quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A mudança que decidiu e a volta da confiança

É senso comum que para brigar na parte de cima de um campeonato longo e equilibrado como o Brasileirão, é fundamental ter um elenco numeroso e qualificado, com um bom time titular e peças de reposição à altura.

Ainda assim, alguns treinadores ainda correm o risco de sofrerem com as peças pregadas pelas casualidades do decorrer da competição, como lesões e suspensões.

Foi um problema que Tite encarou na última partida, diante do Atlético Mineiro em Ipatinga. Com o titular da lateral esquerda, Fabio Santos, no estaleiro por cerca de dois meses e o seu substituto imediato, Ramon, também lesionado, o treinador corinthiano foi obrigado a improvisar no setor.

Weldinho, que ocupou a lateral direita nas treze rodadas em que Alessandro esteve fora e voltou ao banco com o retorno do camisa 2, foi quem atuou no setor. Não funcionou.

Deslocado, ficou nítido o “incomodo” do camisa 18 na lateral oposta. Na contenção, foi incapaz de conter os avanços de Patric, que explorava bem o setor. No apoio, ao contrário do que fazia na direita, não buscava o fundo do campo, centralizava e facilitava para a defesa atleticana.

Mas esse não foi o único problema na equipe de Tite. Pela meia direita, Danilo e Paulinho não se entendiam como acontecia entre o volante e Willian. Alessandro não dava opção como Weldinho o fazia pela lateral. O veterano, por sinal, fez uma partida muito fraca tecnicamente. Além disso, Liedson ficava muito isolado no comando do ataque, sem a aproximação do trio de meias. Jorge Henrique verticalizava demais as jogadas e não buscava a penetração na área, e Danilo, centralizava para abrir o corredor para Alessandro, que não o explorava.

Com todas essas deficiências, o Corinthians foi incapaz de levar perigo ao gol de Renan Ribeiro e se tornou presa fácil para o Galo, que com certa facilidade (e uma pequena colaboração do árbitro Marcelo de Lima Henrique, ao anotar o pênalti que originou o segundo gol mineiro), abriu dois tentos a zero sobre o líder do campeonato ainda na primeira etapa.

Corinthians 1 Na primeira etapa, no 4-2-3-1 de toda a temporada: Weldinho na esquerda e o isolamento de Liedson “liquidaram” o Corinthians.

Na tentativa de corrigir os erros apresentados na etapa inicial, Tite trocou o seu pior homem em campo, Alessandro, por Emerson “Sheik”. Com a mudança, Weldinho voltou para a sua posição de origem e Jorge Henrique passou a ocupar a lateral esquerda.

Em função da entrada do camisa 11, o time saiu do seu habitual sistema de 4-2-3-1 utilizado desde o inicio do campeonato e se repaginou em um 4-3-1-2, com Alex na articulação e Sheik fazendo companhia a Liedson.

Corinthians 2 Com a entrada de Emerson, o time migrou para um ofensivo 4-3-1-2 para buscar a virada.

Assim, o time ganhou em movimentação e voltou a ser aquele dos 93% de aproveitamento nas primeiras dez rodadas do certame. Controlando o jogo, mantendo a posse da bola e encurralando o rival em seu campo de defesa, o alvinegro paulista não demorou a chegar ao empate, em gols de Emerson e de Alex, cobrando penalidade sofrida pelo próprio Sheik.

Emerson entrou muito bem e foi o diferencial em favor do Corinthians na partida, fazendo aquela que é disparada a sua melhor atuação desde que chegou ao Parque São Jorge. Além do gol e do pênalti sofrido, Sheik ainda criou diversas oportunidades, se movimentou bem, buscou tabelas e enlouqueceu a defesa mineira, antes de desviar cruzamento do “lateral” Jorge Henrique para que Liedson virasse o placar.

Uma mudança inteligente e pontual de Tite para virar o jogo e levar três importantes pontos de Minas Gerais. Uma vitória emblemática, que devolve a confiança a um grupo forte e homogêneo, que precisava de um trunfo como esse para renascer na competição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário