ATLÉTICO MADRID 1 x 0 BARCELONA
Mesmo jogando pelo empate sem
gols, foi o Atlético quem começou o jogo em alta intensidade, empurrando e
acuando o Barcelona em seu campo de defesa, como um boxeador que está nas
cordas, sendo golpeado sem parar. E uma vez nas cordas, não demorou para que o
time catalão fosse derrubado, logo aos cinco minutos de bola rolando, quando
Villa levantou na área, Adrián subiu mais que Alba e escorou para Koke chegar
batendo sem chance para o goleiro Pinto.
O gol não diminuiu o ímpeto dos
Colchoneros, que continuaram no abafa tentando matar de vez o jogo, e por muito
pouco o ex-Barcelona David Villa não ampliou o marcador, carimbando por duas
vezes a trave blaugrana. Apenas no fim da primeira etapa, quando as pernas já
não respondiam da mesma forma, foi que a pressão rojiblanca baixou e o
Barcelona conseguiu respirar, se achar em campo e dominas as ações do jogo.
Mas, sem assustar o goleiro Courtois, pois com um show de trabalho coletivo e
obediência tática o Atlético postou suas duas linhas a frente de sua área, negando
os espaços e impedindo qualquer tentativa culé de penetrar com seu jogo de
passes curtos. Restavam os cruzamentos, e foi em um deles que Messi teve sua
única chance do jogo no fim da primeira etapa, quando cabeceou a esquerda da
meta.
Na etapa final, a estratégia de
Simeone continuou a mesma do fim do primeiro tempo, se defender e buscar os
contragolpes, e seus comandados a executaram com perfeição. A única
oportunidade que cederam aos visitantes foi quando Xavi achou Neymar livre na
área, o brasileiro tentou driblar Courtois e acabou desarmado. Nos
contragolpes, três chances claras de ampliar e definir, com Diego Ribas,
Cristian Rodríguez e a melhor delas com Gabi, todas desperdiçadas, só para
aumentar o drama e o sofrimento até o apito final. A vitória pela contagem
mínima recoloca o Atlético nas semifinais depois de 40 anos, um time que
independente do que fizer no resto de temporada, já faz história por sua
entrega e dedicação em campo, um retrato do que era Diego Simeone em seu tempo
de jogador.
BAYERN MUNIQUE 3 x 1 MANCHESTER UNITED
Sem poder contar com Bastian
Schweinsteiger, Pep Guardiola mesmo tendo o placar zerado em seu favor, optou
por escalar um meio campo extremamente ofensivo diante do United, com apenas
Toni Kroos na cabeça de área, mais Gotze e Müller alinhados aos pontas Robben e
Ribery, num 4-1-4-1 totalmente voltado ao ataque, enquanto David Moyes plantou
suas duas linhas de quatro lá atrás, deixando apenas Rooney e Welbeck com um
pouco mais de liberdade para tentar contragolpear.
A estratégia inglesa foi
executada com perfeição em toda a primeira etapa, impedindo qualquer ação de
perigo dos bávaros, tanto que o goleiro De Gea não precisou fazer uma defesa
sequer nos primeiros quarenta e cinco minutos. Na etapa final, o time precisou
se soltar mais, até pela necessidade de marcar, e já ameaçou logo no inicio com
tiro de longe de Kagawa, que exigiu a primeira intervenção de Neuer no jogo.
Pouco depois, aos doze da fase derradeira, o goleiro alemão nada pôde fazer
quando Evra acertou um petardo da entrada da área no ângulo, sem qualquer
chance para o arqueiro.
Mas a felicidade e a esperança
dos Red Devils duraram apenas dois minutos, pois o placar desfavorável parece
ter acordado o gigante bávaro adormecido. Primeiro com Mandzukic, testando o
cruzamento de Ribery. Depois, com o show particular de Robben, que assistiu
Thomas Müller para o gol da virada, e fechou o marcador anotando um tento com
sua marca registrada, cortando em diagonal para o pé esquerdo até achar o
momento certo de disparar e garantir a classificação com o terceiro gol.
Sofrimento acima do esperado para o time da Baviera, que parece ter se
acomodado na temporada depois do título alemão antecipado, mas que precisava de
um choque como o aplicado pelo Manchester para despertar em busca do bi europeu
consecutivo.
BORUSSIA DORTMUND 2 x 0 REAL MADRID
Com uma excelente vantagem de
três tentos a zero construída no Santiago Bernabéu, o treinador Carlo Ancelotti
optou por nem escalar o melhor do mundo Cristiano Ronaldo, com problemas
físicos. Sem o português, o técnico italiano adiantou Di Maria para se juntar a
Bale e Benzema no ataque e promoveu a entrada de Illarramendi na trinca de meio
campo, o que em tese daria uma reforçada na meia cancha merengue.
Também cheio de desfalques e
ainda com o placar desfavorável, o Dortmund parecia até meio desmotivado no
inicio do jogo, deixando o controle com os visitantes. Isso até os 15 minutos
de peleja, pois quando Weidenfeller defendeu a penalidade de Di Maria o time
ganhou uma injeção de animo impressionante e voltou a ser o Borussia que
encantou a Europa e o mundo, sufocando o poderoso Real Madrid em seu campo de
defesa e forçando o erro dos espanhóis. Foi justamente de dois erros
individuais, primeiro de Pepe e depois de Illarramendi que nasceram os dois
gols de Reus que deram esperança e inflamaram a torcida aurinegra, que como
sempre deu um show no Signal Iduna Park.
A etapa final foi uma continuação
do que foi o fim do primeiro tempo. Uma pressão asfixiante do time da casa para
cima do acuado Real Madrid, que teve em Casillas, com no mínimo três
intervenções, seu melhor jogador e herói de uma classificação bem mais sofrida
do que o esperado. Casillas, e a trave, que salvou os merengues quando
Mkhitaryan driblou o arqueiro e com o gol vazio tocou no poste. Apesar de
eliminado, o Borussia sai da competição de cabeça erguida, com uma atuação
muito digna diante de um adversário tão forte como o Real Madrid, que precisa
agora se acertar para seguir sonhando com “La Décima”.
CHELSEA 2 x 0 PSG
Apesar da boa vantagem construída
na primeira perna do confronto no Parc des Princes, o PSG não tinha
Ibrahimovic, melhor jogador e referência da equipe francesa. Sem o sueco, o
time de Paris perdeu confiança e entrou no gramado de Stamford Bridge com o
único intuito de segurar o resultado que lhe daria a vaga. E se não tinham seu
melhor jogador, logo viram o Chelsea também perder o seu, quando Eden Hazard
sentiu e deu lugar a Schurrle aos 18 minutos de jogo.
Ironicamente, foi justamente o
alemão quem abriu o marcador, aproveitando desvio de David Luiz após cobrança
de lateral na área para chapar no canto esquerdo de Sirigu. Com o gol, o time
londrino se lançou de vez ao ataque na etapa final, em busca do gol que lhe
daria a vaga, e chegou perto em duas oportunidades, primeiro com Schurrle e
depois com Oscar, mas ambos pararam no travessão. Logo depois foi a vez do PSG
assustar e por pouco não chegar ao empate com Cavani, que por duas vezes teve
no seu pé esquerdo a chance de garantir a classificação parisiense, mas bateu
por cima da meta de Cech.
Nos minutos finais, José Mourinho
partiu pro tudo ou nada, trocou Lampard e Oscar por Demba Ba e Fernando Torres,
povoou a grande área francesa e foi pro abafa, na base do bumba-meu-boi,
jogando a bola na área para ver o que dava. Numa dessas, a zaga visitante
bobeou, deixou Eto’o girar e bater, seu chute prensado sobrou para Azpilicueta
também tentar o tiro da entrada da área, Alex cochilou e Demba Ba meio de
canela, todo desengonçado tocou para o gol. Torcida enlouquecida em Stamford
Bridge, José Mourinho enlouquecido, correndo para a linha de fundo, vibrando e
instruindo seus jogadores a não deixar mais ter jogo a partir dali. Então foi
cera e chutão até o apito final, Chelsea classificado bravamente e fortalecido
para as semifinais.
RESULTADOS
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