segunda-feira, 16 de setembro de 2013

UEFA Champions League 2013/2014 - Fase de Grupos

Para alegria daqueles malucos por futebol, será dada a largada para mais uma temporada da UEFA Champions League. Boas chaves foram formadas, com promessas de grandes jogos em alguns grupos, e de muito equilíbrio em outros. Fato é que mais uma temporada da maior competição interclubes do mundo da bola irá começar, e abaixo, você confere uma rápida análise grupo a grupo
, os favoritos a se classificarem, quem pode aprontar e os times bases de cada uma das 32 equipes.

Grupo A
Com novo treinador depois de 27 temporadas sob a batuta de Sir Alex Ferguson, o Manchester United ainda oscila nesse começo de temporada, alternando boas partidas com atuações sofríveis. A boa noticia para os Red Devils foi a permanência do craque Wayne Rooney, que viveu indefinição sobre seu futuro durante o período de transferências, mas acabou mesmo ficando em Old Trafford.

Apesar da chave equilibrada e com rivais perigosos, o time vermelho ainda é o grande favorito a uma das vagas, seguido de perto pelo Shakhtar Donetsk e sua legião brasileira, que já demonstrou sua força na última temporada, quando eliminou na fase de grupos o então campeão Chelsea. Reforçado por ainda mais atletas brasileiros, como Bernard, Fred, Fernando e Wellington Nem, o time ucraniano é candidato a segunda (ou quem sabe até primeira) vaga do grupo.

Correndo por fora, os alemães do Bayer Leverkusen e os espanhóis da Real Sociedad. Mesmo com a baixa de seu melhor jogador, André Schurrle, que partiu rumo ao Chelsea, o Leverkusen mantém a mesma base da última temporada, inclusive com o perigoso artilheiro Stefan Kiessling. O time espanhol por sua vez, já demonstrou ser uma equipe perigosa no duelo contra o Lyon por uma vaga na fase de grupos. Com um ataque envolvente, o time basco sapecou quatro tentos a zero sobre os franceses.


Grupo B
A incansável busca madridista pela tão sonhada “La Décima” chega a um novo capítulo. Depois de três temporadas parando nas semifinais com José Mourinho, o time branco decidiu que era hora de trocar o comandante, e assim, trocou o português pelo italiano Carlo Ancelotti. No entanto, o plantel segue quase o mesmo, tendo em Cristiano Ronaldo sua grande esperança de uma boa campanha. Fica a expectativa pelo desempenho do galês Gareth Bale, contratação mais cara da história que desembarca em Madrid com a missão de dividir com o camisa 7 a responsabilidade de decidir em favor dos merengues.

A luta pela primeira posição do grupo promete ser intensa entre madridistas e a poderosa Juventus. Com a mesma base que se sagrou bi campeã italiana, a Vecchia Signora reforçou justamente seu setor mais carente, o ataque. As chegadas de Fernando Llorente e principalmente de Carlitos Tevez potencializam a dona da Itália a candidata forte também em âmbito continental.

Contra as duas potencias, mesmo contando com nomes como Didier Drogba e Wesley Sneijder, fica complicado imaginar chances de o Galatasaray avançar à fase seguinte. Para os turcos, a luta real é pela terceira colocação e a vaga na fase oitavas de final da UEFA Europa League, contra os dinamarqueses do Copenhague.


Grupo C
Sorteio generoso com os franceses do Paris Saint Germain. Contra Benfica, Olympiacos e Anderlecht, a tendência é que os azuis, agora sob o comando de Laurent Blanc e com Edinson Cavani dividindo com Ibrahimovic a responsabilidade pelos gols, assegurem com tranquilidade a primeira colocação da chave, enquanto o Benfica desponta como grande favorito à segunda vaga.

Olympiacos e Anderlecht devem apenas fazer figuração dentro do grupo e lutarem entre si pela vaga na fase mata-mata da Europa League, com ligeiro favoritismo para os gregos.


Grupo D
Atual campeão, o Bayern Munique ainda busca se reencontrar depois da troca de treinador. Pep Guardiola assumiu o time de Jupp Heynckes com a dura missão de repetir a perfeita temporada anterior, onde o time levou todas as taças que disputou – UCL, Bundesliga e DFB Pokal. Apesar de contar com um plantel riquíssimo, o time bávaro vem sofrendo nesse inicio de temporada para se adaptar à mudança no estilo de jogo, no entanto, não deverá encontrar dificuldades para avançar em seu grupo.

Assim como o Manchester City, que disputa a competição pela terceira temporada consecutiva e tem na atual a sua grande chance de passar da fase de grupos. O plantel continua rico e talentoso, e com reforços importantes como Jesús Navas e Stevan Jovetic, o time do novo comandante Manuel Pellegrini tem tudo para avançar com facilidade, uma vez que CSKA Moscou e Viktoria Plzen não contam com elencos fortes o suficiente para fazer frente aos dois poderosos clubes da chave.


Grupo E
Depois da campanha desastrosa na última temporada, quando caiu ainda na fase de grupos, o Chelsea se reforçou bem para a nova edição do torneio continental. Sem dúvidas, o retorno de José Mourinho a Stamford Bridge é a principal atração dos Blues, que contam ainda com as importantes chegadas do matador camaronês Samuel Eto’o e do meia brasileiro Willian, ambos vindo do Anzhi com condições de serem titulares no time azul, que além de fortalecido, contou ainda com a sorte ao cair em grupo frágil.

Dentre os rivais do clube inglês, o Schalke 04 é quem desponta como o favorito a ficar com a segunda vaga, seguido de perto pelo Basel, que já surpreendeu há duas temporadas quando eliminou ninguém mais ninguém menos que o Manchester United na fase de grupos. Mesmo com a chave fraca, a chance dos romenos do Steaua Bucareste surpreender são remotas.


Grupo F
Quase um grupo déjà vu. Arsenal, Borussia Dortmund e Olympique Marseille novamente no mesmo grupo, assim como na temporada 2011/2012, quando tiveram a companhia do Olympiacos. Dessa vez, a companhia é do Napoli, um rival bem mais forte que o grego e que faz dessa, a chave da morte do certame.

O atual vice-campeão Borussia Dortmund manteve a base forte que chegou à última decisão, além de ter faturado duas das três últimas edições da Bundesliga. A única baixa no time de Jurgen Klopp foi o baixinho Mario Gotze, que trocou o clube pelo rival Bayern mas foi prontamente substituído por Henrikh Mkhitaryan, que se não tem a mesma habilidade e visão de jogo do ex-camisa 10, conta com maior poder de fogo e força nas chegadas à área adversária.

No Arsenal, a esperança fica por conta da excelente dupla de armadores formada por Santí Cazorla e o recém chegado Mesut Özil. O problema para os Gunners é para quem o excepcional dueto irá servir, uma vez que Olivier Giroud não é nem de longe o matador sonhado pela torcida. Ainda assim, os ingleses são ao lado dos alemães, os favoritos a ficarem com as duas vagas.

Favoritismo pequeno, visto que o Napoli investiu bem o dinheiro arrecadado com a venda de Cavani e montou um grupo forte, com nomes como Pepe Reina, Callejón e Higuain, que se juntam ao maestro Marek Hamsik no bom time de Rafael Benítez, e o bom Olympique, que mantém uma base sólida e tem reais chances de classificação no mais equilibrado dos grupos.


Grupo G
Se o grupo F é o chamado “da morte”, este pode ser considerado o “grupo da vida”, sem nenhuma equipe que chame tanta atenção ou que irá lutar pela taça. Apesar da saída do ídolo Radamel Falcão, a diretoria do Atlético de Madrid agiu bem e repôs a altura com o reforço do maior artilheiro da história da seleção espanhola, David Villa. Com a mesma base que faturou a Copa do Rey sobre o poderoso Real Madrid e sob o comando de Diego Simeone, os colchoneros são os grandes favoritos do grupo.

Mesmo enfraquecido pelas saídas de João Moutinho e James Rodríguez, os Dragões contaram com a sorte de caírem em um grupo equilibrado que lhes permite sonhar com a classificação, mas pra isso terá de bater o Zenit, que contam com a base da seleção russa, além do brasileiro Hulk, grande destaque da equipe.


Grupo H
Grupo que reúne o maior número de títulos continentais. São no total, 16 canecos divididos entre as quatro equipes – sete do Milan, quatro do Barcelona, quatro do Ajax e um do Celtic. Com a chegada de Neymar, o Barcelona espera enfim, depender menos de Messi e criar um fato novo para o seu já estudado e bem marcado modelo de futebol. Apesar da chegada do novo treinador Tata Martino, o time da Catalunha mantém os mesmos sistema e filosofia de jogo de temporadas recentes, o famoso tiki-taka. O que precisa ser recuperado é a força na pressão no setor ofensivo, perdida na última época sob o comando de Tito Vilanova. Ainda assim, os blaugranas são favoritos e não devem encontrar obstáculos na fase de grupos.

Mesmo com um elenco bem abaixo de sua tradição, o Milan pode (e deve) passar com relativa tranquilidade na segunda vaga. O retorno do ídolo Kaká deve dar ao time um toque de criatividade que faltava, além de uma referência para dividir com Balotelli a responsabilidade de conduzir os rossoneros. O Celtic tentará surpreender e repetir a temporada passada, quando também no grupo do Barcelona, avançou deixando o Benfica pelo caminho – o time escocês chegou a bater o Barça em seus domínios. No Ajax, após a saída de seu melhor jogador, Christian Eriksen, o terceiro lugar no grupo e a vaga na Europa League já estará de ótimo tamanho.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A INTENSIDADE VERMELHA E A VELOCIDADE GUNNER: O DOMINGO DE DERBYS NA INGLATERRA

Não demorou para que a alta intensidade promovida pelo Liverpool no começo do clássico contra o Manchester United desse resultado. Aliando velocidade e movimentação no quarteto ofensivo – que virava quinteto de acordo com as subidas de Gerrard, o time de Anfield Road empurrou os visitantes contra seu próprio campo, e numa roubada no campo de ataque, Sturridge bateu forte e De Gea jogou para escanteio. Na cobrança de Gerrard, testada de Agger e leve desvio do mesmo Sturridge para fazer o único tento da partida.

Terceiro gol do camisa 15 em três rodadas da Premier League, o 11º nos últimos nove jogos oficiais do clube, mostrando que pode ser o parceiro ideal para Luis Suarez no comando do ataque vermelho.

Depois do gol, os Reds diminuíram o ímpeto inicial, encurtaram a distância entre suas linhas e reduziram os espaços dos diabos vermelhos, mas sem abrir mão dos contragolpes, saindo especialmente com Coutinho pela esquerda, forçando em velocidade pra cima do lento Jones e nas bolas longas para Sturridge.

Forçado a sair pro jogo para buscar o empate, o United parou não só na sólida retaguarda do Liverpool, ainda não vazada nas três primeiras rodadas de Premier League, mas principalmente na pobreza de seu setor ofensivo.

Sem poder contar com Rooney, lesionado, o treinador David Moyes lançou Ashley Young entre os titulares, preenchendo o lado esquerdo da segunda linha do imutável 4-4-1-1. Como o camisa 18 é um winger que busca essencialmente o fundo, Evra ficou “congelado” e pouco apoiou. No lado oposto, Giggs buscava o centro, porém não contava com o devido apoio de Jones e com isso, o time ficou sem força pelos flancos. Isso melhorou quando Valencia substituiu Jones na lateral, porém, a criação continuou pobre.

No entanto, o maior erro do novo comandante dos diabos foi não ter sequer relacionado o japonês Kagawa para o jogo. Sem Rooney, o meia nipônico era a melhor opção para atuar à frente da segunda linha, flutuando nas costas dos volantes adversários e fazer a bola chegar no artilheiro Van Persie. Welbeck cumpriu tal função e pouco fez.

A liderança momentânea do Liverpool, único time com 100% de aproveitamento nessas três primeiras rodadas, não é tão representativa quanto à importante vitória no clássico, dando pinta de que o time de Brendan Rodgers é capaz de voltar a brigar na parte de cima da tabela.

Intensidade vermelha no inicio encurralou o United até o tento da vitória. Após o gol, linhas retraídas, espaço reduzido ao oponente e contragolpes, abusando da bola longa de Gerrard.

Se em Anfield foi a intensidade do time da casa que encurralou o adversário, no Emirates Stadium foi a velocidade dos anfitriões que atordoou o rival.
O time de Arsene Wenger segue o mesmo da última temporada, sem um reforço sequer para qualificar e elevar o patamar do Arsenal, no entanto, aprimora seu estilo de jogo e se fortalece a partir do entrosamento das peças.

Enquanto o Tottenham, sem o astro Gareth Bale e com cinco novos nomes entre os titulares, ainda busca o onze ideal e o entrosamento perfeito para montar o grande time que se imagina ao ver o plantel de André Villas-Boas.

Diante desse cenário, o veloz e entrosado Arsenal envolveu o ainda inconstante Tottenham, com trocas de passes rápidos e acelerando especialmente pelo lado direito, com Walcott pra cima do improvisado Danny Rose, winger escalado na lateral esquerda. E foi por ali que Rosicky achou Walcott completamente livre dentro da área, o camisa 14 foi no fundo e tocou para Giroud no meio da pequena área se antecipar a Dawson e completar pro gol.

Com Paulinho e Dembele bem vigiados por Ramsey e Wilshere (depois Flamini, que substituiu o camisa 10 ainda na primeira etapa), os Spurs tinham dificuldade na condução da bola da defesa pro ataque. Os dois ponteiros não buscavam as diagonais e deixavam Soldado completamente isolado, sendo facilmente marcado pela dupla de zaga Gunner.

Abusando dos contragolpes em velocidade, o Arsenal foi empilhando chances desperdiçadas e consagrando Lloris como o grande nome da partida no Emirates, com no mínimo quatro importantes intervenções que evitaram com que o desastre do Tottenham fosse ainda maior.

A derrota no clássico não chega a ser um baque para o time de André Villas-Boas, que tem potencial para se acertar ao longo da temporada. A chegada de Eriksen pode fazer o treinador mudar o sistema de jogo, botando o armador dinamarquês centralizado e refazendo o 4-2-3-1 utilizado na última temporada, quando Bale ou Dempsey cumpriam tal papel.

Por outro lado, se não chega nomes de peso para enriquecer o elenco de Arsene Wenger, o bom inicio de temporada de nomes importantes como Giroud, Cazorla e principalmente Aaron Ramsey dá ao torcedor Gunner a esperança de que o time continue brigando na parte de cima da tabela.

Walcott pra cima do improvisado Rose foi o caminho das pedras para o Arsenal achar o tento da vitória no derby do norte de Londres.