contra uma torcida inquieta no Santiago Bernabéu e um adversário qualificado e motivado, Alex Ferguson adotou postura cautelosa, apesar dos de um quarteto de frente passar uma falsa impressão ofensivista.

Wayne Rooney virou assistente de lateral, voltando no combate a Fábio Coentrão e auxiliando o nervoso Rafael no cerco a Cristiano Ronaldo. No lado oposto, o sempre agressivo Evra, ficou plantado junto à linha de quatro defensiva, e também contando com a volta de um homem de frente, hora Welbeck, hora Van Persie, que por diversas vezes caiu pelo lado do campo. Erro crasso do treinador inglês afastando da área adversária o seu mais letal jogador.

Madrid-UnitedMadrid no mesmo 4-2-3-1 de sempre, porém, com marcação adiantada que encurralou o United, que abriu mão de seu 4-4-1-1 para também atuar em 4-2-3-1.

Ao contrário do que possa se imaginar, o time mandante não sentiu o gol sofrido aos 20 da primeira etapa, quando controlava totalmente as ações do jogo e se viu surpreendido por cabeçada certeira de Welbeck em escanteio cobrado por Rooney.

O ímpeto merengue seguiu, e na pressão o time chegou ao gol de empate apenas dez minutos depois do revés, quando pela primeira vez na partida os pontas inverteram o lado, e pelo flanco esquerdo, Di Maria centrou para Cristiano Ronaldo vir da direita, aparecer às costas de Evra e numa subida impressionante testar sem chance para De Gea. Foi o gol de número 183 do craque português em 180 jogos com a camisa branca.

Na volta do intervalo, o time de José Mourinho seguiu a mesma estratégia dos 45 minutos iniciais: pressão no campo de ataque, sufocando os defensores vermelhos. Khedira se adiantou e se juntou à linha de três armadores, saindo assim do 4-2-3-1 para um 4-1-4-1. E foi justamente dos pés do alemão que saiu o mais perigoso lance madridista na segunda etapa, quando o camisa 6 desceu pela direita e cruzou para Coentrão chegar completando do outro lado. Num reflexo absurdo, De Gea utilizou o pé direito para operar um milagre no Bernabéu e evitar a virada merengue.

Quando Ferguson trocou o inoperante Kagawa e o esforçado, porém limitado Welbeck, por Giggs e Valencia, os dois “sangue novos” foram atuar nas beiradas do gramado, e Rooney e Van Persie voltaram às suas funções originais. O camisa 10 como um quinto homem de meio campo, flutuando nas costas dos volantes adversários, e o 20 enfiado entre os zagueiros.

Assim, surgiu a chance de ouro para que os Red Devils levassem para o jogo da volta em Old Trafford um resultado ainda melhor, quando Rooney descolou passe preciso para Van Persie entrar pela direita e soltar um petardo que Diego Lopez desviou para o travessão. Na sequência do lance, o holandês recebeu novamente sozinho, dessa vez no meio da área e pressionado por Diego Lopez, bateu mascado na bola. Ainda assim, ela encobriu o goleiro e só não entrou porque Xabi Alonso apareceu para salvar em cima da linha.

Diante de um De Gea inspirado, o Real seguiu sufocando, mas não conseguiu alterar o marcador, mesmo com 28 arremates contra o gol vermelho, sendo 14 na direção da meta – do outro lado, foram 13 finalizações inglesas, sendo nove no alvo.

Diante das circunstâncias encontradas em gramados espanhóis, o empate com gol fora de casa acaba sendo um resultado excepcional para os Diabos Vermelhos, que agora precisam apenas de um empate sem gols para avançar na principal competição de clubes do planeta, o que gera um dilema a Sir Alex Ferguson para o duelo da volta: sair pro jogo tentando definir o confronto e se expor aos mortais contragolpes merengues, ou, se trancar e contar com nova jornada impecável de De Gea para tentar garantir o zero no placar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário