Que o futebol brasileiro é berço
de craques e que nossa safra de novos talentos se renova a cada dia, todo mundo
já sabe. Mas, passadas oito rodadas do Campeonato Brasileiro, o que vemos até
aqui é um desfile de qualidade por parte dos... veteranos. Jogadores rodados,
tarimbados, que com sua qualidade vão conduzindo suas equipes a resultados
expressivos nesse inicio de certame.
No líder Botafogo, o holandês
Seedorf é o dono do time. Líder, tanto dentro quanto fora de campo, o craque de
37 anos é um dos principais – senão o principal, responsáveis pelo bom momento
do Glorioso. Com três gols e uma assistência, o camisa 10 participou ativamente
de 25% dos 12 gols alvinegros até aqui.
Do alto de seus 35 anos, Alex é
quem dita o ritmo do co-líder e invicto Coritiba. Com seus quatro gols e três
assistências, o genial meia já garantiu oito dos dezesseis pontos que fazem a equipe
dividir a ponta com o Fogão e é até aqui, o grande nome do campeonato.
Contra o Santos, dois belos gols
que asseguraram um importante ponto fora de casa, assim como na peleja diante
do Flamengo, que esse que vos escreve teve o prazer de acompanhar “in loco” no
Estádio Mané Garrincha, a apresentação soberba do 10 coxa, que com um golaço e
uma assistência conduziu o time ao empate em dois a dois após sair perdendo por
dois gols.
Quem também brilhou com gol e
assistência foi Juninho Pernambucano. Em sua reestréia pelo Vasco, no clássico
diante do Fluminense que marcou a reabertura do Maracanã, a atuação de gala do
Reizinho foi determinante para que o time da Colina batesse o rival e se
distanciasse da zona de rebaixamento. E a tendência é que Juninho seja ainda
mais crucial para afastar o Vasco da degola ao longo da competição, tendo em
vista o frágil plantel cruzmaltino.
Além deles, outros “coroas” tem
se destacado no Brasileirão. No Grêmio, o quase quarentão Zé Roberto (39 anos)
é quem carimba quase todas as tramas ofensivas do Tricolor. No rival Inter,
Forlan com 34 anos é o principal artilheiro da equipe, com 5 gols (além de uma
assistência), enquanto D’Alessandro, com 32, é o grande nome do time com dois
tentos marcados e outras três assistências.
Ronaldinho no Atlético/MG, Danilo
e Emerson no Corinthians, Deco no Fluminense, o recém chegado Alex, de volta ao
Internacional, são outros nomes experientes que podem ser decisivos em favor de
seus clubes.
Muito se debate sobre a razão do
êxito desses “vovôs” da bola por aqui.
Lendo o blog do jornalista Julio Gomes (AQUI),
onde o sucesso de veteranos em terras tupiniquins também foi tema, me deparei
com o seguinte trecho:
“A genialidade de cada um
ainda teria valor na Europa, mas perderia espaço em um jogo tão físico,
altamente técnico, intenso e veloz. No Brasil, a maioria dos jogos têm
elementos táticos e de intensidade ainda incipientes. Neste futebol, disputado
de área a área, com tantos metros e segundos disponíveis, Seedorf, Alex, Zé
Roberto e Juninho conseguem estender suas brilhantes carreiras e ainda fazer
diferença.”
É um argumento válido e uma visão
interessante sobre o assunto. No entanto, tenho que discordar. Fosse assim, não
veríamos nomes como Pirlo, Xavi, Giggs, Xabi Alonso, Lampard, Gerrard, entre
tantos outros, ainda se destacando por lá. Pode ser que não tivessem por lá o
mesmo desempenho que vem tendo aqui, mas é inegável que talento de sobra para
isso, qualquer um dos nomes citados tem, pois se tratam de jogadores
brilhantes, e que apenas por isso, seguem brilhando.
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