Não demorou para que a alta
intensidade promovida pelo Liverpool no começo do clássico contra o Manchester
United desse resultado. Aliando velocidade e movimentação no quarteto ofensivo –
que virava quinteto de acordo com as subidas de Gerrard, o time de Anfield Road
empurrou os visitantes contra seu próprio campo, e numa roubada no campo de
ataque, Sturridge bateu forte e De Gea jogou para escanteio. Na cobrança de
Gerrard, testada de Agger e leve desvio do mesmo Sturridge para fazer o único
tento da partida.
Terceiro gol do camisa 15 em três
rodadas da Premier League, o 11º nos últimos nove jogos oficiais do clube,
mostrando que pode ser o parceiro ideal para Luis Suarez no comando do ataque
vermelho.
Depois do gol, os Reds diminuíram
o ímpeto inicial, encurtaram a distância entre suas linhas e reduziram os
espaços dos diabos vermelhos, mas sem abrir mão dos contragolpes, saindo
especialmente com Coutinho pela esquerda, forçando em velocidade pra cima do
lento Jones e nas bolas longas para Sturridge.
Forçado a sair pro jogo para
buscar o empate, o United parou não só na sólida retaguarda do Liverpool, ainda
não vazada nas três primeiras rodadas de Premier League, mas principalmente na
pobreza de seu setor ofensivo.
Sem poder contar com Rooney,
lesionado, o treinador David Moyes lançou Ashley Young entre os titulares,
preenchendo o lado esquerdo da segunda linha do imutável 4-4-1-1. Como o camisa
18 é um winger que busca essencialmente o fundo, Evra ficou “congelado” e pouco
apoiou. No lado oposto, Giggs buscava o centro, porém não contava com o devido
apoio de Jones e com isso, o time ficou sem força pelos flancos. Isso melhorou
quando Valencia substituiu Jones na lateral, porém, a criação continuou pobre.
No entanto, o maior erro do novo
comandante dos diabos foi não ter sequer relacionado o japonês Kagawa para o
jogo. Sem Rooney, o meia nipônico era a melhor opção para atuar à frente da
segunda linha, flutuando nas costas dos volantes adversários e fazer a bola
chegar no artilheiro Van Persie. Welbeck cumpriu tal função e pouco fez.
A liderança momentânea do
Liverpool, único time com 100% de aproveitamento nessas três primeiras rodadas,
não é tão representativa quanto à importante vitória no clássico, dando pinta
de que o time de Brendan Rodgers é capaz de voltar a brigar na parte de cima da
tabela.
Intensidade vermelha no inicio encurralou o United até o tento da vitória. Após o gol, linhas retraídas, espaço reduzido ao oponente e contragolpes, abusando da bola longa de Gerrard. |
Se em Anfield foi a intensidade
do time da casa que encurralou o adversário, no Emirates Stadium foi a
velocidade dos anfitriões que atordoou o rival.
O time de Arsene Wenger segue o
mesmo da última temporada, sem um reforço sequer para qualificar e elevar o patamar
do Arsenal, no entanto, aprimora seu estilo de jogo e se fortalece a partir do
entrosamento das peças.
Enquanto o Tottenham, sem o astro
Gareth Bale e com cinco novos nomes entre os titulares, ainda busca o onze
ideal e o entrosamento perfeito para montar o grande time que se imagina ao ver
o plantel de André Villas-Boas.
Diante desse cenário, o veloz e
entrosado Arsenal envolveu o ainda inconstante Tottenham, com trocas de passes
rápidos e acelerando especialmente pelo lado direito, com Walcott pra cima do
improvisado Danny Rose, winger escalado na lateral esquerda. E foi por ali que
Rosicky achou Walcott completamente livre dentro da área, o camisa 14 foi no
fundo e tocou para Giroud no meio da pequena área se antecipar a Dawson e
completar pro gol.
Com Paulinho e Dembele bem
vigiados por Ramsey e Wilshere (depois Flamini, que substituiu o camisa 10
ainda na primeira etapa), os Spurs tinham dificuldade na condução da bola da
defesa pro ataque. Os dois ponteiros não buscavam as diagonais e deixavam
Soldado completamente isolado, sendo facilmente marcado pela dupla de zaga
Gunner.
Abusando dos contragolpes em
velocidade, o Arsenal foi empilhando chances desperdiçadas e consagrando Lloris
como o grande nome da partida no Emirates, com no mínimo quatro importantes
intervenções que evitaram com que o desastre do Tottenham fosse ainda maior.
A derrota no clássico não chega a
ser um baque para o time de André Villas-Boas, que tem potencial para se
acertar ao longo da temporada. A chegada de Eriksen pode fazer o treinador
mudar o sistema de jogo, botando o armador dinamarquês centralizado e refazendo
o 4-2-3-1 utilizado na última temporada, quando Bale ou Dempsey cumpriam tal
papel.
Por outro lado, se não chega
nomes de peso para enriquecer o elenco de Arsene Wenger, o bom inicio de
temporada de nomes importantes como Giroud, Cazorla e principalmente Aaron
Ramsey dá ao torcedor Gunner a esperança de que o time continue brigando na
parte de cima da tabela.
Walcott pra cima do improvisado Rose foi o caminho das pedras para o Arsenal achar o tento da vitória no derby do norte de Londres. |
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