O gol de Alexandre Pato ainda aos 25 segundos de bola rolando, o quinto mais rápido na história da Champions League, foi um duro golpe aos mais de noventa mil espectadores que lotaram o Camp Nou para a estréia do atual campeão do torneio contra o atual campeão italiano e detentor de sete taças continentais.
Apesar do gol relâmpago, o Barcelona não se abalou e naturalmente impôs o seu estilo. Manutenção da posse da bola, que chegou a incríveis (mas não surpreendentes, em se tratando do time de Guardiola) 73%, toques de lado a lado e muita movimentação no campo ofensivo.
Sem poder contar com sua dupla de zaga titular, Pep Guardiola mais uma vez utilizou os volantes Busquets e Mascherano para compor a zaga. Hoje, ao lado de Abidal, formaram um trio defensivo no 3-4-3 em linha, diferente do mesmo 3-4-3 em losango utilizado na estréia da liga espanhola contra o Villareal – leia mais AQUI.
Apesar do diferente 3-4-3, Barça como de costume: marcação adiantada e muita movimentação.
No desfalcado Milan, sem poder contar com os avantes Ibrahimovic e Robinho, o gol caiu como uma luva para quem já foi à Espanha com o pensamento no empate. Daí em diante, era se fechar e esperar por um contragolpe. Seedorf, fazendo o vértice esquerdo no losango rossonero, fechava o cerco para Daniel Alves, porém, com a lesão de Boateng, Ambrosini entrou nessa faixa e o holandês foi deslocado para a função de enganche e o italiano não conseguiu mais encurtar os espaços para o lateral brasileiro.
Diante do ferrolho armado por Maximiliano Allegri, o time da casa precisava acelerar o último passe ou contar com um lance individual para furar o bloqueio dos italianos. Foi onde apareceu o melhor jogador do mundo. Na primeira tentativa, passou pelos defensores e bateu fraco para a defesa de Abbiati. Na segunda, deixou Abate na saudade e cruzou rasteiro para Pedro igualar o placar.
Com apenas cinco minutos da etapa final, em lance até atípico para o time catalão, David Villa aproveitou uma das inúmeras infrações milanistas e levou o Camp Nou ao delírio com belíssima cobrança de falta da intermediaria que colocou o time blaugrana na frente.
Allegri trocou o inoperante Antonio Cassano por Emanuelson, reconfigurando a equipe em um 4-4-1-1, com o camisa 28 aberto à esquerda na segunda linha de quatro, justamente para combater Daniel Alves. Do outro lado, Nocerino batia com Fabregas, que substituiu o lesionado Iniesta ainda na primeira etapa, enquanto Messi era acompanhado de perto por Van Bommel e Ambrosini, se revezando entre o combate inicial e a cobertura ao melhor jogador do mundo.
Na segunda etapa, Milan em 4-4-1-1 visando diminuir os espaços de Dani Alves. Barça, de volta ao 4-3-3 com a entrada de Puyol.
Com a entrada de Puyol na vaga de Keita, o Barcelona voltou ao rotineiro 4-3-3 que o consagrou e controlava a partida, sem sofrer riscos, porém, também não oferecia perigo algum ao gol de Abbiati.
E a exemplo do cotejo de sábado, quando a equipe vencia por 2 a 0 a Real Sociedad pelo campeonato espanhol, a tranquilidade virou displicência, e o time já não fazia questão de ofender o adversário. Tal qual na partida da Liga, o time foi castigado, quando Thiago Silva subiu mais que Mascherano após cobrança de escanteio de Seedorf e empatou o jogo já nos acréscimos, dando números finais à peleja.
Um empate heróico para o Milan, e frustrante para o Barcelona, que precisa voltar a manter a concentração até o apito final do árbitro, pois como já dizia o ditado, o jogo só acaba quando termina.
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