Duas equipes que conhecem uma a
outra nos seus mínimos detalhes. Sabem de pontos fortes, fracos, virtudes e
defeitos um do outro, em razão da quantidade de enfrentamentos entre elas. Só
nesta temporada, já se foram quatro confrontos, com duas vitórias vermelhas e
dois empates.
Estes, porém, são resultados que
não devem ser levados em consideração, uma vez que os aurinegros abriram mão de
seus campeonatos nacionais para se focarem exclusivamente na competição
continental.
Decisão que se mostrou acertada, uma
vez que apesar de ter um onze inicial excepcional, era evidente que o Borussia
não teria força para brigar nas três frentes – Bundesliga, Copa da Alemanha e
Champions League. O plantel é modesto. O banco não tem qualidade condizente com
o time titular.
Diferentemente do Bayern, que
conta com elenco rico e nomes amplamente capazes de levar o clube à busca pela
inédita tríplice coroa. O grupo de Jupp Heynckes é fortíssimo, com jogadores no
banco que não apenas podem manter o nível dos titulares, como podem mudar e
decidir uma partida. O maior exemplo disso é Arjen Robben.
O holandês tem futebol suficiente
para ser titular em grandes equipes do planeta. Era reserva no inicio da
temporada com Heynckes, que contava com Muller, Kroos e Ribéry na linha de três
armadores de seu 4-2-3-1. Com a lesão de Kroos, o camisa 10 reassumiu seu posto
entre os onze para ser decisivo na reta final do certame continental e não mais
perder a vaga entre os titulares.
Além de Kroos, quem também estará
fora da decisão em virtude de uma lesão é o maestro borussiano Mario Gotze. Já
contratado pelo Bayern, a partida seria sua despedida do time amarelo e preto,
no entanto, o meia não se recuperou de um desconforto muscular sentido na semifinal
contra o Real Madrid e não irá a Wembley.
Sem seu camisa 10, Jurgen Klopp
provavelmente terá de mexer em seu sistema tático, uma vez que não conta no
elenco com jogador de características semelhantes. Assim, a tendência é a entrada
de Kevin Grosskreutz pelo lado esquerdo da sua linha de meio campistas,
deslocando Reus para o centro e formando algo próximo de um 4-4-1-1.
Titular e peça importante nas
campanhas do bi campeonato alemão, Grosskreutz se caracteriza por ser um meia que
atua na beirada do gramado – especialmente a esquerda, formando uma dobradinha
com o lateral Schmelzer no combate ao ataque adversário sem a bola, e chegando
com força ao campo ofensivo na retomada da posse. Com isso, Klopp ganha no
cerco a Phillip Lahm, lateral que chega com perigo ao ataque e de onde saem
sempre boas jogadas vermelhas.
Com a entrada de Grosskreutz, Jurgen Klopp pode montar o
time com duas linhas de quatro compactas e Reus um pouco mais adiantado, encostando
em Lewandowski, numa espécie de 4-4-1-1.
Outra opção para o treinador aurinegro
é a entrada de Nuri Sahin entre os onze que começarão a decisão, mantendo o
mesmo 4-2-3-1 utilizado ao longo da temporada, com Gundogan ocupando o lugar de
Gotze na linha de três ofensiva e o turco fazendo o papel de segundo volante.
Tal formação, já foi utilizada no empate contra o próprio Bayern pela 32ª
rodada da Bundesliga, onde as duas equipes utilizaram times mistos, se poupando
já em função do jogo decisivo pela competição continental.
A entrada do camisa 18 pode ser
uma boa solução para combater o principal articulador vermelho, Bastian
Schweinsteiger, uma vez que Gundogan um pouco mais a frente, poderia seguir
cada passo do 31 bávaro. Além de dar mais liberdade aos seus ponteiros, Marco
Reus e Jakub Blazcszikowski.
Com Sahin entre os titulares, Klopp pode manter seu 4-2-3-1,
adiantando Gundogan para a função de meia central da linha de armadores.
Fato é que independente de quem entrar
o Borussia não deverá mudar sua postura de time que lida bem sem a posse –
tanto que detém meros 46% em média de domínio da bola por jogo, apostando mais
na velocidade da transição ofensiva e na qualidade de seus homens de frente. O
problema fica no trabalho de movimentação que geralmente é promovido pela
trinca de meias, que certamente será comprometido sem Mario Gotze.
Já no Bayern, Jupp Heynckes
deverá manter o estilo da equipe de prezar a posse da bola, agredindo e
empurrando o adversário contra a sua própria área. Sem ela, o time da Baviera
mantém suas linhas de marcação altas, sufocando o oponente em seu campo de
defesa, forçando uma saída de bola “suja”, com ligação direta, facilitando
assim a retomada.
Uma das chaves para decidir o
confronto está no duelo entre as engrenagens das duas equipes, Schweinsteiger e
Gundogan. Símbolos de volantes modernos, que marcam com eficiência, mas que
também sabem chegar à frente com qualidade ímpar, tanto para servir quanto para
arrematar. Quem se sair melhor entre os dois, pode levar sua equipe à vitória e
consequentemente, ao sonhado título.
Título que pode ir para qualquer
um dos dois lados. Como já fora dito, são dois times que se conhecem como poucos,
e sabem bem como anular o jogo um do outro. Razão pela qual, esse que vos
escreve não arrisca palpite.
E muito menos
conseguirei torcer por uma das duas equipes, por considerar ambas merecedoras
demais da taça. Para um, pode ser a consagração máxima de um trabalho longo e
de pouco investimento, em um time que está prestes a sofrer um desmanche. Para
o outro, a coroação de uma temporada perfeita, com números impressionantes e
futebol encantador.
Minha torcida é apenas para que vejamos mais um grande espetáculo, mais uma partida daquelas de encher os olhos, mais um show nas arquibancadas, e que essa decisão, possa no futuro, tal qual a do capítulo I (leia AQUI), entrar para o rol das inesquecíveis.
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